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Rock On Stage: Moa, para começar a entrevista, quero que você conte como foi gravar um álbum independente de Rock Progressivo no Brasil em plenos anos 80.
Moa Jr: Primeiramente, quero muito te agradecer por sua atenção e carinho que demonstra com seu interesse pela Banda do Sol. Precisamos muito nesse planeta de pessoas que curtem e incentive a arte.
Bom, anos 80 no Brasil, a meu ver, foi parecido com os 70 na Europa e América, uma forte corrente de inspirados artistas aparecendo com toda força para mostrar o seu trabalho independente de alcançar ou não a mídia. Foi com esse espírito que a Banda lançou seu primeiro LP.A intenção era somente realizar o projeto de acordo com nosso coração, fazer a música pelo amor a música. Mais como tudo que não tem um foco meramente comercial, não despertou atenção das gravadoras e nosso projeto ficou bem independente mesmo, com todos os sentidos que essa palavra revela. Fizemos do nosso jeito, com pouca grana e as dificuldades da época das gravações analógicas.
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Com o Walter Franco teve uma época que sempre nos encontrávamos e eu aprendia muito quando estava com ele. Até hoje através de suas canções eu continuo aprendendo. Um verdadeiro cabeça, grande pessoa. Tive também o privilegio de abrir alguns shows com o Guilherme Arantes, do qual sou um admirador incondicional. Suas melodias me tocam muito, super pessoa e super compositor.
Rock On Stage: A Banda do Sol nunca chegou a parar desde a gravação do primeiro trabalho, mas teve vários intervalos. Como e quando foram retomadas para valer as atividades da banda que resultou no cd Tempo?
Moa Jr: O Turco foi morar em Londres, então precisávamos de um novo baixista pra continuar o projeto. Pintou o Cesinha e ficamos por um tempo com a formação de Power Trio: baixo, batera e guitarra. Meio estranho para um grupo de Rock Progressivo, mais funcionou muito bem para novas ideias, os arranjos fluíam. Então montamos um repertorio e fizemos várias apresentações em Sampa e interior.Mas, estava faltando um tecladista, estava faltando timbres para expressar toda aquela intenção... Veio para Banda o João Leopoldo e logo a seguir entrou também o Fran ( guitarrista ). Para quem escutou o cd Tempo, dispensa comentar o talento desses caras, né? A Banda estava formada e era cada vez mais legal se encontrar e executar as músicas com varias performances. Um dia resolvemos gravar esse material. Fomos para o Bugre Estúdio em Sorocaba e começamos o trabalho.
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Rock On Stage: A mixagem é assinada por Billy Sherwood (Ex-Yes). Como foi trabalhar com este grande nome do rock e como se deu o contato com ele?
Moa Jr: Uma postagem no MySpace com as músicas que estávamos gravando e surgiu o contato dele, elogiando a Banda e mostrando interesse no som. Em poucas palavras, o Billy predestinou um futuro encontro, ele escreveu: “Lindo o som que vocês fazem, tem muito sentimento. Espero algum dia em algum lugar nos encontramos.” E foi assim... O Eliton Tomasi ( Som do Darma ) que foi o grande responsável por essa união, escreveu à ele perguntando se não gostaria de mixar o projeto, ele aceitou e ainda participou de algumas faixas.Rock On Stage: Ainda sobre o Billy, o que ele agregou no cd Tempo?
Moa Jr: Foi uma super presença! Não só musical! Além de ser um multi instrumentista, com uma bagagem musical monstruosa ( tocar e produzir discos do Yes não é pouca coisa não ) ele teve outras experiências com feras da música. O Billy é um cara de grande coração, uma figura incrível, muito simpático e muito simples.Tenho-o como meu querido brother. Tudo isso inspirou para que o trabalho ganhasse esse brilho.
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Rock On Stage: Teremos mais shows como este para a divulgação do cd?
Moa Jr: Tem uma grande chance de realizarmos sim. E com a presença novamente do Billy. Essa é a torcida.Rock On Stage: Como você avalia o Rock Progressivo no Brasil e no Mundo? Temos ainda grandes nomes?
Moa Jr: Temos grandes nomes como a banda sueca Flower Kings, que atualmente fazem um trabalho maravilhoso. Com a ajuda da internet dá para descobrir várias feras que estão dando continuidade ao Rock Progressivo no Brasil e no mundo.
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Rock On Stage: Em letras como Voar que é praticamente uma meditação, mesmo cantada em português, penso que ela atinge o ouvinte de qualquer lugar do mundo. É isso mesmo?
Moa Jr - Com certeza. Eu tive comentários sobre essa música de pessoas que desconhecem o português mais conhecem o sentimento da intenção.Rock On Stage: O símbolo da capa de Tempo é muito bonito. Conte qual o significado dele e o porquê de sua escolha para a capa do cd?
Moa Jr - O símbolo AUM é milenar. É o mesmo que o AMEM. Segundo as escrituras Hindus, é o barulho do motor cósmico que sustenta toda a criação. É a união de todos os sons.
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Rock On Stage: Agradeço sua entrevista, deixo o espaço livre para suas considerações finais.
Moa Jr: Cada vez mais estamos vivendo com os aniquiladores do tempo e do espaço. O mundo ficou pequeno e a informação viaja em grande velocidade. Importante que tudo que for enviado aos nossos ouvidos, olhos e coração, tenham uma essência verdadeira, um recado de valor que ajude de alguma forma nossas vidas aqui no planeta serem melhores. Vida longa a todos que de alguma forma contribuem para isso. Agradeço a todos do Rock On Stage, estamos na mesma viagem. Moa.Site: www.myspace.com/bandadosol, www.twitter.com/bandadosol e www.youtube.com/bandadosol.
Por Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Eliton Tomasi
Novembro/2011