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Rock On Stage: De onde surgiu o nome IMPÉRIA e como se deu a escolha dos membros da Banda?
Flávius Deliberalli: O nome foi meio que por um acidente. Tínhamos um nome que quase ninguém gostava e um dia meu irmão, Felippe, leu errado o nome de uma música em um cd. O nome certo era Impera, mas ele leu Impéria e levou a ideia para os outros integrantes. Todos gostaram e passamos a utilizar este nome por volta do ano 2000.Sobre os integrantes, a banda iniciou em 1996 com vários amigos. Muitos saíram e montaram outros projetos. Eu, o Felippe e o Marcio, que é nosso primo, permanecemos e decidimos seguir em frente, mesmo sem um baixista. Em 1998, o Luiz Henrique Santana, amigo do Marcio, passou a tocar conosco e permaneceu até meados de 2002, quando por questões pessoais ele decidiu sair. Além da amizade, ele tinha uma grande afinidade musical com a banda, mas ele preferiu se dedicar a outros projetos. Após muitos testes, em 2005, convidei o Ricardo Ueno para ingressar na banda e desde então, voltamos a ser um quarteto. Ele cursou a faculdade comigo e também tem grande afinidade musical com todos os membros. Ele passou e tocar com a banda em um momento importante. Estávamos mais maduros e desde então passamos a priorizar as composições próprias, que culminaram no Em Dias Assim.
Rock On Stage: Como vocês definem seu estilo musical?
Flávius Deliberalli: Difícil definir, mas é algo que fica entre o Heavy Metal e o Hard Rock, se é que isso existe. Ao menos é o que muitas pessoas dizem. O bom é que por estarmos nesse meio termo, nossa música agrada a gregos e troianos: os que gostam de sons mais pesados e os que gostam de Rock and Roll.
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Rock On Stage: Qual a mensagem que buscam passar em suas músicas? De onde surgem as inspirações para as letras?
Flávius Deliberalli: Sempre tivemos a intenção de passar uma mensagem positiva e de mudança em nossas músicas e letras. Mesmo porque a música é a maneira do músico mostrar ao mundo o que ele pensa e sente. Como desejamos um mundo melhor para todos, trabalhamos com esse pensamento, de sempre levar uma palavra e uma ideia interessante para quem nos ouve. Infelizmente, o que faz sucesso e que é mais fácil de se propagar são coisas vazias e baixaria. Temos quase 15 anos de estrada e não pensamos em alterar nossa linha de atuação. Música é coisa séria, não é só para ganhar dinheiro e se autopromover.Temos outras músicas que não fazem parte do Em Dias Assim, que acabou seguindo uma linha conceitual. A ideia principal do álbum foi relatar a transformação de um ser em diversos aspectos, um personagem que pode ser eu ou você. O mais legal é que cada pessoa vai entender de um jeito e é isso que queremos, pois cada um tem a sua maneira de enxergar as coisas, a vida e as suas experiências. Quase todas as letras são de autoria do Felippe e uma do Marcio. A ideia principal e fazer as pessoas pensarem, se mexerem para mudar o que as incomoda. Tem gente que acha legal falar apenas de sexo, apelar para mulheres peladas e priorizar apenas o lado financeiro. Infelizmente, os governantes não fazem a parte deles e muitos músicos e artistas também não, por isso é mais fácil propagar as mensagens e as músicas que se propagam por ai hoje em dia. Uma pena. O músico, o artista que tem o dom e a oportunidade de influenciar uma massa, tem uma responsabilidade enorme perante a sociedade e no que diz respeito à formação das gerações futuras. Nossa contribuição para melhorar a sociedade em que vivemos está aí. Uma pena que muita gente que poderia fazer bem mais do que nós prefere se preocupar com outras coisas.
Rock On Stage: Como se dá o processo de composição de vocês e como fazer para buscar a originalidade?
Flávius Deliberalli: Não temos um processo fixo de composição. Como disse, o principal compositor da banda é o Felippe. Todos contribuem com ideias, mas a maior parte é dele. A partir daí, discutimos, mexemos e conversamos muito até a composição alcançar um nível que nos deixe satisfeitos. Gostamos de sons pesados, de pesquisar, testar e inventar e procuramos não usar componentes mais comuns. Acho que esse é o segredo, pois somos bem exigentes. É como se acendesse uma luz quando alcançamos o resultado que queremos, aí a ideia está aprovada para ser lapidada. Não gostamos de ouvir coisas usuais, então, na hora de compor também buscamos algo diferente. Acho que o Em Dias Assim deixa isso bem claro.
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Rock On Stage: Gostaria que vocês comentassem sobre o cd “Em Dias Assim” e como foi trabalhar com Fernando Magalhães do Barão Barão Vermelho.
Impéria: O álbum é o grande marco de nossa trajetória até então. Reflete todo o trabalho desenvolvido e esforço dedicado à música ao longo desses anos. Ficou exatamente com queríamos, especialmente no que diz respeito às composições e sonoridade. É um reflexo de nossas experiências e influências. Levadas interessantes de baixo e bateria, riffs de guitarra bem elaborados. Enfim, alcançamos a sonoridade que queríamos. Resumindo, Rock and Roll sem frescura e de grande qualidade. Tudo isso foi possível graças também a diversos parceiros. Não é só o cd em si, mas toda a estrutura que envolveu a criação dele. Nosso site, MySpace, fotos promocionais, figurino, a estrutura do Studio Latitude. Todo um processo viabilizado por pessoas muitos especiais, além de todo apoio de amigos e familiares. Enfim, é um grande projeto que nos enche de orgulho. Sobre o Fernando, trabalhar com ele foi uma grande experiência. Um grande músico que nos ajudou muito a chegar no formato final do álbum. A mão de pessoas qualificadas faz toda a diferença e tivemos o prazer e a sorte de contar com ele, já em nosso primeiro trabalho. Ele havia ouvido uma demo nossa e gostou bastante, aí iniciamos o trabalho para o Em Dias Assim.
Rock On Stage: Por favor, sintam-se à vontade para deixar uma mensagem ao público.
Flávius Deliberalli: Alcançamos nosso primeiro grande objetivo ao finalizar o processo do Em Dias Assim. Espero que as pessoas curtam nosso trabalho da mesma maneira que curtimos fazê-lo. Espero também que as autoridades responsáveis no país pela cultura comecem a valorizar e fazer com que o povo valorize mais os novos artistas. Isso passa por um processo de educação e reestruturação que vai envolver a educação da população, o fim da corrupção em geral e a conscientização da mídia. Divulgar o que vende como água é fácil. Difícil é promover e levar a cultura e novas ideias adiante. Por isso, é importante as pessoas buscarem informações, conhecerem coisas novas. O pessoal lá em cima, que faz a roda girar, está satisfeito. Par quem não está, como eu, o caminho é buscar e ser a mudança que queremos ver. Espero que nosso trabalho seja uma faísca para que as pessoas busquem mudanças e melhorias em suas vidas.Site: www.bandaimperia.com, www.myspace.com/bandaimperia
e www.reverbnation.com/bandaimperia.Por Sol Brocanelli
Dezembro/2011