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Rock On Stage: A exemplo do "The Game Of Fate", mais recente trabalho de estúdio do Pop Javali, o "Live In Amsterdam" também será mixado e masterizado por Andria Busic, do Dr Sin. Produzir um álbum por completo, desde a gravação, é diferente de produzir um disco que foi gravado por outro profissional, ainda mais ao vivo. Quais são os desafios de Andria Busic nessa produção e porque ele é a pessoa ideal?
Jaéder Menossi: A captação do áudio em Amsterdã foi feita num nível tecnológico altíssimo com recursos que ainda nem conhecíamos e equipamentos de última geração. Isso somado a capacidade, experiência e perfeccionismo do Andria, resultará num disco foda. O Andria é o melhor produtor que já conhecemos, a inteligência e o preparo dele são muito acima da média, sem falar no bom gosto e o cuidado com cada detalhe.
Rock On Stage: Durante a turnê que possibilitou o registro de "Live In Amsterdam", vocês também tiveram a oportunidade de se apresentar no Cart And Horses, mesmo pub onde o Iron Maiden fez várias apresentações no início de carreira. Como foi essa experiência?
Jaéder Menossi: A atmosfera do lugar é fascinante, nos sentimos numa espécie de 'manjedouro' do Metal ( risos ). É daqueles lugares que você para e pensa: “porra, eu estou aqui mesmo?”. Esse pub tem uma energia diferente, é algo contagiante! Para nós foi um show inesquecível, emocionante, rolou uma adrenalina muito grande no palco! Show que foi abrilhantado pela presença ilustre do Antonio Celso Barbieri e sua esposa, com os quais tivemos a honra de tomar umas The Trooper ( N.E.: para quem não sabe, a cerveja do Iron Maiden ).
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Rock On Stage: Temos visto o Pop Javali crescer rapidamente nos últimos anos. Recentemente a revista Roadie Crew, a principal do segmento impresso, publicou uma entrevista de duas páginas com vocês. Outros veículos também têm elogiado muito o trabalho da banda. Toda essa repercussão tem se intensificado após o retorno de vocês da Europa. Isso justifica aquela máxima que o público brasileiro passa a respeitar mais as bandas brasileiras após essas serem bem recebidas no exterior?
Jaéder Menossi: É o que disse na resposta anterior... Agradamos demais o público europeu, literalmente caímos nas graças dos caras. O Pop Javali se encaixou muito bem com as tendências mais modernas das bandas europeias com quem dividimos palcos e seus respectivos públicos afins. Isso nos trouxe muito mais confiança e uma injeção muito grande de auto-estima.Mas também, antes mesmo da tour, todas as resenhas acerca do The Game of Fate foram muito boas, rendendo até algumas indicações em outros veículos importantes como o Combate Rock do UOL, o qual nos indicou entre os 10 melhores álbuns do ano, ao lado de nomes de peso no cenário internacional. Esperamos que tudo isso continue dando resultados no Brasil.
Rock On Stage: Se compararmos tempos atuais, com todo esse grande destaque e respeito que vocês têm adquirido, com os primeiros dias de banda, passando pela época em que Loks Rasmussen e você tocaram com o Mystical Warning, vocês diriam que valeu a pena?
Jaéder Menossi: Na época do Mystical Warning era bem diferente, haviam bem menos bandas, então para atingir uma posição de destaque foi bem mais rápido, pois, tínhamos muita qualidade e a “concorrência” era bem menor. Quando retornamos com o Pop Javali em 2007 foi voltar do zero novamente, mas, foi feito tudo com muito gosto, amor e dedicação e valeu sim muito a pena. Hoje nos sentimos realmente bem mais próximos do nosso reconhecimento. Vale ressaltar que o Mystical Warning teve como alicerce o trabalho do Pop Javali de 1992, inclusive, aproveitando algumas das composições.
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Rock On Stage: No final do ano passado e no começo deste perdemos ícones como Lemmy Kilmister, David Bowie, Glenn Frey, Jimmy Bain e Keith Emerson, todos músicos que de alguma forma influenciaram e marcaram gerações. Lógico, sabemos que não somos eternos, mas, você acredita que o Rock e o Heavy Metal estão se renovando ou estão estagnados? Poderemos ter novos grandes nomes no futuro para seguirem com o legado?
Jaéder Menossi: A reposição de talentos nesse nível é muito difícil, diria impossível. Foram gênios formidáveis que passaram por aqui e melhoraram nosso mundo e nossas vidas através de sua arte e de suas linguagens particulares e únicas. Nos sentimos privilegiados por termos sido contemporâneos desses deuses, termos presenciado a passagem desses fenômenos pelo nosso planeta. Resta a nós prospectarmos esse valioso legado que eles nos deixaram e repassar esse tesouro inestimável para nossos filhos e netos.
Rock On Stage: Como você avalia o momento que estamos vivendo na indústria da música, pois, os músicos infelizmente têm que conviver com os formatos legais de divulgação através das plataformas virtuais oficiais, os downloads ilegais e também existem os apreciadores ( meu caso ) do cd em formato físico. O que tem de positivo e negativo nisso tudo?
Jaéder Menossi: Essas plataformas vieram pra ficar, então temos que buscar nos moldar a elas. Penso que é uma questão que envolve mais o perfil de quem consome a música, algumas pessoas preferem comprar as músicas pelo Itunes, outras preferem fazer streaming, downloads, etc, o que importa mesmo é que as pessoas tenham acesso as informações. Mesmo assim, acho que sempre vão existir os fãs que querem adquirir o material físico, isso nunca vai morrer. A volta gloriosa dos vinis é uma prova disso.
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