Rock On Stage: Como funciona o processo de composição do Ted Marengos, primeiro surgem as melodias ou as letras?
Júlio Starace: Varia muito, mas normalmente eu, chego com uma letra, riff ou parte de música, e depois a banda constrói o arranjo em conjunto. Mas, no estúdio de gravação tudo sempre pode mudar, após escutar a música gravada por diversas vezes.

Rock On Stage: Comparando o álbum novo Timeless Beat com o anterior Lifts em quais aspectos você percebe a evolução da banda? E quais as suas músicas favoritas nestes novo álbum?
Júlio Starace: No Lifts não havia tantas músicas com arranjos delicados e detalhes foi uma experiência mais "minimalista" vamos dizer.

    Acho que no Timeless Beat, as músicas precisaram de mais cuidado no estúdio, para poderem florescer quanto à escolha de timbres e cores da música e elas soarem realmente completas. Gostamos muito de todas as músicas, mas, para citar duas seriam I’m Not Going Back e Steady Grandma.

Rock On Stage: Ao entrarem no Abbey Road para masterizar o primeiro álbum First Prints, como que a mística ( que acredito que exista no lugar ) impactou cada um e ajudou ainda mais na sonoridade do álbum?
Júlio Starace: Na verdade, nossa visita ao Abbey Road Studios se deu após a masterização do First Prints. Fomos lá quando estávamos em tour por Londres e entramos no Estúdio 1, aonde eram gravadas todas as partes de orquestra das músicas dos Beatles. Simplesmente... fascinante poder respirar aquele ar. Isso nos inspirou muito para compormos nossas próximas músicas.

Rock On Stage: Nestes tempos que estamos vivendo esta mudança social por conta deste vírus... como medir a vontade da banda de estar no palco novamente? E para amenizar isso, estão pensando em lives com os fãs como muitos tem feito?
Júlio Starace: A vontade é enorme, pois, estávamos no início de uma tour pelo interior de São Paulo e estávamos planejando ir até o Rio Grande do Sul. Por conta do vírus, tivemos que parar e nos confinar em uma casa juntos, aonde podemos gravar lives com a banda completa. Até agora já rolou duas!

Rock On Stage: 33 shows e em 14 estados norte-americanos. Conte-nos detalhes curiosos e positivos deste giro pela América, além de como foi a recepção das pessoas com o Ted Marengos.
Júlio Starace: A tour pelos EUA foi com certeza a experiência que mais nos abriu os olhos para o que realmente significa dar a volta completa no país onde o Rock é a música popular local. O público ama o Rock lá, e nos receberam em cada uma das cidades realmente de braços abertos e tivemos muitas críticas positivas a nosso respeito.

    As estradas são impecáveis, os pontos de parada também. Fizemos amigos e parceiros de trabalho que com certeza continuam acompanhando o que fazemos aqui no Brasil. Nossa vida musical mudou depois dessa que foi a primeira tour onde fazíamos um show por dia, cada um em uma cidade e um público diferente. Foi uma correria que nos ensinou a lidar com as intempéries da estrada.

Rock On Stage: Vocês gravaram uma versão de Ohio do Neil Young, quais outros artistas que você gostaria de regravar em algum momento da carreira?
Júlio Starace: Talvez Warren Zevon ou Thin Lizzy.

Rock On Stage: Ano que vem, 2021, o Ted Marengos estará comemorando sua primeira década de história, qual é o balanço que você faz e pensam em celebrar a data de alguma maneira?
Júlio Starace: A primeira ideia que vem a nossa cabeça é fazer uma turnê de comemoração. Outra poderia ser lançar uma coletânea com sons antigos, novos e alguns ao vivo.

 

Rock On Stage: Quais nomes vocês convidariam para um festival que levasse o nome de Ted Marengos Fest e onde no mundo realizariam o evento?
Júlio Starace: O festival seria em Itu/SP e contaria com nomes como Neil Young, Buddy Guy, Dawes, Khruangbin, Nação Zumbi, Sepultura, Ozzy Osbourne, Foo Fighters, Rage Agaist The Machine, The Claypool Lennon Delirium, Charlie Daniels Band, Jack White e Wasadog.

Rock On Stage: Já sofríamos com os downloads ilegais, com as baixas vendagens de cds´e espero que o quanto antes possamos retomar nossas atividades normais, enfim, como vocês pensam ou imaginam que será o mundo pós coronavirus, especialmente, no showbussiness?
Júlio Starace: Acho que as pessoas vão valorizar mais o fato de elas poderem ir assistir o show ao vivo de uma banda ao invés de ficarem sentadas na frente de uma tela ( risos ). E ao mesmo tempo acho que existirá uma valorização maior dos artistas, que estão sempre ajudando as pessoas a não ficarem entediadas e deprimidas.

Rock On Stage: Quais álbuns que você considera entre os melhores que já ouviu e porque?
Júlio Starace: Dark Side Of The Moon do Pink Floyd pela composição e produção impecáveis. Warren Zevon do Warren Zevon pela quantidade de músicas boas e não tão valorizadas pelo público do Rock. Por último, Brainwashed do George Harrison porque é o resumo do que significa a obra da entidade George Harrison, uma obra prima.