No  final do mês de agosto conversamos com o Rodrigo Roviralta, fundador e líder do Mahabanda, um excelente projeto de hard rock. Eles estão lançando neste segundo semestre de 2006 o seu segundo cd, intitulado apenas de Mahabanda. Na entrevista falamos sobre a origem do nome, o encontro com o veterano Pedro Baldanza, o visual glitter, planos para o futuro e muito mais, confiram:


Rock On Stage: Rodrigo gostaria que você contasse um pouco de sua história como músico, desde os tempos do Kiss Cover até chegar ao Mahabanda. E quais as principais influências da Mahabanda, além da forte linha hard rock que sentimos no cd?

Rodrigo Roviralta: Comecei a praticar guitarra em 1988, e a partir de 1991 passei a me apresentar com bandas Kiss cover e estive envolvido nisso até 1999. A Mahabanda vem de um projeto que já vinha tomando forma desde os meus primeiros acordes aprendidos e comecei a produzir as primeiras demos em 1998, que já incluíam esboços de músicas gravadas no primeiro cd da Mahabanda. Costumo dizer que nossas influências são diversas, uma vez que o hard rock é algo bem evidente. Ritmos brasileiros, regionais, fusion, progressivo, mpb, tudo isso faz parte da minha pesquisa e principalmente da vivência musical de quatro décadas do nosso baixista, Pedro Baldanza,
que colocamos um músico com forte influência erudita.  

Rock On Stage: Ainda falando sobre o Kiss, descreva a emoção de ver a faixa que você exibiu ao ser mostrada no DVD Kiss Symphony. De que forma o Kiss te influenciou na sua forma de trabalhar como músico?
Rodrigo
Roviralta: O KISS é uma escola e a influência deles é total, desde sonoridade, pegada, postura, profissionalismo, performance, etc. São uma verdadeira enciclopédia para mim. Realmente foi ótimo ver a minha faixa no DVD. Acho que eu merecia essa recompensa depois de viajar para tão longe. ( Nota da Edição: este DVD foi gravado na Austrália ).

Rock On Stage:  Qual o significado, e o porquê da escolha do nome de Mahabanda ?
Rodrigo Roviralta:
Maha:Grande/Supremo - Banda: Contração " Grande Contração". Algo como aquele momento que precede uma explosão, um orgasmo múltiplo, uma catarse, renovação, é uma palavra que define a minha vida e meu propósito.

Rock On Stage: O que dá mais trabalho para passar uma poesia concretista de seu pai Raul Roviralta em ritmo de hard rock, musicalmente falando? Enfim, quais dificuldades são encontradas?
Rodrigo Roviralta: Não encontro problemas, a composição dos temas ocorre naturalmente através da exploração de riffs, grooves e harmonias. Embora o meu pai seja definido por muitos como concretista, poucas poesias por ele escritas eram de fato concretistas e nenhuma delas virou música. As poesias que utilizo caem como uma luva nas músicas que crio, parecem terem sido criadas para este fim, e de fato foram… 

Rock On Stage: Além de toda a cultura que vocês passam para o público a cada letra, a banda possui um visual glitter que desperta curiosidade nas pessoas de conhecerem o Mahabanda, como foi a idéia de aplicar esse visual?
Rodrigo Roviralta: Em 2004 contratei uma figurinista e a partir de um “brain-storm” em revistas das décadas de 70/80 foram desenhados figurinos para a Mahabanda que na época era um quarteto. A partir de então tínhamos um figurino personalizado e passamos a adicionar adereços. Considero isso parte fundamental do espetáculo, acho que cada momento na vida, cada propósito pede uma vestimenta, e tal como as bandas que constituem a história do rock, quero ter minha identidade visual.

Rock On Stage: O processo de composição da Mahabanda consiste em musicar os poemas de seu pai. Gostaria de saber se existe uma vasta obra para vocês musicarem e também se você já está pensando em compor, no futuro, músicas com letras criadas totalmente por sua cabeça e dos integrantes da Mahabanda.
Rodrigo
Roviralta: Meu pai lançou quatro livros, existem ainda muitos poemas, mas nem todos servem para este fim, porém, o terceiro cd já está em vias de gravação e seus poemas estão lá novamente. Penso em compor, já escrevi muitas letras e poemas, mas considero esse universo uma propriedade exclusiva dos poetas e eruditos, sinto-me infantil no verbo da escrita e o rock em geral sofre desse mal, letras mal escritas por pessoas mal preparadas. Não é em vão que Raul Seixas, Renato Russo, Cazuza,Vinicius de Morais são imortais, não importa sobre o que você fala, importa o jeito, nesse quesito os  poetas são imbatíveis. Mas para 2007 estou projetando um CD de releituras de clássicos da música/poesia brasileira ( versão Mahabanda, é claro ) e também composições com poemas de outros poetas contemporâneos.

Rock On Stage: Dada a evolução que uma banda tem disco a disco, o que você sente que está melhor na Mahabanda do primeiro disco “Revolução Diagonal” para este segundo trabalho auto-intitulado?
Rodrigo:
Bem, o tempo nos tornou um  power-trio, sinto nosso som mais encorpado, mais maduro.  

Rock On Stage: Atualmente, tivemos uma explosão de ótimas bandas de hard rock no Brasil, como são os casos de Carro Bomba, Carrão de Gás, 1853, ( citando apenas alguns ) e aqui nós não temos o devido apoio de gravadoras, mídia, etc, tanto que muitas bandas sempre lançam os trabalhos de forma independente, então lhe pergunto o que fazer para cativar o fã, quais diferenciais que uma banda como Mahabanda deve ter?
Rodrigo
Roviralta: O único diferencial que uma banda pode ter é a sua proposta. Visual, clipe, cd, jabá, cenografia, pose, etc, tudo isso de nada serve se não houver uma pesquisa e a busca por uma forma de expressão.

Rock On Stage: Como foi e como se deu o encontro com o Pedro Baldanza que resultou na formação da Mahabanda?
Rodrigo Roviralta:
 O Pedro me foi apresentado em agosto de 2000 para que ele produzisse duas demos, começamos a trabalhar e viramos parceiros naturalmente. Em setembro de 2000 já começamos e nos apresentar em janeiro de 2001 escolhi o nome Mahabanda.

Rock On Stage: Como são os shows da Mahabanda, há espaço para covers? ( Se sim de quais bandas e porquê  )
Rodrigo Roviralta: Sim, Há espaço para covers, mas não é utilizado…tocamos somente o nosso repertório. Talvez venhamos a incorporar sons do Led, Purple, Kiss, The Who, mas depende muito, acho que se a canção não for muito bem escolhida e contextualizada, ela vira um furo no meio do show, mesmo quando  bem executada. 

Rock On Stage: Segundo disco praticamente lançado, quais são os planos para o futuro da Mahabanda agora, além é claro dos shows?
Rodrigo
Roviralta: Compor diariamente, gravar o terceiro cd e compor o próximo! Um DVD está no horizonte…talvez uma tour pelo sistema solar. 

Rock On Stage: Muito obrigado pela entrevista Rodrigo e deixo o espaço para você mandar seu recado e deixar uma mensagem aos leitores do Rock On Stage que ainda não conhecem o som do Mahabanda.
Rodrigo Roviralta: Só tenho a agradecer, sinto-me um  privilegiado em poder tocar Rock and Roll e dedicar minha vida a isso. Muito obrigado por essa oportunidade de expor idéias e de falar sobre o meu trabalho. Para quem não nos conhece, eu não sei o que dizer….me ocorre dizer que estou fazendo algo por mim, se for bom para você, ok.  
Disponibilizamos músicas no Myspace oficial do Mahabanda ( http://myspace.com/mahabanda ) e clipe no Youtube ( www.youtube.com/view_play_list?p=1F6549EA59E7BA7B ).
Nosso site oficial é www.mahabanda.com. Um grande abraço !!   

Por André Torres e Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos a Gisele Santos

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