Rock
On Stage: Rodrigo gostaria que você contasse um pouco de sua história como
músico, desde os tempos do Kiss Cover até chegar ao Mahabanda. E quais as
principais influências da Mahabanda, além da forte linha hard rock que
sentimos no cd?
Rodrigo Roviralta: Comecei a praticar guitarra em 1988, e a partir de
1991 passei a me apresentar com bandas Kiss cover e estive envolvido
nisso até 1999. A Mahabanda vem de um projeto que já vinha tomando
forma desde os meus primeiros acordes aprendidos e comecei a produzir as
primeiras demos em 1998, que já incluíam esboços de músicas gravadas no
primeiro cd da Mahabanda. Costumo dizer que nossas influências são
diversas, uma vez que o hard rock é algo bem evidente. Ritmos brasileiros,
regionais, fusion, progressivo, mpb, tudo isso faz parte da minha pesquisa e
principalmente da vivência musical de quatro décadas do nosso baixista,
Pedro Baldanza,
que colocamos um músico com forte influência erudita.
Rock
On Stage: Ainda falando sobre o Kiss, descreva a emoção de ver a faixa que
você exibiu ao ser mostrada no DVD Kiss Symphony. De que forma o Kiss te
influenciou na sua forma de trabalhar como músico?
Rodrigo Roviralta:
O KISS é uma escola e a
influência deles é total, desde sonoridade, pegada, postura,
profissionalismo, performance, etc. São uma verdadeira enciclopédia para
mim. Realmente foi ótimo ver a minha faixa no DVD. Acho que eu merecia essa
recompensa depois de viajar para tão longe. ( Nota da Edição:
este DVD foi gravado na Austrália ).
Rock On Stage: Qual o significado, e o porquê da escolha do nome de
Mahabanda ?
Rodrigo Roviralta: Maha:Grande/Supremo - Banda:
Contração " Grande Contração". Algo como aquele momento que precede uma
explosão, um orgasmo múltiplo, uma catarse, renovação, é uma palavra
que define a minha vida e meu propósito.
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Rock On Stage: O que dá mais trabalho para passar uma poesia concretista
de seu pai Raul Roviralta em ritmo de hard rock, musicalmente falando?
Enfim, quais dificuldades são encontradas?
Rodrigo Roviralta: Não
encontro problemas, a composição dos temas ocorre naturalmente através
da exploração de riffs, grooves e harmonias. Embora o meu pai seja
definido por muitos como concretista, poucas poesias por ele escritas
eram de fato concretistas e nenhuma delas virou música. As poesias que
utilizo caem como uma luva nas músicas que crio, parecem terem sido
criadas para este fim, e de fato foram…
Rock On Stage: Além de toda a cultura que vocês passam para o público a
cada letra, a banda possui um visual glitter que desperta curiosidade
nas pessoas de conhecerem o Mahabanda, como foi a idéia de aplicar esse
visual?
Rodrigo Roviralta: Em 2004 contratei uma figurinista e a partir
de um “brain-storm” em revistas das décadas de 70/80 foram
desenhados figurinos para a Mahabanda que na época era um
quarteto. A partir de então tínhamos um figurino personalizado e
passamos a adicionar adereços. Considero isso parte fundamental do
espetáculo, acho que cada momento na vida, cada propósito pede uma
vestimenta, e tal como as bandas que constituem a história do rock,
quero ter minha identidade visual.
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Rock
On Stage:
O processo de composição da Mahabanda consiste em musicar os poemas de seu
pai. Gostaria de saber se existe uma vasta obra para vocês musicarem e
também se você já está pensando em compor, no futuro, músicas com letras
criadas totalmente por sua cabeça e dos integrantes da Mahabanda.
Rodrigo Roviralta:
Meu pai lançou quatro livros, existem ainda muitos poemas, mas nem todos servem
para este fim, porém, o terceiro cd já está em vias de gravação e seus poemas
estão lá novamente. Penso em compor, já escrevi muitas letras e poemas, mas
considero esse universo uma propriedade exclusiva dos poetas e eruditos,
sinto-me infantil no verbo da escrita e o rock em geral sofre desse mal,
letras mal escritas por pessoas mal preparadas. Não é em vão que Raul
Seixas, Renato Russo, Cazuza,Vinicius de Morais são
imortais, não importa sobre o que você fala, importa o jeito, nesse quesito
os poetas são imbatíveis. Mas para 2007 estou projetando um CD de
releituras de clássicos da música/poesia brasileira ( versão Mahabanda,
é claro ) e também composições com poemas de outros poetas
contemporâneos.
Rock
On Stage: Dada a evolução que uma banda tem disco a disco, o que você sente
que está melhor na Mahabanda do primeiro disco “Revolução Diagonal” para
este segundo trabalho auto-intitulado?
Rodrigo: Bem, o tempo nos tornou um
power-trio, sinto nosso som mais encorpado, mais maduro.
Rock
On Stage: Atualmente, tivemos uma explosão de ótimas bandas de hard rock no
Brasil, como são os casos de Carro Bomba, Carrão de Gás, 1853, ( citando
apenas alguns ) e aqui nós não temos o devido apoio de gravadoras, mídia,
etc, tanto que muitas bandas sempre lançam os trabalhos de forma
independente, então lhe pergunto o que fazer para cativar o fã, quais
diferenciais que uma banda como Mahabanda deve ter?
Rodrigo Roviralta:
O único diferencial que uma banda pode ter é a sua proposta. Visual,
clipe, cd, jabá, cenografia, pose, etc, tudo isso de nada serve se não
houver uma pesquisa e a busca por uma forma de expressão.
Rock On Stage: Como foi e como se deu o encontro com o Pedro Baldanza
que resultou na formação da Mahabanda?
Rodrigo Roviralta: O Pedro me foi apresentado em agosto de
2000 para que ele produzisse duas demos, começamos a trabalhar e viramos
parceiros naturalmente. Em setembro de 2000 já começamos e nos
apresentar em janeiro de 2001 escolhi o nome Mahabanda.
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Rock
On Stage: Como são os shows da Mahabanda, há espaço para covers? ( Se sim de
quais bandas e porquê )
Rodrigo Roviralta: Sim, Há espaço para covers, mas não é
utilizado…tocamos somente o nosso repertório. Talvez venhamos a incorporar
sons do Led, Purple, Kiss, The Who, mas depende
muito, acho que se a canção não for muito bem escolhida e contextualizada,
ela vira um furo no meio do show, mesmo quando bem executada.
Rock
On Stage: Segundo disco praticamente lançado, quais são os planos para o
futuro da Mahabanda agora, além é claro dos shows?
Rodrigo Roviralta:
Compor diariamente, gravar o terceiro cd e compor o próximo! Um DVD está no
horizonte…talvez uma tour pelo sistema solar.
Rock
On Stage: Muito obrigado pela entrevista Rodrigo e deixo o espaço para você
mandar seu recado e deixar uma mensagem aos leitores do Rock On Stage que
ainda não conhecem o som do Mahabanda.
Rodrigo Roviralta: Só tenho a agradecer, sinto-me um privilegiado em
poder tocar Rock and Roll e dedicar minha vida a isso. Muito obrigado por
essa oportunidade de expor idéias e de falar sobre o meu trabalho. Para quem
não nos conhece, eu não sei o que dizer….me ocorre dizer que estou fazendo
algo por mim, se for bom para você, ok.
Disponibilizamos músicas no Myspace oficial do Mahabanda (
http://myspace.com/mahabanda ) e
clipe no Youtube (
www.youtube.com/view_play_list?p=1F6549EA59E7BA7B ).
Nosso site oficial é
www.mahabanda.com. Um grande abraço !!
Por
André Torres e Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos a Gisele Santos
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