Este foi um domingo dos melhores,
pois o programa de rádio Metal Heart de Jaguariúna comemorava um
ano de existência e quem ganhou o presente foi o público headbanger
regional, pois para comemorar este aniversário realizou-se o seu primeiro
festival, que também leva o nome do programa. O local escolhido para a
realização do evento, o Parque Santa Maria, é excelente, e destaque
para a estrutura do festival, com um palco e equipamento de dar inveja a
maioria dos shows que rolam por aí. Além disso, a festival contou com
grandes bandas da região e destaques do cenário underground nacional,
como Tiger Cult e Mad Dragzter. Ahh!!!... E tudo isso com
entrada franca.
A primeira banda que se apresentou
foi o Weltkrieg de Jaguariúna, que conta nos vocais com Daniel
Death, grande batalhador da cena underground regional. A sonoridade da
banda é calcada no black metal oitentista. Além de sons próprios, a
banda detonou covers de Slayer - Evil has no Boundaries
e Venon -
Black Metal.
Na seqüência veio o Mortage
de Campinas, banda que investe num death metal também oitentista. Era a
segunda vez que vejo a banda e desta vez conseguiu me deixar uma ótima
impressão. Conseguiram detonar com precisão o que o som exigia e o
vocalista lembra muito Fernando Lima, vocal do Drowned. É bom
prestar atenção no Mortage, e que venha a próxima demo ( ou
disco ).
Mudando um pouco a sonoridade, a
terceira banda foi o Lethal Fear de Amparo com o seu heavy
tradicional e que vem ganhando destaque na mídia metal nacional, com
ótimos elogios de sua nova demo, Mephisto. O show foi um misto
entre sons de suas duas demos, como Leave All Behind, Steel the Night
Away, Last Crusade e covers de Judas Priest com One Shot in
Glory
e Iron Maiden com Powerslave. Novamente, o Lethal Fear deixa
uma ótima impressão e alguma gravadora tem que ficar atenta, pois
merecem alçar vôos mais altos.
A próxima banda a subir no palco do
Metal Heart foi os paulistanos do Denim and Leather, banda
com mais de 10 anos de existência e que tem o som calcado no New Wave of
the Bristish Heavy Metal. A banda é literalmente um tributo a esta cena
oitentista, pois o som remete a todo o momento a esse movimento. Além de
sons próprios como Evil Wheels ( presente na coletânea Valhalla
Demo Section ), Hatred ( com uma ótima performance do
vocalista ), a
banda rolou covers de AngelWicht e um fabuloso medley do Saxon.
Outra ótima banda nacional, que merece mais destaque.
A quinta banda da noite era, a que
eu particularmente mais aguardava para conferir, pois tinham lançado no
final de 2003 um excelente disco de thrash metal, o elogiadíssimo Strong
Mind. E não é que Tiago Torres e seus comparsas do Mad
Dragzter conseguem reproduzir com louvor o que se encontra no CD...
Foi uma apresentação de muita garra, com sons como Lost, Strong Mind,
Mad Dragzter, The Chase, além de covers do Sepultura com Troops
of Doom, Exodus - Bonded by Blood – com Daniel Death
nos vocais
e Slayer - Black Magic – com Daniel, locutor do Clube Rock
e
vocalista da banda Manthus. Outra ótima apresentação, deixando
impressões duradouras no público presente.
A penúltima banda do festival é o
já mais que tradicional Executer de Amparo, na divulgação ainda
do excelente Psychotic Mind. Todos conhecem a competência do Executer,
e novamente Juca, Beba, Paulo e Elias não deixaram pedra sobre pedra,
sendo a banda que mais agitou o público. Músicas como Chaos Memories,
No More Racism e covers de Exodus e Whiplash, entre
outras, foram literalmente "executadas".
Fechando o festival, o Tiger Cult
de São Paulo estava desfalcado da guitarrista Marina por problemas
médicos, que fez a banda perder um pouco o seu peso, mas com certeza não
decepcionou os presentes, que nesta hora não eram muitos. Com o ótimo
álbum Cold and Terrible eles rolaram Down the Bastards, I Rule
the Highway, entre outras, além de covers do Accept - Fast As a
Shark e Venon - Black Metal.
Agradecemos a hospitalidade da
organização, na figura do Renato ( locutor do programa Metal
Heart ) e do
Daniel Death, esperamos mais eventos como este entrem de vez em nosso
cenário underground regional, pois o Metal Heart já nasceu grande.
Por Leandro Sartori
Colaborou: João Paulo Sartori