Hallowed Metal
Com Slasher, Kamala, Black Flame, Soil ( System Of A Down cover ),
 Alexxxis Texas, Cows From Farm e Old Classics
Sábado, dia 22 de julho de 2012
no Clube Lítero em Jacutinga/MG

    Depois de muitos anos retornei à Jacutinga/MG, cidade vizinha a Espírito Santo do Pinhal/SP, só que desta vez para realizar a cobertura do primeiro evento de Heavy Metal da cidade com duas bandas de maiores expressões regionais: o Slasher ( foto abaixo ) e o Kamala ( foto ao lado ). E como sempre acontece algumas bandas locais foram as responsáveis pela abertura.

    Eu e alguns amigos daqui chegamos um pouco tarde no Hallowed Metal, e em nossa cabeça já imaginávamos que tínhamos perdido pelo menos a primeira banda da noite, pois o horário de início dos shows estava marcado para começar às 20:30hs e nós chegamos ao Clube Lítero bem mais tarde que esse horário.

 

Old Classics

    Para o meu espanto, o trio de Jacutinga/MG Old Classics, que é liderado pelo ótimo guitarrista e vocalista Thiago Machado já estava no palco, sendo que eles foram os primeiros a subirem no palco. Outro fator que deu um certo susto foi a pouca presença de público, mas normalmente as pessoas costumam literalmente 'enrolar' um pouco para entrar e vão chegando logo depois.

    E não se preocupando com isso, o Old Classics fez jus ao nome e exibiu clássicos inesquecíveis do Rock, entre eles: Under Pressure do Queen em boa versão, Imigrant Song do Led Zeppelin, Doctor Doctor do U.F.O. muito bem tocada, Come Together dos Beatles em uma versão bastante pesada, Take Cover do Mr. Big em uma linha bem bluesada e boa de se ouvir, além de Hush, que embora não tenha sido gravada pelo Deep Purple ficou mais conhecida na versão dos ingleses e teve no Hallowed Metal uma execução mais puxada para ao que Ritchie Blackmore e Cia fizeram.

    E cada uma dessas músicas era muito bem recebida pela plateia, que mesmo em pouco número, estava sedenta por Rock´N´Roll. Desta maneira tocaram também Whiskey In The Jar, também mais conhecida na regravação do Metallica do que a original do Thin Lizzy e finalizaram com a boa versão de Rock´N´Roll do Led Zeppelin. O Old Classics provou que é possuidor de uma boa pegada, colocou o seu estilo em cada uma das músicas e seu vocalista alterna muito os vocais para cada banda que homenageou em seu set.

Black Flame

    Após uma rápida troca de palco o quarteto Black Flame de Jacutinga/MG, cuja formação é a seguinte: Diego Nicolete nos vocais e guitarra, Rafael na guitarra, David no baixo e Henrique no baixo, subiu no palco do Lítero Clube para executar mais uma sessão de grandes clássicos do Heavy Rock com músicas como Breaking The Law do Judas Priest, Blitzkrieg Bop do Ramones, Ace Of Spades do Motörhead e essa - como já era de se esperar - fez a galera se agitar e abrir uma pequena roda.

    Continuaram o set com Enter Sandman após perguntarem se alguém gosta do Metallica e também com a boa versão para Symphony Of Destruction do Megadeth, além de Paranoid do Black Sabbath, que foi muito bem recebida pelos presentes e fecharam com o hino Smoke On The Water do Deep Purple. Foi um set curto, mas o quarteto mostrou que tem qualidade, bem meus amigos... continuem assim.

Alexxxis Texas

    Pouco depois é a vez do quinteto Alexxxis Texas ( cujo nome é alusão ao nome de uma huummm.... bela atriz de cinema ) que foi formada em Jacutinga/MG e neste Hallowed Metal estava com uma nova formação. Mesmo gripado o vocalista Mário Reddy - com seu visual Hard Rocker de calças rasgadas e estilo bem Sebastian Bach - iniciou o show do Alexxxis Texas com covers de bandas que fizeram sucesso nos anos 80 como Bark At The Moon do Ozzy Osbourne, Born To Be My Babe do Bon Jovi e só nestas duas deu para perceber que a gripe não chegou a atrapalhar sua voz e fez a alegria de muita gente.

    Seguiram com Back On The Streets do infelizmente falecido Gary Moore e então, o vocalista nos avisa que ao acessar o perfil da banda, se errar uma letra, você poderá encontrar fotos ou vídeos da linda loira que é estrela de Hollywood ( sim, eu procurei na Internet para ver quem ela era e uau!!!, risos ). E assim seguiu o show com Youth Gone Wild do Skid Row, mostrando que a veia Hard Rock da banda está muito bem encabeçada pelos guitarristas Danilo Bresci e Marco Tulio, que fizeram solos direitinho. Solando assim desta maneira bem entrosada os dois garantiram à balada seguinte Hysteria ( do Def Leppard ) ganhar disparado o posto de melhor música do set do Alexxxis Texas.

    Tivemos ainda You Could Be Mine do Guns´N´Roses e I´m Want Out do Helloween sendo que esta última foi executada quase que à perfeição. Parece que o Helloween fez bem à banda, que deu uma palhinha de Eagle Fly Free, mas como não ia sair do jeito que esperavam e eles inteligentemente suspenderam sua execução, que aliás, até os alemães às vezes tem dificuldades para tocarem este clássico ( leia-se na atual fase de Andi Deris ). Para o final, após perguntar se gostamos do Iron Maiden e com a óbvia resposta positiva, o Alexxxis Texas tocou uma versão acelerada de The Trooper finalizando assim o seu ótimo show.

Cow From Farm

    O trio Cow From Farm que é também de Jacutinga/MG veio para apresentar um Thrash/Death Metal, mesmo que seu nome não pareça de uma banda que caminha para linhas mais pesadas, entretanto, foi com toda a garra que as músicas pedem que Rafael Zucato na guitarra e vocais, Renan Silva na bateria e Tiago Gotardello no baixo e backing vocal subiram no palco do Hallowed Metal e fizeram um set que exibiu toda a agressividade que lhes era possível e sem delongas tocaram Roots, Bloody Roots um pouco mais pesada que a original, mas em uma boa versão para o clássico do Sepultura.

    E mantiveram a pegada fortificada com o cover de Rainning Blood do Slayer, Walk do Pantera, além de Hammer Smashed Face do Cannibal Corpse, Ov The Fire And The Void do Behemoth, War do Burzum, Necromancer e Attitude do Sepultura. Sem dúvidas, o Cow From Farm, que iniciou suas atividades a pouco mais de dois meses, foi a mais pesada banda que tocou covers da noite.

Soil ( System Of A Down cover )

    E já estávamos na quinta banda da noite e o que normalmente costumo acompanhar nos festivais que frequento é que o público até demora para entrar ou chegar, mas, sempre acaba chegando e adentrando ao local dos shows... e infelizmente não foi isto que aconteceu neste Hallowed Metal, uma pena, pois as bandas que foram para o palco, sejam de Jacutinga/MG ou de outras cidades tocaram com muito respeito aos presentes e procuraram realizar seus shows com bastante empolgação.

    E a banda Soil de Amparo/SP, que é um cover do System Of A Down formada por Nandão nos vocais, AKira na guitarra e backing vocals, Kawe no baixo e Smurf na bateria tocou vários sucessos dos americanos, que fizeram a alegria da limitada plateia, que agitou intensamente a cada música e sempre com a abertura de rodas. Algumas das músicas do set foram: "Forest", "Deer Dance", "Holy Mount Rings", "Hypnotyse", "B.Y.O.B." e "Toxicity". Embora o estilo Nu Metal não seja um dos que eu aprecio deu para ver que todas as músicas foram muito bem recebidas e caíram nas graças da galera, que agitou bastante por todo o show do Soil.

Kamala

    Por incrível que pareça, quando chegou a hora das duas bandas que são bem mais conhecidas no cenário, possuem som próprio de qualidade e cd´s lançados, o público que já era pequeno ficou ainda menor ( não sei se o forte frio que estava ou o horário, embora não fosse tão tarde assim, por volta das 2:00 da manhã ), pois muitos foram para casa. Bem cada região com o seu costume, pode ser até que por lá as pessoas não gostem de bandas com som próprio, se for este o caso, meus amigos... vocês que partiram cometeram um grande erro. Digo isto, porque tanto o Kamala quanto o Slasher não foram os headliners do festival à toa, ambas tem muita qualidade.

    Este não foi o meu caso e de outras pessoas, que ficamos por lá para curtir o Kamala e seu vigoroso Thrash Metal. Ignorando o fato do Hallowed Metal estar com um número reduzido de presentes Raphael Olmos nos vocais e guitarra, Andreas Dehn na guitarra, Diego Valente no baixo e Nicolas Andrade na bateria subiram no palco para mostrar muita categoria e profissionalismo ao dispararem Envy, que iniciou o seu show em um set que precisou ser inclusive reduzido para que sobrasse tempo para o Slasher se apresentar. Lembra que falei no inicio que me assustei pela hora que chegamos ( e que reafirmo... era bem tarde ) e a primeira banda tinha iniciado o seu show? Então, o tempo também tornou-se um problema.

    Com a força das guitarras de Raphael e Andreas, o Kamala tocou a forte Root e a matadora Greed, sendo que estas três primeiras são do seu recente trabalho, o álbum The Seven Deadly Chakras. Mais veloz e pesada ainda foi a quarta, The Fall, que foi seguida por Third Eye e o vocalista convoca os fãs da seguinte maneira: "Jacutinga.. quero ver vocês fazendo uma roda aí..." e quem estava lá agitou e fez a roda solicitada.

    Depois ele apresentou a banda, comentou que a próxima música é sobre a luxúria e tocou Lust, para em seguida detonarem tudo em Solar Plexus. Finalizaram mostrando muito respeito à plateia com Purify e Crown. Quem foi embora perdeu um dos melhores shows do Hallowed Metal de uma banda de Thrash Metal que está em franca ascensão, então caro leitor(a) fique de olho nas próximas apresentações do Kamala.

Slasher

    Seria uma ótima oportunidade para rever o Slasher e desta vez, como um dos headliners do festival Hallowed Metal poderia assistir à um set mais longo desta banda de Itapira/SP. Digo seria, pois o horário estava ainda mais avançado e já estava na hora de retornar para casa. Eu esperei a rápida troca de palco entre o Kamala e o Slasher para ver ao menos um pouco da vigorosa banda de Thrash Metal formada por Daniel Macedo nos vocais, Lucas Bagatella e Lúcio Nunes nas guitarras, Wellington Clemente no baixo e Alyson Taddei na bateria que estão divulgando o álbum Pray For The Dead ( leia resenha ), que também teve seu set devido ao horário.

    Ainda assim, o Slasher demonstrou também muito profissionalismo e executou as pancadas Broken Faith e Hate despertando aquela vontade de entrar em uma roda e foi o que alguns fizeram. Acompanhei até o final das execuções de Pray For The Dead e Time To Rise confirmando que o Slasher caminhava muito bem seja nas guitarras ou nos vocais. O verbo 'caminhava' foi usado porque este foi o último show do meu amigo Daniel Macedo à frente dos vocais, pois, por decisão em conjunto com a banda, ele saiu do Slasher, que saberá encontrar um novo músico para o posto.

    Foi uma pena que precisei ir embora antes que pudesse acompanhar as quatro últimas do Slasher, que foram "Enemy Of Reality", "Till The End", "Art Of War" e "Tormento ou Paz". Uma pena, mas, às vezes acontece. Mas tenho que dizer, até onde eu vi o Slasher detonou com seu poderoso Thrash Metal.

    Realizar um festival é uma tarefa deveras difícil e nem sempre as coisas acontecem da forma que nós queremos, posso discutir aqui o número de bandas e até dizer que menos atrações funcionariam melhor ou que as principais não ficassem para o final fosse o mais adequado, mas a verdade é que mesmo enfrentando uma grande falta de público ( que pode ter ficado quieto em casa escondendo do enorme frio ) a atitude do organizador Douglas deve ser parabenizada, pois há muito tempo não ouço falar de um festival na cidade de Jacutinga/MG, ainda mais um com presença de bandas que já gozam de um nome mais forte na cenário regional.

    Enfim, se não existissem pessoas que encaram o sonho de realizar um evento, nossa cena Heavy Metal não seria movimentada e todos nós que apreciamos todo o ambiente positivo dos shows, não teríamos onde ir e não acompanharíamos muitas bandas que gostamos em cidades próximas. Enfim, uma cena forte resulta em mais shows e mais pessoas gostando de Heavy Metal. Bem, que esta edição do Hallowed Metal seja a primeira de outras.

 

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos ao Douglas pelo credenciamento
Julho/2012

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