Uma Noite na Taverna com o Barbaria e o Taverna Folk
 Sábado, 09 de maio de 2015
no Dinossaurus Rock Bar em Mogi Guaçú/SP

    A cidade de Mogi Guaçú/SP recebeu pela primeira vez o evento intitulado Uma Noite na Taverna, que foi organizado pela Leilane Camargo e Draco Louback ( do Barbaria ), que teve por objetivo relembrar como eram divertidas e gostosas as festas que aconteciam no período medieval nas tabernas. No evento realizado neste sábado tínhamos lutas medievais, muita bebida, muita alegria e muita música, que no caso, foi comandada pelas bandas Barbaria e Taberna Folk e levaram um ótimo público ao Dinossaurus Rock Bar em Mogi Guaçú/SP, sendo que muitos estavam vestidos à caráter.

    Antes que as bandas começassem seus shows no palco do Dinossaurus Rock Bar, o evento já estava muito gostoso, todo decorado e representava uma oportunidade de rever muitos amigos(as), observar e comprar itens medievais, tomar um hidromel, cerveja ou assistir ( e até lutar ) em uma batalha medieval simulada.

Barbaria

    Por volta das 22:40, hora de conferir mais uma apresentação do Barbaria, que agora conta com o formato de quarteto, sendo Draco Louback nos vocais, Marcelo Louback no baixo, Renan Toniette na guitarra e Marcelo Niero na bateria e juntos, continuam a navegar pelos caminhos do Underground com muito afinco e dedicação na divulgação de seu primeiro álbum, o Watery Grave ( leia resenha ) e também acrescendo o show com algumas composições novas e algumas surpresas, que contarei ao longo desta matéria.

    A primeira do set foi a conhecida Merciless, que trouxe sua vibrante pegada ao Dinossaurus Rock Bar e Renan Toniette demonstrou habilidade ao segurar sozinho os solos de guitarra da banda ( antes, eles contavam com dois guitarristas ) e Marcelo Louback provou que se deu muito bem no baixo, um claro resultado dos ensaios. A galera, que compareceu em um grande número recebeu a música agitando bastante e muitos dos que estavam por lá, são fãs do Barbaria há um bom tempo. Draco Louback além de cantar com seu estilo todo próprio estava caracterizado com um verdadeiro pirata, inclusive com um revolver antigo na cintura e decorando o palco havia um pequeno canhão típico dos navios piratas.

    E com o carisma que possui, o vocalista deu início a The Piper em uma versão bastante pesada, onde os toques do baterista Marcelo Niero fizeram a diferença, que mais ao final, ganhou muitos "hey... hey..." durante os solos de Renan Toniette. E o Barbaria começou o show de forma muito elétrica, pois, executou três músicas na sequencia sem dar descanso, tanto que a terceira foi a Bucanneers, que possui um ritmo muito envolvente e manteve o pique do show em alta fazendo a galera vibrar significativamente.

     Só então que Draco Louback saudou os presentes e apresentou os integrantes da banda, que receberam os aplausos dos presentes e para a música seguinte foi convidado o ex-vocalista do Hallowed Maiden Tribute, o Leonardo Fenolio, que cantou o refrão da Watery Grave, que trouxe um contraste muito bacana à música, pois, sua voz é mais aguda que a do vocalista do Barbaria levando aos fãs a participarem com muita intensidade seja nas palmas, nos "hey... hey..." ou nos gritos do título da música.

Novidades acústicas

    Na sequencia, Draco Louback anuncia que apresentaria uma parte acústica, que foi preparada especialmente para esta noite e a dupla Renan Toniette e Marcelo Louback pegaram seus violões para tocarem com muita dedicação a Es Gibt Nur Wasser da banda alemã Santiano, que trouxe um ar intimista ao show, uma linha um tanto que sombria e tipicamente como se fosse um hino pirata, com direitos a assovios do vocalista, que cantou seus versos em alemão e vale dizer que pelo tanto que a galera agitou, eles gostaram do som.

     A próxima foi a Tri Martolod, outra do Santiano com versos em alemão e bretão em um estilo mais Rock´n´Roll, que trouxe um surpresa ao show: a presença das meninas Andréa Elektra, Mahyara Senci, Luciana Moura, Akima Cresto e Valeria Forrer do grupo de dança Elektra & Amaryllis, que transformaram esta parte do show em uma verdadeira festa ( e retornaram mais uma vez próximo ao final do show ), que prosseguiu com uma versão bem divertida para Estamos Todos Bêbados do Matanza, que pela forma que foi tocada parecia um verdadeiro hino pirata fazendo todos cantarem com o Barbaria e seu refrão foi repetido algumas vezes a mais para garantir mais palmas e interações da plateia.

    Após um "valeu galera" dito pelo vocalista, os irmãos Louback apresentam a Straits Of My Fear, mais uma das novas criações do Barbaria, que exibiu linhas bastante cativantes. Ainda 'desplugados' tivemos outra nova, a Cova Rasa, que demonstrou um ritmo instrumental cadenciado e com vocais em português, onde Draco Louback solicita a participação dos fãs com "eiiiii...." cada vez mais fortes criando um clima de festividade no ar.

    Alguém grita "tooooca Rauul" para Draco Louback responder brincando: "hoje não veio..." e com o retorno ao som elétrico, hora do Barbaria inflamar os presentes com a Cuthroad Island, que contou com uma introdução de bateria bem marcante feita pelo Marcelo Niero e um andamento bastante pesado. Logo nos primeiros riffs da próxima, a Under The Black Flag os presentes vão ao delírio, pois, reconhecem a música imediatamente e agitam com muito ímpeto durante sua ótima execução, que ficou ainda melhor no trecho final, que é mais pesado, rápido e fez todos cantarem e aplaudirem o Barbaria.

    Empolgado, Draco Louback agradece com um "valeu", comenta sobre o concurso de cerveja que iria acontecer logo depois do show do Barbaria e anuncia mais uma nova, a Uma Garrafa de Rum, que pôs a galera no Dinossaurus Rock Bar para dançar pelo ritmo que nos foi apresentado e vale um lembrete... nesta hora: Marcelo Louback assumiu a guitarra e Renan Toniette foi para o baixo. Depois, com os fãs pedindo Blackbeard incessantemente, a canção foi tocada para a caprichada apresentação do Barbaria receber uma efusiva participação dos fãs, afinal, a música empolga de uma tal maneira que não tem como não sair cantando.

    O Barbaria agora em quarteto, nos passou a impressão que ficou ainda melhor e a variação acústica que apresentou com as novas músicas garantiram que os novos objetivos, que estão sendo traçados pela banda, serão conquistados. É... que bom que teremos muitas novidades dos piratas do interior.

Set List do Barbaria

1 - Merciless
2 - The Piper
3 - Bucanneers
4 - Watery Grave
5 - Es Gibt Nur Wasser
6 - Tri Martolod
7 - Estamos Todos Nêbados
8 - Straits Of My Fear
9 - Cova Rasa
10 - Cuthroad Island
11 - Under The Black Flag
12 - Uma Garrafa de Rum
13 - Blackbeard

Taberna Folk

    No tempo que tivemos para a desmontagem dos equipamentos do Barbaria e a preparação para o show do Taberna Folk era hora de passear pela área externa do Dinossaurus Rock Bar e curtir a competição de cerveja, as lutas medievais e conversar com os amigos e amigas presentes neste Uma Noite na Taverna.

    E mesmo tendo demorado um pouco para começar o show do Taberna Folk, o ambiente estava tão gostoso que não sentiu-se o tempo passar e quando eram aproximadamente 01:40, a banda de Cosmópolis/SP formada por Ricardo Amaro no violão, flauta, gaita de fole e vocais, a simpática e sempre sorridente Karina Moreno na percussão e vocais, Luis Henrique Romagnolo no violão, bandolin e vocais, Bardo no violino, harpa e vocais e Hugo Taboga na percussão e flauta, estavam devidamente posicionados, vestidos à caráter e todos sentados para nos levarem para uma viagem aos tempos medievais.

    No início Ricardo Amaro comenta sobre a sonoridade e o estilo da banda dizendo: "Nós somos o Taberna Folk, bebam, divirtam-se como se estivessem em uma taberna...." e tocam a instrumental After A Hard Day, com apenas alguns 'heys' ditos pelo vocalista e a composição passa toda a sua aura medieval para nós, que pelo ritmo que eles a exibiram garantiram muitas palmas e a empolgação dos fãs logo de cara.

    A segunda, Polka foi outra instrumental, que é dotada de um ritmo muito conhecido e que é adorável de se ouvir. O Taberna Folk soube entreter de forma bem suave neste princípio de show e ainda nesta linha instrumental executaram a Rhiannon, sempre com uso de flautas e alguns instrumentos percussivos exóticos comandados pela contente Karina Moreno e pelo Hugo Taboga ( este utilizando mais o bumbo ). E o quinteto estava encantando, pois, receberam muitos aplausos dos fãs e continuam o show com a Avrix Me, onde o violino de Bardo traçava o caminho da música.

   E prosseguem com Tourdion com linhas joviais que conquistam quem as ouve e quando se aceleram recebem muitas palmas dos fãs, que vibraram bastante com a música. Por fim, Bardo exclama: "vamos cantar um pouco", afinal, neste começo de show, o Taberna Folk estava mais mostrando suas linhas instrumentais e Ecco La Primavera foi exibida com um carisma significativo pela banda, que fez muita gente cantar alguns de seus versos. Em seguida, Ricardo Amaro anuncia: "a próxima música chama-se Drunken Sailor" e fez muitos dançarem no estilo das festas medievais.

    Quem voltou a aparecer durante a apresentação do Taberna Folk foram as meninas do grupo de dança Elektra & Amaryllis para deixar o clima ainda mais próximo dos tempos antigos. Os ares deveras animados prosseguiram com Lannigan´s Ball e Jacobites By Name, que também fizeram a diversão da galera.

 

    Com solos de violino e boas vocalizações, Star Of The Country continuou o show, que seguiu com The Gael nos assovios e Sturm, onde o destaque vai para a percussão e os toques de violino, que serviriam muito bem à trilha de um filme, se assim eles quisessem.

   A próxima do show do Taberna Folk tinha tudo a ver com o evento.... In Taberna, que a banda conduziu com muitos "hey...hey...hey", visto que seu estilo fez muito mergulharem na harmonia deste som de época com o uso de flauta, violão, violino e os demais instrumentos exóticos tocados pelos integrantes da banda.

    Depois, garantindo muitas palmas e com Ricardo Amaro utilizando duas flautas tivemos a Jeg Sa Ein Ulf, música que tece um convite para se dançar durante sua execução ( e alguns fizeram exatamente isso ). Posteriormente foi a vez de Mead Party, cujas letras são em português e passou também suas belas melodias, que resultaram em uma nova participação dos fãs nos "hey...hey..." e Ricardo Amaro com esta pulsação da galera.

     Canecos continuou com a bela energia que este tipo som provocava e motivados pela atmosfera criada pelo quinteto, muitos dançavam ou tentavam. E o Taberna Folk realizou alguns improvisos que deixaram esta música mais animada ainda, especialmente quando aceleram o seu ritmo. Decerto que a banda ganhou mais fãs após a execução da curta e muito bacana I´se The B´y, vocalizada pelo violinista Bardo, que nos momentos mais acelerados garantiu muitas palmas.

    Na sequencia, eles executaram um cover para Rocky Road To Dublin, que relembrou muito bem do The High Kings e depois a entusiasmada Drunken Lullabies, que assim como muitas das anteriores, garantiu muitas palmas. Acredito que a galera capturou a essência do som que o Taberna Folk queria passar sempre retribuindo com danças, aplausos e muitos gritos de "heeey....heeey..." com os músicos. O vocalista nos agradece pela troca de energia e todos solam seus instrumentos nos exibindo envolventes evoluções, que ficaram cada vez mais rápidas e inflamaram para valer os presentes.

  Depois era hora do sucesso Estamos Todos Bêbados do Matanza na bela versão do Taberna Folk, que novamente foi muito bem recebida fazendo a maioria sair cantando seus versos. Foi bacana que o Ricardo Amaro interpretou a música como se estivesse 'beudaço' tornando o momento mais divertido ainda. E o show terminou com bela Sieben Tage Lange e a excelente versão de Bard´s Song do Blind Guardian.

    Creio que ao voltar para casa o sentimento em cada um era de harmonia, tranquilidade e realização, pois, todos nós assistimos à dois ótimos shows do Barbaria e do Taberna Folk, que deixaram claro o potencial das duas bandas, e isso em um ambiente tipicamente medieval, que serviu para juntar mais cultura ao nosso eterno Rock´n´Roll. Que venham mais edições deste Uma Noite na Taverna.

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Leilane Camargo e Draco Louback
pela atenção e credenciamento
Junho/2015

  

Set List do Taberna Folk

1 - After A Hard Day
2 - Polka
3 - Rhiannon
4 - Avrix Me
5 - Tourdion
6 - Ecco La Primavera
7 - Drunken Sailor
8 - Lannigan´s Ball
9 - Jacobites By Name
10 - Star Of The Country
11 - The Gael
12 - Sturm
13 - In Taberna
14 - Jeg Sa Ein Ulf
13 - Mead Party
14 - Canecos
15 - I´se The B´y
16 - Rocky Road To Dublin
17 - Drunken Lullabies
18 - Estamos Todos Bêbados
19 - Sieben Tage Lange
20 - Bard´s Song

 

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