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Só mesmo um gênio na arte dos
quadrinhos como o mestre Márcio Baraldi para fazer um site
especializado em Rock´n´Roll e Heavy Metal para falar de Rap. Não
que ninguém no site tenha algo contra o estilo, mas todos que
escutam Rock e Heavy Metal, sem exceção, por questão de ideologia,
não escutam Rap, claro que existem os fãs das fusões que mesclam o
Rap com o Heavy Metal, mas este não é o foco do
Rock On Stage.
Entretanto,
Márcio Baraldi há
muito tempo não atua mais desenhando apenas os cartuns dos
personagens mais Rock´n´Roll que conhecemos com o Roko Loko
ou o
Tatoozinho, o universo de personagens do cartunista abrange muitos
estilos e é literalmente policultural e sem preconceitos contra
nada, independente de segmento, cor, raça, religião, estilo de som,
etc.
Rap Dez
teve sua origem na
revista Viração, uma revista "teen" e politizada que sempre tratou
os jovens com respeito e inteligência. No decorrer de suas
publicações o editor Paulo Lima sentia a falta de uma dose de humor
para a revista não se tornar muito sisuda. Estava aberta a porta
para Márcio Baraldi criar o personagem e com a fantástica
imaginação deste quadrinhista,
desafio proposto é desafio aceito e concretizado: nascia assim o Rap
Dez, um garoto do subúrbio, da favela, da periferia que fala a
língua das pessoas que não tem tantas condições financeiras, mas não
é por causa disso que deveriam ser consideradas menores que as
outras pessoas.
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E detalhe Rap é uma sigla, uma
abreviação para
Rhythm and Poetry ( ou ritmo e poesia ), caracterizando como a voz do
negro, do pobre, a sua forma de revolta e protesto, a forma de
mostrar a sua dor. E só para variar, Márcio Baraldi criou o primeiro
personagem do mundo neste estilo nos quadrinhos e neste 14º Livro de
sua carreira temos um Rap crítico, animado, politizado e a serviço
da cidadania. Desde então, Rap Dez
é publicado na
revista Viração e neste Livro Rap Dez - O Primeiro Personagem Rapper
dos Quadrinhos temos uma compilação das melhores histórias
envolvendo o afro-brasileiro e seus amigos. O que me chamou a atenção ao ler
a revista foi o fato que cada história é como um Rap ( se você ler e for mentalizando o
ritmo na cabeça ). Márcio Baraldi conseguiu mostrar todas as situações envolvendo o
personagem como se fossem músicas curtas.
Assim, histórias sobre dar uma
chance a paz, de jogar bola e não usar drogas, de não pichar e sim
grafitar, de atitude, do direito ao lazer, de diversão, de trabalho sem
exploração, aborto, homenagem a Che Guevara, respeito à natureza, da crise que assolou o mundo, de aids, de religião e criticando
as guerras que acontecem em nome deste motivo, enfim, muitos temas e sempre
com uma conscientização e mostrando quais são os caminhos certos que devemos
seguir estão praticamente musicados como se fossem mesmo um Rap. Muito importante também são as
histórias que sobre a primavera árabe onde várias ditaduras caíram e outras estão
caindo, as rádios comunitárias, contra preconceito e aborto, enfim, cada página
chama a atenção para um novo e importante tema.
