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A capa da obra é um desenho feito à mão de Daniel Martin Diaz, um artista americano, que no desenho misturou conceitos científicos e filosóficos como anatomia, ciência da computação, matemática, cosmologia, geometria sagrada, simbolismo e esoterismo, que podem serem observados no encarte do álbum, sendo tudo baseado na ideia de Rafael Bittencourt para Ømni. E quem finalizou o conceito gráfico foi o renomado Gustavo Sazes. Para os processos de gravação, produção e mixagem, o Angra escolheu o sueco Jens Bogren ( Moonspell, Sepultura, Haken, Opeth, entre outros ) e o seu Fascination Street Studios garantindo uma sonoridade ímpar ao cd. A masterização é assinada por Tony Lindgren, que soube como aglutinar o Heavy Metal com os momentos de Rock Progressivo, Thrash Metal, Power Metal, Djent e Música Latina e Brasileira espalhados nas onze faixas do cd. Dito tudo isto, está curioso(a) para saber mais detalhes das faixas? Vou começar a contar mais sobre eles a partir de agora.
Na abertura temos linhas clássicas, que trazem os velozes solos de Rafael Bittencourt e Marcelo Barbosa nas guitarras com a acelerada Light Of Transcendence em que Fabio Lione canta com seu conhecido e sempre esperado carisma e muita potência, que somado aos toques de baixo e de bateria levam este Power Metal ser possuidor de um estilo bastante pesado e empolgante. Atenção também aos trechos orquestrados comandados por Francesco Ferrini do Fleshgod Apocalypse nesta primeira música. Depois, o quinteto envia os riffs fortes e envolventes de Travellers Of Time, onde a percussão de Dedé Reis ocupa um destaque no início e posteriormente, o estilo robusto do Angra se evidencia em uma ótima melodia com atuação marcante de Felipe Andreoli no baixo e várias das características conhecidas da banda, que apreciamos desde sempre, como os solos melodiosos de guitarras e as incursões de Rafael Bittencourt nos vocais junto dividindo algumas partes com Fabio Lione garantindo assim, mais eletricidade à música.
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Com os vocais de Rafael Bittencourt e aos dedilhados no violão levando muita emoção, a balada The Bottom Of My Soul recebe pouco depois seu peso conferindo um formato mais Progressivo e bastante saboroso de se ouvir em que tenho que salientar os seus vigorosos solos de guitarras, que deixam esta música muito mais emblemática e comprovam como Marcelo Barbosa está à vontade no Angra e também com o seu parceiro das seis cordas. Para a rápida, pesada e puramente melódica War Horns, que conta com Kiko Loureiro solando sua guitarra e relembrando de seus longos anos no Angra, o quinteto nos surpreende com uma faixa que sofre modificações inesperadas e que o músico sola com brilhantismo à maneira que é exigido pelo ritmo da canção liberando assim Fabio Lione para liberar seus poderosos agudos.
Caveman mistura seu princípio Djent, Progressivo e ritmos brasileiros com letras em português e com os vocais de Fabio Lione na mais diferente canção de Ømni, pois, quando o italiano canta sua base é voltada ao Power Metal mais tradicional, porém, depois eles mergulham em um trecho viajante que atravessa momentos encorpados nos solos de guitarras. Esta Caveman deixa claro que o Angra vai frequentar muitos caminhos em seu Heavy Metal sem render-se a nenhum e que a banda continuará evoluindo bastante, além de se desafiar sempre.
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Mais uma vez, o Angra enfrenta com sabedoria as suas adversidades e dispara um álbum que deixa claro que a banda terá muitos mais plenos anos de vida, que sabe como juntar novos estilos ao seu, e isso, sem perder a identidade e como agradar os antigos fãs, além de conquistar novos com seu mais pesado álbum de estúdio, que certamente ocupará o seu lugar entre os cinco melhores da carreira da banda, pois, Ømni é muito melhor do que já foi dito por aí e não é por acaso que sua tour mundial já conta com mais de 100 datas só em 2018. Excelente e completamente certeira a aposta da Shinigami Records em lançá-lo no país.
Nota: 9,5.Por Fernando R. R. Júnior
Setembro/2018
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