Apple Sin
10 Faixas - Independente - 2017

    O quinteto mineiro Apple Sin, que conta com integrantes das cidades de Barroso e Dores de Campos teve sua fundação no ano de 2012 e neste princípio de banda, a ideia tocar o seu Metal voltado para as linhas tradicionais do estilo e suas composições autorais com consideráveis influências de Judas Priest e Iron Maiden. Três anos depois em 2015, eles disponibilizaram o seu primeiro registro pela Black Legion Produções, o EP Fire Star, que os levou a uma apresentação no festival Roça'n'Roll de 2017 e também a figurar entre os participantes da série de coletâneas Roadie Metal, no caso em seu Volume 8.

    O line up que registrou o cd debut autointitulado composto por dez faixas é o seguinte: Patric Belchior nos vocais, Beto Carlos e Tainan Vilela nas guitarras, Raul Lourenço ( Ganso ) no baixo, Eduardo Rodrigues na bateria e o convidado Phillippe Belchior nos teclados. Já a produção e a mixagem ficaram a cargo de Eduardo Rodrigues e foi realizada no Studio Recording entre 2015 e 2016. A capa foi desenhada pelo baixista Raul Lourenço ( Ganso ) mostra uma maçã gestando uma cria notadamente do mal.

    Os teclados mais melancólicos e épicos da primeira faixa nomeada como Intro despertam facilmente uma curiosidade ao que teremos a seguir a partir do momento que eclodem os solos de guitarras, que chegam em uma puramente centrada no Heavy Metal Tradicional, pois, Sea Of Sorrow, o quinteto de Barroso ataca com uma canção cadenciada e com vocais agressivos criando assim, um ambiente envolvente pronto para conquistar que gostam do estilo há muitos anos ao aliar o peso em viagens longas ditadas pela potência dos solos de guitarras e vocalizações marcantes. Depois desta 'ganchuda' composição, o Apple Sin desfere a Darkness Of World, que chega com sua artilharia cada vez mais fortificada graças aos solos de Beto Carlos e Tainan Vilela nas guitarras em que é produzido um ritmo mais rápido, que possibilita a Patric Belchior cantar com muita energia em uma condução inspirada no Iron Maiden, que pode ser conferida também nos toques feitos pelo baixista Raul Ganso e nas viradas disparadas pelo baterista Eduardo Rodrigues para uma letra que reflete as mazelas de nosso mundo. Atenção aos solos finais que marcam de vez a audição desta música.

    Na faixa que intitula a banda, a Apple Sin, encontramos um Heavy Metal onde são exaltadas as melodias extraídas das guitarras de Beto Carlos e Tainan Vilela, que atuam em ótimos duelos liberando para que os vocais expressem versos cativantes, que nos convidam à participar do refrão, aliás, note a semelhança no timbre de Patric Belchior com o 'Air Raiden Siren' Bruce Dickinson.

    Mais robusta que as anteriores, Another Day entra nos solos 'cavalgantes' da entrosada dupla de guitarristas e com vocais mais ferozes em um andamento excelente para socar o ar ou sacudir o pescoço, pois, a voltagem nesta música é imensa e o Apple Sin sabe usá-la com sabedoria. Para Respect, o quinteto envia uma canção mais lenta, onde os vocais de Patric Belchior estão desnudados e podemos apreciar mais a sua voz, que é capaz de passar muita emoção. E para quem gosta de solos longos, esta sexta faixa do cd enaltece o capricho em cada um deles.

    Fire Star, a seguinte, é um Heavy Metal acelerado e devidamente contagiante em seus solos de guitarras e em seus vocais, sendo que ambos estão significativamente bem postados e inclusive esta combinação é certamente responsável por um dos melhores momentos do álbum, aliás, é daquelas canções que podem seguramente abrir os shows da banda por seu poder de impacto. Em Black Hole, o Apple Sin apresenta uma composição carregada e inflamável em que sua parte instrumental ganha mais evidência em solos puramente Heavy Metal, porém, com os vocais estão combinados como se deve... eles capturam o fã imediatamente.

    A matadora e raivosa Roaches Blood é a penúltima do cd e o quinteto decidiu exibir uma música que está pronta para arrebentar com os pescoços, pois, seja em seu ritmo ou em seus vocais, isto está bem declarado neste praticamente Thrash Metal. Entretanto, a mudança de andamento para uma linhagem Heavy Metal ocorrida mais ao meio da música é saborosa de se curtir. Na última intitulada como Roadie Metal e inclusa como bônus, o Apple Sin nos coloca diante de um Heavy dotado de todos os elementos para se gostar da música em apenas uma audição, afinal, está tudo lá... solos rápidos e melodiosos, vocais calorosos e uma linha de baixo e bateria que estão devidamente atuantes em uma homenagem ao site Roadie Metal.

    Apesar de investir mais diretamente no Heavy Metal Tradicional, o Apple Sin mostrou também algumas influências direcionadas ao Thrash em alguns pontos deste cd de estreia, o que é muito bom, pois em tempos que mistura-se de tudo no estilo, é importante saber que temos nomes no Brasil que fazem o que podemos considerar como básico e com qualidade. Fãs de Iron Maiden, Grave Digger, Judas Priest e Megadeth, olhos e ouvidos atentos aos mineiros, pois, é a garantia de uma audição prazerosa.
Nota: 9,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2018

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