Antes de
comentar mais sobre este novo álbum e o primeiro ao vivo do Azul
Limão, vale dizer que a banda fundada por Marcos Dantas na
guitarra e Vinicius Mathias no baixo no início dos anos 80 só
estabilizou seu line up um tempo depois com Rodrigo Esteves
no vocal e Ricardo Martins na bateria, época que lançaram as
demo tapes Pegasus e Não Vou Mais Falar,
ambas de 1983. O primeiro álbum Vingança, que é um
clássico do Heavy Metal Brasileiro saiu em 1986 e o segundo
trabalho Ordem & Progresso chegou para os fãs em 1987. Em
2013, ainda com a formação original, eles disponibilizaram o álbum
Regras do Jogo e depois de alguns anos parados, o Azul
Limão retomou suas atividades em 2018 com Renato Trevas ( vocais
e ex-Metalmorphose ), Marcos Dantas (
guitarra ),
Vinicius Mathias ( baixo ) e Andre DeLacroix ( bateria
e vocais e ex-Metalmorphose
) com o álbum Imortal que motivou a turnê que resultou
neste En Acción, que detalharei nas linhas abaixo.
E o show é
começa com a faixa Abertura com as sirenes de ataque aéreo anunciando a
entrada do Azul Limão no palco, que já dispara seu eficaz Heavy Metal
tradicional em português com a rápida Portas da Imaginação, canção
pertencente ao disco Vingança de 1986, que empolga tanto nos vocais de
Renato Trevas como
também na evolução dos solos de guitarra feitos por Marcelo Dantas, que
certamente fez os headbangers de Assunção sacudirem seus pescoços. Após
a saudação do vocalista Renato Trevas para os fãs e também a apresentação da
banda embalada no ritmo produzido pelo baixista Vinicius Mathias chega a
cadenciada e envolvente Sangue Frio, também do Vingança, que é para cantar e
pular no andamento exibido pelo Azul Limão, que além de sentir a beleza
de seu solo de guitarra percebemos que a banda conquistou a plateia
presente na Plaza Uruguaia, que correspondeu plenamente a
energia enviada do palco.
Isso fica evidente com a resposta
dos fãs aos gritos de "Olê... Olê... Olê... Azuuull Limaaooo", que
trazem o Heavy Metal vibrante de Paranormal, onde as linhas de baixo e
guitarra são puramente oitentistas, e por isso mesmo, altamente
cativantes, assim como os vocais de Renato Trevas e como ele usa nesta canção
do disco Imortal ( de 2018 ) incendiando de vez o show,
que tem direito a solos fulgurosos de guitarra. Informados em espanhol pelo
vocalista Renato Trevas que a música seguinte é do primeiro disco Vingança, o
Azul Limão envia o
Heavy cheio de voltagem presente em Não Vou Mais Falar, cujos solos de
guitarra orientam os caminhos da música, assim como os seus vocais
devidamente fortificados.
Para a veloz
Guerreiros do Metal,
que abre o Imortal o quarteto mostrou um verdadeiro hino e um Heavy deveras contagiante
com uma pegada Motörhead em que devemos ouvir e
agitar mesmo em casa enaltecendo o potencial do Metal Brazuka. Em Satã
Clama Metal, os fãs provaram que sabiam e esperavam por esta composição,
que também pertence ao Vingança, que foi tocada com um andamento acelerado e solos
ferventes de guitarra capturando cada um dos presentes lá e quem ouve o
disco aqui. Totalmente inflamado, o vocalista fala novamente os nomes
dos seus colegas de banda e diz que tocarão o Heavy Vingança,
faixa título do clássico álbum dos anos 80, onde não
economizaram na sua intensidade, que certamente foi responsável por
muitas rodas entre os paraguaios.
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A última de
En Acción e do show do
Azul Limão foi a adrenalina contida em Coração de Metal,
cover do Strees, que foi o seu bis no festival e se
trata de um Heavy Metal flamejante que foi gravado no disco Regras
do Jogo de 2013 e tem
em sua letra uma ode aos headbangers, além de solos galopantes
e melodiosos como adoramos, onde rendo meus parabéns ao guitarrista
Marcelo Dantas, sendo que o quarteto fez questão de
imortalizar a versão exibida neste Metal Feria Fest V como uma das
melhores de todas da noite.
Óbvio que em um festival com
outras seis bandas o tempo total do show é menor se comparado com uma
apresentação somente sua, mas, saiba caro leitor(a) do
Rock On Stage que este En Acción captou muito bem toda a
eletricidade do Azul Limão no palco realizando um memorável show de
Metal, que agora está embalado neste lançamento da Dies Irae em 'slipcase'
se tornando um item de colecionador mesmo.
Nota: 9,5.
Por Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2020
