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Em março de 2018 foi lançado este primeiro cd, gravado por Carlos Ziviani no Casarão do Rock, Casa Estúdio e no Monkey Estúdio, exceção feita apenas para os vocais das músicas Muito Papel Pra Pouca Solução e Barril de Pólvora, que foram registradas por Mateus Mendes no MM'S Estúdio. Os processos de mixagem e masterização ocorreram no Engenho Estúdio Multimídia aos cuidados de Andre Cabelo. E para a capa, o quarteto escolheu um cenário de guerra em uma grande cidade é da Garth Comunicativa. Posso sintetizar tanto esta capa quanto o som que encontraremos no cd com a frase que está no seu encarte: "Estamos todos num grande barril de pólvora. O ódio, a ganância e a intolerância ascenderam o pavio. Agora é questão de tempo, o mundo está prestes a explodir".
E o Heavy Metal do quarteto mineiro começa com a encorpada O Som do Trovão com uma carregada introdução destacando a linhagem de baixo, bateria e guitarra, todos devidamente sincronizados e energizados para diagramar o caminho dos vocais, que estão por algumas vezes mais agudos, porém, no decorrer da música, eles cravam o formato oitentista brasileiro transbordando potência. É interessante de ressaltar aqui também que mais ao meio... pelas modificações iniciais... temos a sensação de outra canção até o refrão posicionar e terminar esta vibrante primeira faixa, que atribui o Heavy Metal como o som do trovão em uma excelente analogia.
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De um formato Rock'n'Roll Pesado e com versos despojados e consideravelmente divertidos, Tocando no Inferno é orientado pela eletricidade da guitarra e é cativante pelo ritmo executado pelo quarteto, que é literalmente flamejante e vai para a memória facilmente e termina naquela linhagem mais Blues, que fazem desta uma baita música deste álbum. Para Loucuras, Sonhos e Delírios, o Barril de Pólvora nos coloca diante de um 'Rockão' extravasando voltagem em um ritmo que transita pelo Blues, Rock'n'Roll e Hard Rock produzindo junto dos vocais uma lembrança ou mesmo homenagem ao poderoso som de nomes brasileiros como Joelho de Porco, Made In Brazil e Centurias, cuja letra merece ser acompanhada com atenção verso a verso, assim como as inversões de andamento aplicadas sempre com muita categoria.
O título da sexta canção do cd, que é Blues da Saudade já denuncia o que teremos a seguir: um Blues eletrificado de letra nostálgica rememorando ao passado, onde os solos feitos por Emerson Martins em sua guitarra são o destaque, porém, existem os pontos em que até um duelo com o baixo de Saulo Santos acontece, e isso, amplifica o prazer de ouvir esta canção, que é vocalizada com primor por Flávio Drager.
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Demorou - até por conta das dificuldades em se lançar um disco de Heavy Metal independente no Brasil - mas, o Barril de Pólvora realiza uma excelente estreia com este álbum que transita com muita categoria pelo Heavy Metal Tradicional, pelo Hard Rock e pelo Blues com letras em nossa língua de forma que os fãs de nomes como o Golpe de Estado, Baranga e até Velhas Virgens devem se atentar e curtir a sonzeira contida nestas oito canções. Que venham mais e saibam caros leitores(as) do Rock On Stage, o pavio do Barril de Pólvora está aceso, então coloque o cd para rolar e sinta o prazer desta maravilha explodir diante de seus ouvidos em alto e bom som.
Nota: 9,5.Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2018
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