Calvary Death - Serpent
12 Faixas - Relapse Records/Cogumelo Records - 2010

   Pela capa macabra feita por Fernando Lima você já sabe o que o álbum Serpent do trio mineiro de Itaúna Cavalry Death é voltado mais para o Death Metal com muitas blasfêmias contra a Igreja. E Ruddy Souza ( baixo e vocais ), Roberto Antunes ( guitarra ) e Marco Túlio ( bateria ) gravam o artefato entre julho e agosto de 2009 no estúdio Engenho com a produção de André Cabelo em conjunto os membros da banda. Mas, não pense que eles estão começando agora, pois o Calvary Death tem a formação estabilizada há sete anos e milita no metal extremo desde 1987, quando ainda se chamavam Túmulo de Ferro.

    Introduzido com a curta Hell que começa forte, cadenciada e com os urros do baixista Ruddy Souza que servem justamente para abrir o espaço para a velocidade e a destruição de Serpent, a faixa título do cd, que entra arrasando com tudo que esperamos ouvir, pois temos muitas pancadas na bateria de Marco Túlio e muitos solos agonizantes da guitarra de Roberto Antunes, melhor forma de começar o cd acho que não poderia ter sido encontrada pelo trio. World Of Nobordy é ainda mais brutal e possui um ritmo mais violento, com vocais extremos e a presença da guitarra de Roberto Antunes cadenciando com riffs infernais o andamento conferindo pela fúria que o Calvary Death aplica em seu instrumental apocalíptico.

    Com um embasamento destruidor de guitarra, tem inicio Hanging Alive, que é outra porrada do trio mineiro. A raiva sonora que estava alta, passa a sensação de ficar ainda maior, seja pelo poderio da parte instrumental ou pelos guturais sufocantes de Ruddy Souza. Excruciation não diminui em nada o tamanho da fúria do Calvary Death, que prova que não quer deixar o ouvinte ter tempo para respirar, pois esta quinta faixa de Serpent nos mostra a consolidação do som extremo do conjunto, e detalhe, com todos os instrumentos aparecendo com clareza, o que dignifica o trabalho de gravação e produção do cd. Isso manterá a cabeça do deathbanger sacudindo freneticamente com toda a pancadaria que é desenvolvida, mesmo quando a aceleração é reduzida para os trechos mais cadenciados que estão lotados de ótimos solos.

    Antichrist tem um vigoroso inicio instrumental até que Ruddy Souza urre em uma alternação mais brutal de trechos cadenciados com acelerados, e afirmo: esta é para bater a cabeça mesmo. Na seguinte, o vocalista utiliza os teclados para produzir o monstruoso clima de The Funeral, que prossegue com a linha cadenciada e vocais dotados de uma violência bestial, posso afirmar que o trio conseguiu outra composição capaz de quebrar tudo.

    Os solos de Roberto Antunes tomam conta da curta e violenta Betrayer, entretanto quando Ruddy Souza solta os seus vocais guturais é que o Calvary Death aplica a velocidade matadora nesta oitava canção de Serpent. House Of Betsaida é um  daqueles deaths dos mais bárbaros e a banda alterna com muita capacidade das partes mais rápidas para as mais cadenciadas, fato que aumenta bastante o contentamento de ouvir o trabalho. Para Could Be The Human Race Fall eles preparam um set instrumental arrebentador para que Ruddy Souza urre com toda a sua força.

    Em Crucial Moment, o vocalista misturou urros meio falados em meio ao forte peso instrumental, fato que criou uma característica bem diferente do esperado nesta penúltima faixa de Serpent, mas sem deixá-la menos brutal, rápida e matadora. A última é Burning Forever e seu destaque está no vigor de baixo, guitarra e bateria, que expressam toda a impetuosidade necessária para Ruddy Souza berrar com vontade em meio aos solos selvagens do guitarrista Roberto Antunes.

    Com toda a tradição mineira de bandas extremas ( casos de Sepultura, Sarcofágo, Overdose e tantas outras ) o Calvary Death realiza um death metal com a selvageria necessária para agradar as hordas extremas por todo o Brasil e também do mundo.
Nota: 8,5.

Site: http://www.calvarydeath.co.cc/ e http://www.myspace.com/calvarydeathbr

Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2010

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