Cromathia - Another Day Of Torment
10 Faixas - Eternal Hatred - 2016

    Como sempre acontece com as bandas brasileiras, que são persistentes, continuam firmes na cena e depois de muitos anos conseguem lançar o seu tão almejado álbum de estreia, o Cromathia, uma horda de Death Metal que teve origem em Curitiba/PR em 2003 disponibilizou o seu primeiro demo chamado Age Of Shadows no ano seguinte de sua formação, o EP Souls Of Purgatory de 2009 e o single Obscure Desire de 2010. Mesmo assim, com o passar do tempo algumas modificações no line-up aconteceram e finalmente em 2016 essa perseverança foi recompensada com o álbum Another Day Of Torment, que foi gravado no Avant Garde Studios, mixado e masterizado por Maiko Thome Araújo ( que já trabalhou com o Amen Corner, Dragonheart, Offal e Imperious Malevolence ).

   Na capa temos um ser trancafiado, amarrado com uma camisa de força ligado e a eletrodos, sendo que onde deveriam estarem seus olhos, temos uma luz e máscara com alguém na cruz em um fundo esverdeado nos levando a imaginar várias possibilidades para este desenho de Carlos Fides da Artside ( que já criou para o Almah, Nocturnall, Deloga, Narnia e outros mais ).

    Another Day Of Torment nos apresenta dez faixas voltadas ao Death Metal mais clássico de nomes como Morbid Angel, Death, Cannibal Corpse e Deicide ao comando de João Vitor Peres no baixo, Marco Bueno na guitarra, Max Vorax nos vocais, Osmar A. Ferreira na guitarra e Thiago Mussi na bateria ( cortesia da Black Records ). Vamos ao seus detalhes.

    Ao som de ventos e dedilhados, a instrumental Another Day Of Torment, que é a faixa título do cd faz a introdução um tanto que melancólica para a voraz aniquilação contida em Rise Of A New Age, que entra com um ritmo encorpado, que é muito bem conduzido pelo Cromathia e exalta a sua raiva aos urros dos versos berrados por Max Vorax nesta letra sobre uma destruição em massa da humanidade em variações instrumentais onde percebemos muita habilidade dos músicos. Depois desta fulminante composição, o Cromathia desfere a cadenciada e envolvente Burning Like 1000 Suns, que prossegue o cd impiedosamente e apresenta alguns pontos mais velozes, onde podemos notar suas evoluções instrumentais pesadas e técnicas em meio aos berros de seus vocais ora urrados... ora rasgados, que destaco a atuação dos guitarristas Marco Bueno e Osmar A. Ferreira.

    De uma pegada mais Thrash Metal e também cadenciada, Noble Thief exibe sua faceta mais Death Metal assim que Max Vorax canta seus versos com toda a sua raiva. Entretanto, quando a música se acelera sentimos todo o poder do rolo compressor do Cromathia, graças ao baterista Thiago Mussi, além é claro da eletricidade oriunda dos solos de guitarras no padrão do Megadeth executados com precisão por Marco Bueno e Osmar A. Ferreira.

    Para Strong Empire, o quinteto envia uma faixa mais robusta e acelerada, que conta com implacáveis urros e rasgados, que a deixam ainda mais agressiva, sendo que somos capturados por suas viradas demolidoras de andamento e que são efetuadas com distinção por eles. Depois, a aniquilação sonora continua com Souls Of Purgatory, que é mais cadenciada e dotada de uma grande cólera a cada verso cantado com fúria por Max Vorax, onde novamente enalteço sua parte instrumental, que foi realizada por Osmar A. Ferreira, Thiago Mussi, Marcos Bueno e João Vitor Peres, em especial, este último, que atua conferindo um brilho maior em seu baixo durante os solos frenéticos de guitarras.    

    Em Supremacy Never Dies, o Cromathia mantém sua forma intacta ao nos colocar diante de outra vigorosa canção que alterna pontos cadenciados na mescla de urrados mortalmente e outros mais rápidos, porém, ambos sempre executados com muita habilidade pelos curitibanos dispostos a inspirarem a abertura de uma roda de mosh. O oitavo terremoto do cd atende pelo nome de Obscure Desire e o quinteto novamente mostra seu incontrolável Death Metal intenso e carregado, que sempre está prestes a metralhar o ouvinte através de seus urros insanos.

    A última do tracklist normal é a Convincing Pain, cujos solos iniciais antes dos vocais revoltosos vão para a memória imediatamente aumentando a linha violenta explorada pelo Cromathia neste álbum, que enfatiza a importância dos solos de guitarras, que estão sempre feitos com capricho para que as músicas soem melhores, mesmo sendo devastadoras o tempo todo. Encerrando Another Day Of Torment temos uma versão orquestrada com arranjos de Maiko Thomé para Burnning Like 1.000 Suns, que não chega a diferir tanto de sua contraparte ouvida anteriormente, porém, o seu final é mais melódico.

    O Cromathia provou neste cd Another Day Of Torment, que possui as condições necessárias para procurar um lugar reluzente no concorrido cenário extremo brasileiro, pois, soube criar músicas ferozes, intensas e incansáveis devidamente nos padrões do Death Metal mais clássico ou tradicional ( como queira ), onde tanto suas linhas de vocais urradas e rasgados quanto as instrumentais coexistem com muita técnica e harmonia prontas para detonar com os pescoços dos amantes do estilo. Quem eles consigam oportunidades de shows e que isso se reflita em um futuro novo disco.
Nota: 8,5.

Por Fernando R. R. Júnior
Julho/2018

Site oficial: http://www.cromathia.com.br/ 
Facebook: https://www.facebook.com/cromathia/.
You Tube:https://www.youtube.com/channel/UCD1ZPf1Zg001GlVvvOVxgKA
 

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