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Ele continua essa definição com o longo discurso, que você confere a seguir: "Mantivemos as raízes intactas e continuamos abordando a brutalidade desse estilo de música, mas há, de fato, uma evolução tanto musical quanto em termos de letras. Esse é um disco mais forte, mais brutal, com mais elementos do Death Metal, mas ainda com a presença do Black Metal em alguns aspectos.
O Crucifixion BR está indo por um caminho mais técnico e inteligente, acho que a música está mais criativa, assim como as letras. O Destroying The Fucking Disciples Of Christ - leia resenha - tem muita coisa antiga, da raiz, tem músicas de demos e músicas novas da época, já no Human Decay só duas músicas são antigas, My Savior e a A Few Lies Of Your Whole Light, coincidentemente são as que foram lançadas como singles e videoclipes.
As letras do primeiro disco abordavam temas clássicos do Black Metal, como a crítica à hipocrisia da igreja católica, anti-cristianismo, um pouco também sobre crise existencial, falando da morte, enquanto que o Human Decay é uma evolução. Claro que a gente ainda mete o pau no cristianismo ou qualquer outro tipo de religião e fanatismo, mas também foca em acreditar em nós, nos nossos ideais, na nossa força interior e sem dogmas, sem religião, o que acaba por transmitir ao público uma mensagem de não desistir de seus objetivos e sonhos e tentar fazer o correto. Queremos evolução sempre e, musicalmente, nos tornarmos cada vez mais brutais." Saberemos mais como foi esta evolução ouvindo o cd e conferindo a resenha logo abaixo.
Com diversos sons macabros e - por que não dizer - apocalípticos, o cd é aberto com Opening The Gates - Blasphemy Returns, faixa instrumental que se conecta na avassaladora Human Decay, um Black Metal totalmente cru e visceral salientando a incansável Juliana Novo detonando nos 'blast beats' de sua bateria e também os vocais urrados de Maxx Guterres e do convidado Andre Rod do Attomica. Na curta Confirmed Execution 666 ouvimos algumas vozes assustadoras para que em seguida o Crucifixion BR continue com o terremoto sonoro presente em seu Blackned Death Metal através de Annihilation And Victory, canção em que a banda soa tão violenta e agressiva como anteriormente, porém, agora apresentando uma pegada mais cadenciada, onde os vocais extremos e guturais se fazem presentes assim como os 'triggers' feitos na bateria e não posso esquecer de mencionar o solo de guitarra Sebastian Cársin, que ganha um destaque neste imenso caos feito pelos gaúchos.
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Após esta marcante criação, eles seguem coléricos com a execrável My Savior, que é tão dilacerante quanto a anterior, porém, alterna sua velocidade com partes mais cadenciadas e toneladas de urros extremos. Entretanto, o Crucifixion BR soube controlar cada instante da música com habilidade aplicando toda o seu conhecido fel e foi capaz de surpreender com os dedilhados no meio da canção, que exibem vocais agonizantes, que continuam até que uma sequencia de solos Melódicos e bastante variados apareçam confirmando a versatilidade da banda.
Em Bloody Fire Victory, Maxx Guterres recebe Dave Ingram do Benediction e ex-Bolt Thrower para que juntos possam disparar esta impiedosa criação, que é dotada de um ritmo instrumental simplesmente opressor durante os seus vocais revoltosos em pura ira durante suas estrofes. Após este momento simplesmente infernal, a curta Passage concede um breve respiro para que a seguinte, que foi convenientemente nomeada como Insanidade Bestial siga com o feroz pandemônio sonoro do Crucifixion BR em outra atuação vigorosa da banda, que tem a pretensão de não deixar pedra sobre pedra, sendo que sua rispidez está estampada também nos toques do baixista Beto Factus. The Final Chapter coloca em seus melancólicos momentos instrumentais os números finais neste brutal álbum brasileiro.
25 anos de lutas, dificuldades, conquistas e vitórias comemoradas com um dos mais destruidores álbuns de Black/Death Metal de 2021, que é dotado de doze exterminadoras criações que os fãs precisam conhecer, pois, asseguro que o Crucifixion BR se superou neste Human Decay, que indubitavelmente fará os seus ouvidos ficarem inoperantes após a sua execução completa.
Nota: 9,0.
Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2023
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