Darkest Seed - The Scars That Never Heal
2009 - 10 Faixas - Independente

   Para o lançamento do seu primeiro cd The Scars That Never Heal o trio composto por Benhur Lima ( vocais e baixo ), Ricardo Reolon ( guitarra, ex-Burning In Hell ) e César de Campos ( bateria ) procurou a prefeitura de Caxias do Sul/RS, para que através da Lei de Incentivo à Cultura pudesse concretizar este ótimo trabalho de forma independente. E assim, o grupo surgido em 2004, pode entrar no estúdio Nitro de propriedade de Roger Fingle ( Blood Tears, Seduced By Suicide ) para as gravações, mixagem e masterização de seu debut. E como vou contar em maiores detalhes mais abaixo, a banda escolheu realizar uma incursão entre o heavy metal mais tradicional com o hard rock, e o detalhe eles transitam com muita técnica, melodia e categoria em ambos os estilos que dão uma sonoridade perfeita e atual a The Scars That Never Heal.

    A abertura acontece com a ótima End Of Time que exibe linhas heavy metal pesadas, porém com uma condução muito bem feita pelo baterista César de Campos. Os vocais de Benhur Lima são bastante empolgantes e os solos de guitarra de Ricardo Reolon dão a tônica certa à End Of Time, aliás, os riffs finais são do jeito que os apreciadores adoram. Com fraseados de guitarras aparecendo mais ao fundo, e depois tomando conta do som, temos Down, a segunda do cd do Darkest Seed, e a pegada aqui é mais hard rock e o trio a executa muito bem por sinal. Atenção para o solo cheio de distorções do guitarrista Ricardo Reolon e a atuação do vocalista Benhur Lima notadamente influenciada por ícones do porte de David Coverdale.

    Com um instrumental bem forte encontramos The Final Hour, a terceira faixa de The Scars That Never Heal, além disso, a faixa é dotada de uma construção mais pesada, percebida especialmente no andamento vibrante e com variações de alta qualidade do baixo e da bateria, que são alicerçados na vibrante forma de cantar de Benhur. Lonely é mais cadenciada seja pelo ritmo da guitarra ou da bateria, mas o vocalista do Darkest Seed garante linhas quer irão emocionar, afinal quando ele canta, percebe-se a versatilidade e a facilidade que ele aumenta o potencial de sua voz. Em Silent Scream, mais uma vez temos um das características principais da banda em apoiar o som no desempenho do guitarrista, pois Ricardo Reolon realiza um ótimo trabalho durante as vocalizações de Benhur, que alia suas seis cordas ao talento do baterista e conseguem deixar Silent Scream como um grande destaque do cd.

    Em  L.I.F.E. é a vez de Benhur mostrar sua técnica no baixo em meio aos solos de guitarra de Ricardo, que juntos trazem mais cadência ao som do trio gaúcho e o  interessante é a performance nos vocais com seus agudos emocionantes e o refrão bem pesado que garantem a empolgação. Os destaques de Soul Caged ficam para o início com a parte instrumental altamente elaborada, o vocalista disposto a passar todo o seu feeling de suas cordas vocais e o guitarrista Ricardo contagiando bastante com os longos solos que cravam em nossa memória. The Darkest Seed possui um andamento mais rápido e animado com melodia aderente com ótimas evoluções de guitarras, bateria e baixo, que deixam e marca esta oitava canção do trio de Caxias do Sul/RS como uma das melhores do cd.

    Hopeless volta a exibir mais cadência e os vocais são mais agressivas, mas Benhur "não  consegue" cantar sem nos dar uma grande dose de emoção com sua voz, e então caro leitor(a), ao ouvir Hopeless abra sua mente e sinta essa emoção. A ótima faixa que intitula o trabalho, The Scars That Never Heal, tem a missão de encerrar o cd e o faz com mais peso nas conduções técnicas do baixo e da bateria, que assim como a anterior estão mais cadenciadas caminhando por linhas mais heavy metal com vocais até um tanto mais agressivos, porém sem esquecer das linhas melodiosas nos vocais e os solos de guitarra que Benhur e Ricardo Releon fizeram por todo o cd. 

    Uma das formas de se perceber se um álbum cai no gosto ou não é quando se termina e de ouvi-lo e não se percebe que ele acabou, e dá aquela vontade de que tivesse mais uma música e em The Scars That Never Heal acontece exatamente isso. Então a solução é ouvir o cd novamente e apreciar a qualidade técnica do Darkest Seed.

Site: http://www.darkestseed.com e http://www.myspace.com/darkestseed

Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2009

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