Deguella - Headshot
12 Faixas - MS Metal Records - 2014

    Da capital do Piauí - Teresina - no ano de 2007, uma galera começou a realizar a junção de Heavy Metal com o estilo Industrial, mas transitando pelo Hardcore, assim surgiu a banda Deguella, que em pouco tempo lançou o álbum Nada a Perder, que garantiu à banda muitos shows e uma boa exposição no cenário Underground do nordeste. Depois, Fábio Gomes e Pádua Belo nas guitarras, Fernando Castelo Branco no baixo, Delson Gomes na bateria e Leopoldo Jr. nos vocais 'deram um tempo' no Deguella para se dedicarem aos seus projetos particulares.

    Eles retomaram as atividades em 2013, quando começaram os processos de composição do seu segundo álbum de estúdio, que recebeu o título de Headshot com letras agressivas cantadas em português. As gravações, mixagem e masterização deste novo cd foram realizadas pelo guitarrista Fábio Gomes no D´Records Studio entre janeiro a junho de 2013 e a capa e encartes assinados por Assis Machado.  

    Com efeitos um tanto que sombrios de água e o Hardcore do quinteto começa com a agressiva Autodestruição, que apresenta um andamento cadenciado de guitarras pesadas e vocais raivosos, mas isso, até que eles acelerem e aumentem o caos da composição, onde sente-se a necessidade de abrir rodas. A faixa que intitula o cd é a segunda e Headshot entra com um violento ritmo, que é vociferado com muita cólera por Leopoldo Jr. O Deguella demonstra um poderio de fogo muito grande também na parte instrumental, que agradará fãs de um Thrash Metal.

    Com várias risadas em meio a um veloz andamento furioso, Hiena avança feito um trem desgovernado com vocais raivosos e os caras deixam claro na sua letra toda sua imensa revolta. Em Corrente da Escravidão, as guitarras de Pádua e Fábio exibem belas evoluções durante as caóticas linhas de baixo feitas por Fernando Castelo Branco e bateria, na cortesia de Delson Gomes, de forma que não reste outra alternativa senão sair cantando com muita cólera cada verso com o vocalista da banda.

    Com várias distorções em meio a riffs de guitarras, Estorvo eclode com todo o ódio que Leopoldo Jr. desejou passar, e aí tome seus fortes berros e isso, rolando em um ritmo instrumental cheio de peso e atitude, que quando recebe mais velocidade me levou a imaginar a destruição que será promovida nas suas execuções ao vivo. Cadenciada e agressiva nos vocais, mas bastante violenta no jeito de ser conduzida... assim é Mosca Azul, a sexta de Headshot que recebe uma virada que multiplica o potencial de ataque da canção do jeito que o fã gosta, porém, nesta acontece de surpresa

    Com uma exposição de muita ferocidade em seus selvagens versos, que trazem a participação de Petillo do Intomorphim nos vocais, Álcool ganha seu destaque não pelo peso que possui em quase sua totalidade, mas sim pelos teclados, que foram incluídos em alguns trechos, afinal, o estilo proposto não deveria em tese fornecer espaço para isso, mas aí reside um diferencial da banda.

    E o Deguella continua socando a cara com a porrada Destruído, que exibe solos de guitarras matadores, além de uma eficiente e forte atuação do baixista Fernando Castelo Branco e também muita ira em seus versos. Com Transtorno, o quinteto novamente vem disposto a arrebentar com tudo em um andamento instrumental, que exala violência em cada instante, onde mais uma vez reparamos que o baixista meteu a mão sem dó e produziu notas estralhaçadoras junto aos solos de guitarras e o massacre que ouvimos na bateria de Delson Gomes. Criando Regras rompe com uma linha de guitarras raivosas de Fábio Gomes e Pádua Belo, que edificam os odiosos vocais de Leopoldo Jr. em uma letra real e verdadeira. Headshot conta com duas músicas bônus e a primeira é a rápida e matadora Breaking All, que passa a ideia de um som aniquilador e intenso. Depois temos Nada a Perder, que exibe índices de violência ainda mais altos, seja nos vocais ou na dilacerante parte de guitarras, bateria e baixo, que sofrem algumas modificações no seu andamento com solos um tanto melodiosos, o que é bem interessante.

    Do começo ao fim, Headshot não economiza no tanto de pancadas que exibe em seus poucos mais de trinta minutos e deixa claro que este quinteto do Piauí está pronto para se juntar aos grandes representantes do Hardcore nacional. Não foi por acaso que o Deguella despertou o interesse da MS Metal Records para lançar este álbum, que além da porradaria que possui, nos mostra também algumas surpresas que farão fãs de nomes como Machine Head, Korn e Ratos de Porão bater muito a cabeça.
Nota: 9,0.

Sites: https://www.facebook.com/deguella e https://soundcloud.com/deguella.

Por Fernando R. R. Júnior
Março/2015

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