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Verdade abre com uma bela dosagem de raiva nos vocais de Sandré Sarreta em um ritmo pesado e intenso das linhas instrumentais com direito a solos mais nervosos de guitarras, aliás, recomendo prestar atenção nos seus versos, pois são cheios de ótimas chamadas de ordem. Continuando sua ácida pegada, Bala Perdida expõe em sua letra - e andamento cheio de distorções e um tanto mais lento - a situação que vive-se em grandes cidades com uma total insegurança. Destaque para o solo de guitarra feito por Carlos Lots que se sobressai muito bem em meio ao caos sonoro. Em Choque de Ordem, o Eu Acuso! nos conduz a uma letra verdadeira dos eventos que assistimos todos os dias nos jornais ( ou seja, os excessos que os negros sofrem no país pelo preconceito ) em uma roupagem Heavy Metal, que te conquista pela forma que Carlos Lots sola sua guitarra e pela base feita pelo baixista Marcelo Cougo e o baterista Ale Mendes. Com um início instrumental bastante forte, que segue por linhas distorcidas Choveu Sangue na Cidade continua Liberdade Presumida tecendo muitas críticas à sociedade e é vocalizada de uma forma despojada e agressiva, mas muito cativante, por Sandré Sarreta criando em quem ouve uma vontade de berrar junto.
Com um andamento pesado capitaneado pelos riffs de guitarra e pelos toques de bateria, Idade Média traz uma crítica à imprensa com toda apelação pela audiência que assistimos diariamente na televisão, expandida também aos jornais impressos e a Internet. E assim como em outras faixas, o Eu Acuso! incluiu nesta faixa de Liberdade Presumida um solo de guitarra de muita qualidade antes que o refrão seja repetido. Com uma poesia sendo declamada, Lona Preta marca a sexta música do cd com um ritmo um pouco mais acelerado para que Sandré Sarreta cante os seus versos com palavras de ordem e neste caso, levantando a questão dos sem terra no Brasil. Depois, com uma base instrumental de muita qualidade, que chega a um andamento mais cadenciado e eleva-se à maneira que o vocalista canta seus versos, Mano Lugar deixa bem claro a situação dos moradores de rua.
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Os gaúchos do Eu Acuso! nos mostraram neste cd uma nova forma de expelir seu ódio ao mesclar som com solos de Heavy Metal. Para quem aprecia o estilo, curte novidades brasileiras e é fã de nomes como Stuck Mojo, Faith No More e o citado Rage Against The Machine, trate de incluir Liberdade Presumida entre os cd´s de sua coleção.
Nota: 9,0.Sites: www.euacuso.com.br, www.facebook.com/euacuso, https://soundcloud.com/euacuso
e www.youtube.com/user/euacuso.
Por Fernando R. R. Júnior
Março/2015