Devido à idéia
original de Fábio e suas influências, o resultado não poderia deixar de ser um álbum com
fortes influências de rock progressivo, mas por causa dos outros três
integrantes do projeto, que tem anos e anos de serviços prestados ao heavy metal,
tivemos a perfeita fusão de metal com progressivo - o que convencionou-se
chamar de prog-metal. Outro detalhe a ser mencionado antes de comentar o
disco é uma dúvida: como que os membros conseguem tempo para gravar este projeto, pois
eles tem as agendas de gravações dos discos, turnês do Angra,
projetos paralelos ( Karma, Hangar )? enfim, é
trabalho para todo lado e essa trupe dá conta do recado. E como a idéia
inicial era do Fábio Laguna, ele assina a produção e composição das
faixas do disco, mas como os amigos assumiram um destaque importante temos
Aquiles Priester na co-produção do cd que foi gravado no
Cantareira Art e Son Studio e Via Musique Studios entre
dezembro de 2005 a janeiro de 2006. A mixagem final foi realizada pelos
dois mais o Heros Trench no famoso Mr. Som Studio e a
masterização no também famoso House Of Audio da Alemanha por
Jurgen Lusky em julho de 2006. Já a arte da capa é um belo trabalho de
Patrícia Tarasconi Priester.
Freakeys é aberto com a
pesada One Cup One Lighter Jack, música onde a bateria de
Aquiles
está forte e precisa como sempre, os teclados bem pronunciados, a
guitarra bem rápida e um bom trabalho no baixo. A velocidade, técnica e o
peso conseguido pelos quatro renomados músicos impressiona pela
linha mais heavy metal e já
mostra a que veio nesta primeira faixa. Interligada, e sem que se
perceba a mudança, temos Beelte Dance que começa mais leve e
ganha peso com a bateria, depois o trabalho de teclados é ouvido em
lindas viagens - é um disco intrigante mesmo.
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Continuando o clima proposto e
novamente ligada na anterior temos The Dream Seller, que exibe um
tom mais melancólico, e apresenta uma forte pegada como é a marca
registrada de Aquiles Priester. Além disso, esta música tem
perfeitas intervenções viajantes dos teclados de Fábio Laguna e possuem claríssimas influências de rock progressivo dos anos 70, só
encontramos mais peso devido ao trabalho do baixo de Felipe Andreoli
e a guitarra de Eduardo Martinez. A quarta música,
Golden Bullet apresenta linhas que lembram música árabe e exibe um
excelente trabalho de baixo, várias mudanças no andamento, solos de
teclados viajantes e ao mesmo tempo pesados. Muito boa canção com uma
gigante alternância de ritmos e sensações, e lembrando que Beto Costa
participa no violão.
Em seguida temos Gallamawhat?!,
que apesar da melodia no
piano e a pegada da cozinha do Angra, são a guitarra de Eduardo e os
teclados de Fábio Laguna que fazem a viagem nesta música, mas com uma
roupagem bem pesada, lembrando algumas passagens de Emerson, Lake &
Palmer. Note as inversões de ritmos que a música possuí, veja a beleza
da construção da melodia e ainda preste atenção no final, que mostra um
som extremamente viajante, belo e sinistro que serve de introdução da
seguinte - mesmo que sem querer - Zoo Zoe que entre o seu peso mostra
um trecho dedilhado muito bonito, teclados novamente viajantes e a
guitarra distorcida, quebradas de tempo que a deixam com ares de jazz/fusion
com muito peso, um solinho de bateria e ritmos brasileiros.
Apresentação do Freakeys na
Expomusic 2006 |
A faixa
seguinte é a deu título ao projeto: Freakeys ( junção dos termos
freak - excêntrico, estranho e keys - teclas ) e o que ouvimos é
mais uma versátil canção com trechos pesados de guitarra e bateria,
teclados que aproveitam da base gerada para desempenhar solos lindos. Destaco-lhe caro leitor(a) o solo de teclado que antecede um trecho pesado
para que você sinta a força pura do prog-metal. Depois, Aquiles
promove um
repique na bateria que vai sendo acompanhado pela guitarra de
Eduardo e
temos a rápida oitava música deste maravilhoso e diversificado projeto.
Estou falando de On More Coffee, música com exuberantes solos de
baixo e teclados feitos de forma muito precisa para soltar a mente e
esquecer do mundo. Isso tudo numa linha melódica muito bonita, pesada e
gostosa de se ouvir.
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Em Requiem
Aeternam temos um início lindo que lembra até um órgão de igreja antes
de uma viagem espetacular nos teclados de Fábio Laguna e um ótimo
solo de baixo. Fechando com Rucula´N´Rum, música que exibe teclados
com andamento mais rock´n´roll em linhas bem divertidas que novamente me
lembraram Emerson, Lake & Palmer ( especificamente o álbum
Tarkus ).
Sabe, antes de dizer porque você
deve ouvir
esse álbum, fico aqui pensando: " como tem gente
que reclama dos solos durantes os shows...". Bem, aqui o que temos são lindas
melodias construídas de forma que cada músico do projeto sole tanto
individual e coletivamente sem que fique chato deixando as canções bem prog. Freakeys é altamente indicado para
os fãs de rock progressivo e prog-metal, para fãs de heavy metal e quem quer
conhecer um projeto moderno, excelente e que surpreende o ouvinte logo na
primeira audição. Claro que é indicado aos fãs do Angra também, mas não os fanáticos,
pois estes poderão reclamar que não existem vocais no cd. Então meu amigo (a) não perca
tempo e vá conhecer o mais breve possível este lançamento com a qualidade
do selo Voice
Music.
Gravadora:
www.voicemusic.com.br
Por Fernando R. R. Júnior
Fotos: Michely Sobral -
www.aquilespolvopriester.zip.net
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