Hammathaz - The One
9
Faixas - Voice Records - 2020

    Mais de 15 anos de estrada, shows em várias regiões do Brasil e participações em eventos como a Virada Cultural - Sorocaba, o Live Metal Fest, o Arrial do Rock, o Guarulhos Brutal Massacre e o Grito do Rock, aberturas para nomes como Mike Portnoy, Angra, Matanza, Torture Squad, Shaman, Ratos de Porão e vários outros. Além disso, possuem os seguintes registros: as demos tapes Antahkarana de 2006 e Downfall de 2009; os EP's Crawling de 2011 e Inner Walls de 2013; os singles Cursing de 2010, Enslaved de 2012 e So it Comes de 2018. Assim podemos resumir a trajetória do Hammathaz antes do seu primeiro álbum de estúdio, que recebeu o nome de The One e foi lançado em 2020 pela Voice Records no Brasil e na Europa pela Defense Records, além de estar também disponível nas principais plataformas digitais de música.

    E a banda formada em Sorocaba/SP por Thales Statkevicius e Rodrigo Mariette nas guitarras, Anderson Andrade no baixo, Thiago Pasqualini nos vocais e Lucas Santos na bateria que é praticante do visceral e esmagador Death Metal nos colocou neste The One diante de nove composições matadoras.

    Para a produção foi escolhido o experiente Thiago Bianchi do Noturnall e esta foi realizada junto aos próprios membros do Hammathaz entre abril de 2019 a fevereiro de 2020 no Estúdio Fusão em Cotia/SP, onde também foram realizados os processos de mixagem e masterização.

    Sobre a produção Thales Statkevicius explicou: "Nós não nos limitamos ou rotulamos em relação à estética-sonora do The One. Durante todo processo de produção nós fugimos das receitas prontas. E em relação as músicas como composições, temos de tudo lá, desde Heavy Metal Tradicional até seus subgêneros como Death, Thrash e até mesmo Black Metal. Eu diria que existe um pouco de cada fase do Hammathaz, elementos mais "Old School" da banda, mas também coisas mais contemporâneas. Penso que se uma banda não é capaz de inovar e experimentar coisas novas, ela está morta artisticamente. E é isso que mantém o Hammathaz vivo."

    Na capa, o Hammathaz baseou-se no conceito de Anderson Andrade e mostra um ser em meio à um caos e um paraíso, que foi desenhada pelo artista Jean Michel da Designations Artwork ( que já desenhou capas para artistas como Metal Church, George Lynch, Lynch Mob, Michael Sweet, Todd La Torre, John Corabi, Vixen e muitos outros ).

    Logo na abertura temos Farewell, que começa crua em seu ritmo pesado e agressiva em seus vocais em um estilo bastante denso, porém, que apresenta interessantes variações nos seus toques de bateria, de baixo e na condução dos solos de guitarras através de partes cadenciadas em meio a devastação sonora que é proposta pelo Hammathaz. Acelerada e devidamente furiosa, Devil On My Shoulder entra para martelar sua cabeça caro leitor(a) do Rock On Stage, pois, aqui o Hammathaz optou por uma canção simplesmente aniquiladora, cheia de urros em seus vocais e exibindo também uma atuação marcante do baterista Lucas Santos nas viradas que realiza em seu kit. A exterminação sonora está mais poderosa em From The Grave como nota-se em seu andamento e em seus vocais consideravelmente urrados, que alternam trechos rápidos com outros cadenciados culminando com os riffs feitos pela dupla Thales Statkevicius e Rodrigo Marietto, onde ambos abusam da distorção aplicada neles denotando um belo tanto de Groove Metal na canção.

    A quarta paulada de The One é New Blood que começa com solos que me lembraram do nosso ícone do Metal Mundial, o Sepultura e em seu decorrer a canção transita por coléricas trilhas cadenciadas em que o quinteto envia seu Death Metal matador sem piedade, mas com muita habilidade a cada parte da música. A seguinte é Bringing Hell e nesta o Hammathaz está mortífero tanto nos seus urros quanto no feroz ritmo instrumental de seu Death Metal concedendo a clara sensação que seu fel desabou na totalidade sobre nós e recomendo uma audição atenta aos seus solos de guitarras.

    Para Self-Chained, o quinteto nos leva para uma faixa rude em seus toques feitos pelo baixista Anderson Andrade, mas, que descamba para um Death/Thrash Metal opressor e envolvente, onde Thiago Pasqualini canta seus versos com uma violência praticamente absurda. A sétima é Tear The Walls e após evoluções que estão cada vez mais impiedosas, os vocais guturais entram em cena para que sejamos tomados por um brutal andamento cadenciado e dilacerante em um momento totalmente inesperado pelos fãs mais ávidos por bandas assim resultando - é claro - em muitas sacudidas no pescoço.

     Neste álbum The One quero lhe informar caro leitor(a) que você não terá chances de respirar, pois, o quinteto envia uma pedrada atrás da outra, como ocorre na penúltima Irrational Beings, onde a junção feita pelo baixista Anderson Andrade e o bateristas Lucas Santos ditam o caminho e a cólera que será expelida nos vocais de Thiago Pasqualini. Encerrando este curto, mas dizimador disco temos The End, que é veloz, insana e intensa em sua incalculável violência, além de ser executada com primor pelo Hammathaz, que nos traz diversos pontos para uma sessão de 'headbanging' como está explícito nos solos de guitarras na parte final da música.

    Disse ainda há pouco que The One é um álbum curto, porém, a tamanha voracidade mostrada pelo Hammathaz em seu Death Metal nestas nove composições são para arrebentar com os pescoços e ouvidos dos fãs de forma única, ou seja, estamos de uma banda que promoveu um tiro certeiro e absolutamente demolidor dentro do estilo no país, e que, certamente alçará a banda à outro nível de divulgação do Metal Extremo. Entretanto, para o próximo álbum não teremos Thiago Pasqualini, que deixou o Hammathaz e foi substituído por Fernando Xavier nos vocais.
Nota: 9,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Outubro/2021
 

Facebook: https://www.facebook.com/hammathaz.            
Youtube: https://www.youtube.com/HammaTubeChannel
Linktree: https://linktr.ee/Hammathaz
.  

 

Voltar para Resenhas