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Com a voz de Giovanni "Reco" Amorim ( do Offensor de Belo Horizonte/MG e Grotesque Creation dos Estados Unidos ) e o trompete do soldado Araujo em seus toques fúnebres em homenagem aos heróis perdidos em batalha, a faixa título Batismo de Fogo é um poema dedicado à Força Expedicionária Brasileira. Após as sirenes de ataque aéreo serem tocadas, o Holocausto War Metal começa o conflito com muito peso e velocidade na agressiva e caótica canção nomeada como Guerra, que apresenta seus vocais furiosos, seu ritmo cru e intenso, que também e possuidor de partes cadenciadas bastante envolventes, além de versos que relatam os vários tipos de guerras existentes no planeta.
Em Isis, o trio exibe as barbaridades dos extremistas que forjaram este grupo terrorista e tantas vidas ceifaram no Iraque, Síria e outros locais enquanto dominaram um território que foi chamado por eles como Estado Islâmico e nesta música, os mineiros fizeram isso através de uma composição rude, visceral e raivosa o tempo todo aumentando sua brabeza durante o seus poucos mais de três minutos resultando em um War Metal simplesmente devastador com os vocais divididos entre Valério Exterminator e Fernando Campos do Scalped.
Dotada de bons solos de guitarra executados por Valério Exterminator, que alteram-se muito pouco, a opressiva Ex-Combatente mantém o poderio de fogo do Holocausto War Metal inabalável e neste denso ambiente frenético, ele libera seus irados vocais, que trazem os relatos de Francisco Tischner e Firmo G. de Carvalho, que foram soldados da Força Expedicionária Brasileira na II Guerra Mundial e participaram de batalhas na Itália. Depois de sons pertencentes à uma rajada, Arames Farpados estoura tal qual uma metralhadora em seu andamento, que é guiada pelos toques feitos pelo baterista Riffão The Trigger e também nos vocais obtusos de Valério Exterminator. Para a hostil Sniper: Alvo Na Mira, o Holocausto War Metal nos convida para uma violenta reflexão sobre o ponto de vista um atirador de elite em sua tarefa exibido por trechos esmagadores e outros cadenciados, que te mantém ligado no que o trio lhe reservou nesta sexta canção de Batismo de Fogo, que recomendo um olhar atento à sua letra.
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Porém, trago à sua ponderação caro leitor(a) do Rock On Stage a frase do ex-combatente Joaquim Xavier da Silveira, que está no encarte do cd: "De repente, percebi como pode um soldado sentir-se solitário em sua trincheira, solidão no meio de muitas outras. Eu estava vendo, como milhares de pracinhas, o mundo através de uma trincheira. E uma trincheira tem mais de amargo do que de heroico (...). A guerra nada tem de heroico. É triste, e a trincheira é um dos piores lugares da Terra".
Apesar de toda a violência e fúria que um disco de War Metal carrega com canções altamente destruidoras e possuidoras de críticas severas e certeiras como é o esperado no estilo, neste caso específico deste álbum Batismo de Fogo, acredito que o principal ponto que diferencia esta obra do Holocausto War Metal de qualquer outra está cravado nas homenagens aos valentes soldados brasileiros da II Guerra Mundial e desta forma faço questão de citar a seguinte frase presente em sua contracapa: "Se não fizermos memórias aos nossos heróis, contribuímos para que seus feitos sejam apagados da história" - Força Expedicionária Brasileira. Desejo que o trio siga forte prestando este tributo em cada uma das futuras batalhas de sua guerra pelo Underground enaltecidas pelas conquistas que conseguirão com álbuns desta qualidade.
Nota: 9,0.
Por Fernando R. R. Júnior
Outubro/2021
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