Os efeitos desta música nos levam a imaginar um hospital e
deixa a mente livre para viajarmos no tema e na melodia. O peso que
Center Hospital vai recebendo com o andamento proposto pelo Imago
Mortis é evidenciado pelos riffs da guitarra de Fabrício.
Continuando a mostrar o estágio da negação temos a ótima Three
Parchae, com um ótimo início instrumental e destaco os solos pesados
e levemente distorcidos de guitarra. Parabéns ao vocalista Alex
Voorhees que possui ótimos dotes em sua voz e no final exibe um
potencial quase gutural, outro ponto forte de Three Parchae é a presença do piano de
Alex Guimarães que deixa a música quase operística.
Para mostrar a
fase da raiva, temos a excelente música Pain, onde Me
está clamando por um anestésico nesta canção tocada com uma melodia bem
diferente do normal, que realmente traduz o sentimento de dor. Pain
é a canção mais rápida até aqui e os vocais mais guturais e urrados
de Alex Voorhees são diferenciados a cada personagem que entra na
história. Ainda na fase da raiva temos Envy, que possui
uma linha linha clássica que marca outra rápida e caótica canção deste
excelente álbum do Imago Mortis. Vale lembrar que em Envy,
a bateria é
tocada com muita técnica e André Delacroix realiza uma introdução muito
bela; quando os vocais de Alex Voorhees entram na música o ouvinte já está ganho.
Chamo sua atenção também para notar a coesão da banda como um todo
criando uma notável
linha clássica e metálica ( inspirada em Toccata And Fugue In D
Minor de Bach ).
Em seguida é a
fase da barganha, onde Me tenta apelar para todos os meios
no intuito que sua vida seja prolongada, como é mostrado na faixa Me And
God, que Me pede para Deus uma segunda chance. Isso é exibido
com um excelente ambiente apoiado na guitarra e violão de Fabrício
Lopes e ouça também como Alex Voorhees mostra porque pode
entrar sossegado no hall dos grandes vocalistas ao deixar sua voz
totalmente pura. Mais um outro merecido destaque de Me And God vai para Alex
Guimarães no piano. Ainda nesta fase, em The Silent King,
temos o personagem cansado e sonhando com o demônio. Para contar este sonho a banda trouxe até o
ouvinte solos cadenciados na guitarra, vocais rasgados e ótimas viradas na
bateria e no baixo de Fábio Barreto. Ahh!! não posso deixar de mencionar o belo solo de
órgão hammond feito por Alex Guimarães perto do final desta música.
Na última fase que é a aceitação
( da morte ), temos um momento muito bonito na música Unchained Prometheus, a
linda canção instrumental no piano de Alex Guimarães que deixa um ar melancólico simbolizando a partida do personagem como se
estivesse num funeral. Fechando este grandioso trabalho dos cariocas do
Imago Mortis temos a música Saudade que é apresentada no violão seguindo com o
lindo clima que permeou o disco inteiro. Saudade é cantada em
português por Fabrício Lopes e possui linhas progressivas ( a la
Pink Floyd ) que são perfeitas para soltar a
mente e viajar fundo com esta música que simboliza as boas recordações que
temos das pessoas queridas. Apesar do clima triste que fica no ar, é indiscutível
como o Imago Mortis fez uma grande canção.
A parte multimídia do disco
é uma das mais interessantes que já vi em um álbum e representa a
Transcedência ( o que seria a sexta fase juntamente com Long River
). O Imago Mortis teve uma ótima idéia ao utilizar o jogo da
mudança, que baseado em nossas perguntas, somos levados
ao universo do I Ching ( o milenar Livro da Mudança ) com 12 Arcanos que representam as músicas do
disco e apresentam milhares de possibilidades para contar sua história, não
deixe de conferir.
Não tenha dúvidas meu caro leitor(a) que
Vida - The
Play Of Change irá agradar em cheio fãs de heavy metal, gótico, progressivo e doom, e
claro, quem gosta de uma boa música. Ainda é preciso dizer que você deve conhecer
este excelente álbum trazido até nós pela Die Hard Records e
incluí-lo em sua coleção? E aguardem que a banda já está lançando em 2006 o seu terceiro
cd intitulado de Transcendental.
Site:
www.imagomortis.com.br
Por Fernando R. R. Júnior
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