Impurity - Into The Ritual Chamber
13 Faixas - Voice Records/Greyhaze Records/Cogumelo Records - 2015

    Em 1996, os mineiros de Belo Horizonte do Impurity lançaram seu segundo registro de estúdio com o título de Into The Ritual Chamber, que foi relançado em 2015 pela Cogumelo Records em um luxuoso slipcase triplo e algumas faixas bônus, sendo algumas ao vivo e outras extraídas de um ensaio. As gravações originais aconteceram em  junho de 1996 no Era Vulgar 108 Studio com os músicos Ram Priest nos vocais, Volkh na guitarra e baixo e Ziarahs na bateria e nos mostrou seu sombrio Black Metal com algumas passagens de Doom.

    As partes dos bônus de Into The Ritual Chamber intituladas como Rehearsal'96 e Impurity Live BH tiveram a formação com Ram Priest nos vocais, Shub Niggurath na guitarra, Fratter Pluton no baixo e Ron Seth na bateria. A capa mostra o Devil WalPurgisnacht, Hermetic Triangle Temple e o design, devidamente atualizado, é de Fernando Lima. E embora a resenha abaixo seja centrada obviamente no relançamento, saibam que a banda continua trilhando os mais obscuros caminhos do Metal com vários cd´s lançados.

    Após alguns instantes épicos, a intro The Call abre o furioso Black Metal do Impurity à toda velocidade e crueza acumulada por muitos anos por esta banda mineira, entretanto, eles modificam o ritmo desta primeira faixa deixando-a cadenciada, até que seu final retorne com as porradas destruidoras e macabras, que são ouvidas em seu princípio. Depois temos a rápida e insípida Baphomet Shield, que também recebe seus trechos cadenciados e que são vocalizados com uma cólera extrema por Ram Priest. É nesta parte mais cadenciada onde se notam os solos de guitarra de Volkh, que conduzem a música violentamente até chegarmos a sua sequencia final, hora que o Impurity 'senta a bordoada sem dó'. Em Dilacerating The Gospel, o então trio exibe uma atuação empolgante do baterista Ziarahs ante a um ritmo que alterna momentos cadenciados a outros extremamente raivosos e mais acelerados graças aos guturais do insano Ram Priest, que sempre passam o lado maldoso do Black Metal dos mineiros.

    Para Mystical Woman eles nos levam para um andamento significativamente ritualístico e lento, com direito a dedilhados que descambam em linhas cadenciadas lotadas de vocais urrados e densos, além de solos de guitarra bastante cavernosos ( chegando até a lembrar de algumas passagens do Black Sabbatth ). O curto interlúdio sombrio sem nome, que exibe sons de ventanias em meio a dedilhados e vozes desconexas fazem a ligação para a seguinte, que é a I.A.O. Tresure, que até começa mais calma, porém, ganha sua dosagem de ódio assim que Volkh sola sua guitarra e Ram Priest começa a soltar seus infernais guturais em um andamento cadenciado e terminal.

    Na sequencia do cd temos as canções bônus e a primeira é a demoníaca Lucifer Spewing, que abre a parte Rehearsal'96 em um grau de rusticidade não ouvido em álbuns das mais extremas bandas conhecidas. Posteriormente, ouvimos a gravação de um ensaio e tentamos entender a 'rispicidade' presente em Into The Ritual Chamber, que é exibida com um peso deveras embrutecido e quase inteligível.

    A crueza gigante prossegue na versão de Baphomet Shield, que está totalmente diferente do que ouvimos anteriormente e aí cabe uma lembrança: cuidados com a produção faz uma diferença enorme, ainda mais para quem gosta dos sons extremos, embora aqui seja um registro de um ensaio e não tem obviamente a pureza que estamos acostumamos a ouvir. Em Ecstasy Law temos outra sessão de urros junto a toques de guitarra mais distorcidos e velozes, que são exibidos de uma forma que pouco se entende o que está acontecendo.

    Depois deste trecho que só vale no quesito raridade, a parte final do cd contém três músicas ao vivo, que foram gravadas em condições um pouco melhores e trazem alguma limitada qualidade com o subtítulo de Impurity Live BH, onde temos a dupla The Lamb´s Fury/Dilacerating The Gospel em seu ritmo cadenciado, porém, sempre furioso, que ao acelerar deve ter sido responsável pelas mais esmagadoras rodas do show. A aniquilação continua em mais uma versão de Baphomet Shield, que ao vivo ficou mais encorpada e para terminar este ôpus Into The Ritual Chamber, o Impurity atacou com um cover do Sarcófago para a Orgy Of Flyes, que foi exibida com a esperada linha furiosa, crua, mas sempre arrastada e matadora.

    Para as almas negras atuais, que não tiveram a oportunidade de conhecer o Impurity no passado, este relançamento de Into The Ritual Chamber torna-se uma ótima opção para se ter contato com a horda do Underground Black Metal brasileiro.
Nota: 7,0.

Sites: www.facebook.com/impuritybrasil.

Por Fernando R. R. Júnior
Agosto/2015

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