|
|
Assim, nos primeiros meses de 2015, o John Wayne lançou o seu segundo álbum de estúdio, cujo título é Dois Lados Parte I, que foi gravado, mixado e masterizado por Adair Daufembach entre março e maio de 2015 no Daufembach Studio em São Paulo, que teve sua capa desenhada por Brian Allen da Flyand Designs e mostra várias criaturas abomináveis inspiradas na obra A Divina Comédia do italiano Dante Alighieri, onde inclusive a banda adaptou suas letras à realidade do nosso Brasil. Antes de mergulhar nos comentários das músicas, vale ressaltar uma curiosidade: a banda teve seu nome escolhido por conta do serial killer John Wayne Gacy, conhecido como "o palhaço assassino" e ficou ideal para o estilo questionador de suas letras, abordando temas como a miséria, fome e a crueldade humana.
A instrumental Passagem abre o cd com momentos reflexivos, que aumentam sua potência para se tornarem a massiva destruição de Quatro Velas, quando percebemos os vocais agressivos de Fábio Figueredo tomando conta do Deathcore do John Wayne em uma indignada, motivadora e real letra, cujos riffs de guitarras executados por Rogério Torres e Júnior Dias dão um envolvente toque de classe à música. Depois desta bela bordoada, o quinteto executa os solos dilacerantes da colérica faixa título Dois Lados - Parte I: Inferno, que entra desferindo porradas para todos os lados de forma competente sejam nos riffs avassaladores de guitarras ou nos vocais urrados e por alguns momentos tão extremos quanto um Death Metal, que te conectam à música e criam a vontade de banguear e mergulhar nas rodas.
|
|
Em Pesadelo Real, o John Wayne exibe ótimos solos da dupla Rogério Torres e Júnior Dias antes de replicarem sua fúria em meio à vocais 'esquartejantes' de Fábio Figueredo, além dos massacrantes backings de Rogério Torres e Denis Dallago, que juntos produzem uma maçiça canção onde se deseja socar o ar, entrar nas 'circle pit' e banguear fortemente. Recomeço apresenta linhas sombrias, além de ser mais lenta e cadenciada, entretanto, não é menos furiosa e encorpada, pois, seus níveis de agressividade são capitaneados com primor pelo John Wayne mais uma vez, que exprime algumas verdades em sua letra, que deveremos considerar e tentar modificar, mas claro, eles berram da forma mais áspera possível.
E o encerramento de Dois Lados Parte I ocorre com o breve interlúdio de Nono Círculo, que é quase instrumental, deveras obscura e faz a conexão para a destruidora Caim, onde o John Wayne provoca uma verdadeira hecatombe sonora, graças aos seus vocais urrados e agressivos, aos solos ferozes de guitarras, baixo e bateria, que atuam conjuntos de forma 'metralhante'. Enfim, tudo contribui para que o quinteto arrebente mesmo e deixe claro o tamanho do seu potencial nesta que pode ser considerada como a melhor música do cd.
Após a audição desde Dois Lados Parte I e reparar em suas letras, em seus riffs, em sua fúria incontida e na habilidade que o John Wayne condensou tudo, me facilita entender porque eles se destacaram no Rock In Rio de 2015, porque seus shows lotam e porque eles obtiveram uma ascensão tão rápida desde sua origem e já ficamos ansiosos de ouvir a segunda parte.
Nota: 10,0.
Sites: http://www.johnwayne.com.br/, https://www.facebook.com/BandaJohnWayne
e https://www.youtube.com/user/JOHNWAYNEMUSIC.Por Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2015