Kalibak - Tales Of Astonish
 
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Faixas - Independente - 2017

    Termos como "caixa materna", "multiverso", "dobra espacial", "parademônios e "universos diferentes" são costumeiramente usados quando falamos sobre personagens dos filmes e HQ's de super-heróis, mas também aplicam-se ao Kalibak, banda de Heavy Metal de Belo Horizonte/MG, que surgiu das cinzas do Balisttica. No conceito criado pelo Kalibak ( aliás, nome também do filho do vilão Darkseid do Universo DC ) ele é utilizado para definir a sonoridade e a história deste Tales Of Astonish, a banda originou-se em 2016 após a destruição de uma caixa materna, que liberou no tempo e no espaço uma grande fonte de energia, que atraiu seres dos mais distantes pontos da galáxia e também de universos distintos com objetivos harmônicos, que eram de viajar o cosmo divulgando e catalogando o Heavy Metal em todas as realidades dimensionais encontradas por eles.

    A nave ( ou seria banda? ) Kalibak conta com a seguinte tripulação ( ou formação ): JP Zampiere nos vocais, guitarra e neuromancia ( ex-Balisttica ), Daniel Carvalho na bateria e E.G.A. ( engenharia genética alien e ex-Aphids ), Gleyson Pimenta no baixo e mapeamento espacial e Henrique Borges na guitarra e viajante cósmico temporal, que se perdeu no tempo e foi 'acolhido' pelo Kalibak. Ainda como Balisttica, eles abriram em 2015 o show do Salário Mínimo em Belo Horizonte/MG e já como Kalibak em fevereiro de 2017 para os norte-americanos do Night Demon, quando estes se apresentaram na capital mineira. No álbum Tales Of Astonish, o Kalibak conta em suas letras estórias dos universos curiosos e intrigantes visitados pela banda, cujas faixas foram produzidas pelo baterista Daniel Carvalho.

    E é com uma dosagem de peso até inesperada que Queen Of The Black Coast abre o cd através de uma pegada Heavy Metal mais tradicional destacando os vocais de JP Zampiere bem como os fortes toques feitos pelo baixista Gleyson Pimenta e pelo baterista Daniel Carvalho, e logicamente, os solos de guitarras, que mesmo não tão cristalinos marcam sua importante presença na música. Depois, com um estilo cadenciado e encorpado ouvimos Season Of Mists, onde seus vocais parecem distantes, porém, caminham muito bem na proposta da canção e também destacam os solos galopantes de guitarras, agora em mais evidência aumentando o seu grau de envolvência com o fã. De estilo mais denso e solos robustos feitos pelos guitarristas Henrique Borges e JP Zampiere, Black Shark é a mais contagiante desta trinca inicial e seu andamento após a entrada dos vocais vai despertar a vontade de socar o ar e de gritar seu título com o vocalista. Atenção para a virada mais acelerada que está incrustada no meio da música e também como ela faz bem aos admiradores do Heavy Metal.

    Choose Your Weapons é a quarta de Tales Of Astonish e temos uma ótima sequencia de solos de guitarras liberando JP Zampieri para cantar depositando todo o seu carisma neste Heavy Metal de uma abordagem mais tradicional em que novamente a atuação dos guitarristas direcionam os caminhos da composição, aliás, é assim que deve ser quando se fala em canções neste formato. Para Extreme Powerless, o Kalibak apresenta uma canção cadenciada em que novamente os riffs de guitarras orientam para onde a música seguirá e trazem vocais um tanto mais irados de JP Zampieri, que transformam esta canção em um Heavy Metal daqueles que apreciaremos com facilidade e novamente teremos a vontade de socar o ar em sua execução.

    Com uma ótima introdução nos solos de guitarras feitos por JP Zampieri e Henrique Borges com linhas mais melódicas, Robot Sense já intima a nossa atenção logo de cara e a eleva posteriormente com a inclusão dos vocais se mantendo relevante, pois, o Kalibak não economizou nos solos, pelo contrário, incluiu muitos o tempo todo conferindo ares épicos à canção com a evolução realizada pela banda.

    Em Desmilitarized Zone ( DMZ ), eles nos exibem um Heavy mais cadenciado e dotado de um belo poder de empolgar instantaneamente graças aos seus belos repiques iniciais nos pratos do baterista Daniel Carvalho e na forma que os demais conduzem a música, onde ressalto o seu refrão e os seus sempre muitos e cativantes solos de guitarras. Finalizando Tales Of Astonish, o quarteto nos coloca diante de Race Of Lies, que também possui um princípio bastante elaborado nos solos de guitarras e fica mais cadenciado em seu decorrer, onde os vocais mesmo aparecendo com firmeza não tiram nossos ouvidos da parte instrumental.

    Terminada a viagem Heavy Metal pelo universo neste Tales Of Astonish do Kalibak só posso concluir que os motores que impulsionam sua nave musical são as guitarras, que praticamente se sobrepõem aos vocais, e aí possivelmente, uma produção mais cristalina supriria este detalhe, porém, a ideia da banda claramente é de nos mostrar o Heavy Metal em sua mais pura essência, ou seja, com as guitarras, com o baixo poderoso e com a bateria forte em ritmo marcante, que será do agrado imediato de fãs do Accept e do Judas Priest.
Nota: 8,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2020

Facebook: https://www.facebook.com/kalibakmetal/  
Soundcloud:  https://soundcloud.com/kalibak

 

 

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