Krappulas - Psychoworld
 11 Faixas - Zombies Union - 2014

    Com origens no final da década de 80, várias mudanças na formação, três álbuns lançados e participações em várias coletâneas, o Krappulas tem sido um representante assíduo dos festivais de Pyscho do Brasil. Em 2012, o quarteto curitibano formado por David Ernst na guitarra e backing vocal, Lucas Chapo na bateria, Breno nos vocais e Manolo no baixo acústico e backing vocals se tornaram os responsáveis pelo terceiro cd da banda, o Pyschoworld, que foi embalado em um luxuoso 'digipack' com design de Emiliano Ramirez e foto de Daniel Ernst e exibe os músicos da banda em uma - digamos - reunião. Os processos de gravação, mixagem e masterização do cd foram realizados no Gramofone Studios em Curitiba/PR por Álvaro Ramos e Rogério Sabatella.

    O Psychobilly mais raivoso do Krappulas é aberto com Hell, onde podemos perceber sua percussão pesada, seus ótimos toques no baixo acústico e suas linhas de guitarra, que produzem um ritmo cativante para que o vocalista Breno cante com muito ímpeto, que dá uma 'cara de mau' ao som. Apresentando mais velocidade e mantendo o nível de sua intensidade intacto, Shocked conta com uma linhagem Rock´n´Roll bastante envolvente de vocais mais 'sujos' e frenéticos. O flerte com a Country Music percebido nas duas anteriores fica mais evidente em Hassassin, que vai ganhando mais vigor à maneira que Breno vai cantando seus versos.

    O Rock´n´Roll de Caring About entra rapidamente como se tivesse sido empurrado ladeira abaixo propiciando ao ouvinte uma canção arrebatadora, seja nos vocais mais agressivos ou em sua incansável parte instrumental, que foram moldadas para não te deixar parado. Com repiques na bateria de Lucas Chapo e novas ligações com a Country Music, Earthquake marca a quinta faixa de Psychoworld e tanto nos seus vocais mais graves quanto nos seus riffs de guitarra sentimos que a banda conseguiu nos conectar à sua música, graças às suas melodias que receberam o inquieto Mutant Cox participando de seus vocais.

    Para a faixa que deu seu título à banda, a Krappulas, os curitibanos teceram um misto de agressividade e velocidade com o cativante ritmo Psychobilly, que da forma que foram executados fatalmente iremos apreciar. Na sequencia é chegada a vez de Torture, que exibe uma atmosfera toda própria, seja na sua parte instrumental ou na sua parte vocal, cujo refrão, o Krappulas fez questão de praticamente intimar você a cantar com eles, ouça e confirme.  

   Sem pensar em descanso, o quarteto prossegue Psychoworld com Just Let Me Be Alone, que é uma raivosa e expressiva composição possuidora de uma letra e ritmo que soam como um estridente tapa na cara, onde os vocais lembram os balbucios agressivos do saudoso Lemmy, quando ele resolvia cantar da forma mais odiosa possível, que fez história no Motörhead.

     A furiosa Green Faiey Is Dead transita pelo Punk Rock com vocais expelindo ódio em sua letra e é certamente, a mais pesada e raivosa do cd. Após alguns riffs mais melodiosos, o andamento mais acelerado do quarteto ganha os vocais crus de Breno em Reincarnation e segue assim até o seu final, sempre despejando coléra. Para encerrar o cd temos a matadora Devil Dead, onde a dupla velocidade e agressividade andam juntas na intensa melodia Psychobilly do Krappulas, composição que denota as influências de Punk Rock da banda em menos de dois minutos.

    O curto, bem gravado e total "sangue no zoio" o tempo todo Pyschoworld trouxe o Krappulas de volta aos estúdios depois de cinco anos sem ir para lá, com um álbum que consegue-se absorver rapidamente, que é indicado aos fãs de Rockabillly, Horror Punk e o Psychobilly. Vale conhecer e aguardar pelo seu sucessor que sai em junho de 2016.
Nota: 8,5.

Sites: http://www.krappulas.net, http://www.myspace.com/krappulas
e https://www.facebook.com/Kr%C3%A1ppulas-231531103530870,

 

Por Fernando R. R. Júnior
Abril/2016

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