Losna - Distilling Spirits
11 Faixas - UGK Discos - 2010

    O Losna é um power trio formado atualmente pelas irmãs Débora Gomes guitarra/vocal ), Fernanda Gomes ( baixo/vocal ) e Marcelo Indio ( na bateria, também comanda as baquetas do Steel Grinder ), que investe em um Thrash/Death Metal Old School com pitadas de Hardcore e está na cena underground desde o início do século 21, quando lançaram Dark Mess ( demo de 2001 ), Bitter Flavours ( promo 2004 ) e Wild Hallucinations ( full lenght de 2007 - leia resenha ), que conseguiram uma boa repercussão. Neste seu segundo cd o trio da cidade de Porto Alegre/RS foi ao Estúdio 1000 ( também localizado na capital gaúcha ) entre maio e julho de 2010 para a gravação, mixagem e masterização de Distilling Spirits são de responsabilidade de Fábio Lentino. Aliás este segundo trabalho possui letras de cheias de indignação e ironia, que são baseadas nos sentimentos das meninas.

    Crossing The Bar dá vida ao Thrash/Death Metal do Losna com um ritmo pesado e cadenciado que é vocalizado com muita fúria pela Fernanda que solta alguns gritos que, se a intenção é assustar, ela conseguiu. Na segunda, temos um bom solo de guitarra alicerçado à uma base forte na bateria e assim, a vocalista Fernanda urra cada um dos versos de Merde com muita crueza.

    Tremblement De Terre começa com alguns gemidos, ganha velocidade e distorção de guitarra, além de 'triggers' na bateria e vocais bastante agressivos em uma boa atuação da baixista/vocalista Fernanda. Pentito possui de início um tanto bizarro de música italiana, que após alguns versos cantados em italiano, ganham a roupagem Death Metal cadenciada evidenciando novamente os 'triggers' da bateria, além do peso fornecido pelo baixo e pelos vocais urrados de Fernanda, que grita os versos de forma bem diferente. A guitarra de Débora está distorcida, mas acompanha bem os demais instrumentos e é solada na hora certa, entretanto, se fosse um solo maior, seria o ponto certo para as rodas. Entrando rápida e agressiva Distillery Of Pain exibe o peso cru e sem muito tratamento do Losna com boas evoluções na bateria, além de linhas rápidas na guitarra e vocais guturais.

    Em Room 55, o baterista Marcelo caprichou mesmo no uso de 'triggers', que antecedem a linha cadenciada e muito brutal desta sexta pedrada de Distilling Spirits. A curta e violenta faixa seguinte, Get Out, é cantada pela guitarrista Débora, que apresenta poucos versos, mas que são literalmente 'vomitados' em sua voz em meio à um ritmo cadenciado e agressivo.

    Lycanthrophy And Wheels é pesada, agressiva, vocalizada com muito ímpeto, possui um bom nível instrumental, mas talvez seu maior destaque seja a atuação do baterista Marcelo, já que os solos de guitarra não aparecem com riffs tão envolventes assim.   

    I´m Your Depression exibe uma nova forte dose de peso, raiva e cadência, mais uma vez com o baterista Marcelo ditando a forma agressiva da música, pois ela segue de acordo com suas evoluções, e nesta o Losna conseguiu encaixar uma base que pega o ouvinte em suas mudanças de andamento. Com uma boa abertura na bateria e a agressividade de sempre The Fire Of Purification possui uma linha cadenciada bastante forte, que é vocalizada com muita raiva pela Fernanda.

        A última é Extorting Your Life e o baixo da Fernanda Gomes aparece com toques mais sombrios para que seus vocais entrem de uma forma mais limpa ( e olha que ficaram muito bons ) em meio ao melhor solo de guitarra do cd. Particularmente, essa linha cadenciada de baixo e bateria com um solo de guitarra mais longo e melodioso somado à agressividade que o trio aplicou em todo o Distilling Spirits, fazem desta a melhor música do cd. Se em futuros trabalhos o Losna optar por juntar esse tipo de melodia à agressividade que está intrínseca à sua proposta sonora, creio que a banda crescerá mais e atingirá seus objetivos mais rapidamente, ainda assim, vale conhecer Distilling Spirits, especialmente os apreciadores de um trabalho mais cru e totalmente direto.
Nota: 7,5.

Site: www.losna.com.br e www.myspace.com/losnametal

Por Fernando R. R. Júnior
Outubro/2010

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