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Nesta sua primeira incursão em cd, Lu Vitti contou com Marco da Costa na bateria, José Neto na guitarra, Rubem Farias no baixo e Fernando Hashimoto no vibrafone para que juntos pudessem registrar as suas nove músicas, que foram gravadas nos Estúdios Galeão e Yglu com direção musical de Rubem Farias entre 2015 e 2016. A mixagem e a masterização são de Othon Ribeiro e foram realizadas no Estúdio O2R - Arquitetura de Áudio e Vídeo. Este primeiro álbum de Lu Vitti transita com facilidade por vários estilos musicais e todos com a voz marcante da cantora. Na capa que embala o cd em formato 'digipack' temos um retrato da cantora feito pela Naked Fotografia que ficou muito pessoal e acompanha também um informativo encarte com fotos da cantora, da banda e as letras das músicas, que tratam de temas sobre o amor.
Perdeu Playboy, a primeira faixa do cd começa com batidas eletrônicas e um contagiante suingue na linha do Soul e também um encorpado ritmo instrumental, que destaca a poderosa voz de Lu Vitti em uma letra que parece um 'tapa na cara' para quem a deixou para trás e isso, em um ritmo onde repara-se nos solos de guitarra do convidado John Rafael em meio ao caloroso ambiente enviado pelos teclados do também convidado Ary Holland e pelo sax de Clayton Souza. Demonstrando muita suavidade nos vocais e uma certa introspecção, Lu Vitti continua com Vingança, que é uma faixa que vai crescendo em seu decorrer e potencializa sua voz em uma letra que mostra seu desejo de levantar de uma forma revigorante e percebe-se que ela consegue embalada por momentos mais pesados e uma melodia suave em um vigoroso trabalho dos músicos que a acompanham.
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Mais romântica e até um pouco apimentada ao interpretar uma letra do mestre da Música Popular Brasileira Chico Buarque, O Meu Amor traz Lu Vitti cantando de forma bastante animada e exalando muita sensualidade em uma linhagem serena e próxima a um Soul, onde saliento também os toques do baixista Rubem Farias. Aos dedilhados tranquilos feitos por José Neto em sua guitarra, a intimista Mulher mostra Lu Vitti cantando seus versos de um formato mais distante, porém, a canção ganha mais energia em seu ritmo e a cantora solta sua voz até que o estilo mais recatado retorne e vá, pouco a pouco, novamente se tornando mais fortificado.
Na versão de Blues do Ano 2000 do Cazuza, Lu Vitti exibe outra face de seu rico espectro musical e ela deposita todo o seu carisma para cantar uma música que ficou excelente em sua interpretação, que como não poderia deixar de faltar em canções assim... temos o esperado ótimo solo de José Neto em sua guitarra e esbeltos repiques na bateria tocada por Marco da Costa.
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Certamente que se formos procurar a fundo poderemos até encontrar outras cantoras tão competentes e que sejam possuidoras de vocais tão impactantes quanto a de Lu Vitti, que me leva a afirmar sobre este seu primeiro disco: estamos diante de uma pequena joia brasileira, que caminha com habilidade e tranquilidade por Soul, Jazz, Blues, Rock e até MPB de uma forma sempre muito agradável em suas canções. Então caro leitor(a) fiquem atentos à nossa Lu Vitti.
Nota: 9,5.Sites: http://www.luvitti.com/ e https://www.facebook.com/lu.vitaliano?fref=ts.
Por Fernando R. R. Júnior
Maio/2017