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Falsos Dias inicia o cd com apegada do Rock New Wave oitentista de nomes como The Cult e New Order e é sentida em suas primeiras notas ambientadas em uma letra bastante crítica, o detalhe é que eles imprimem também algumas viagens mais psicodélicas ao som. Depois com discursos de Luís Carlos Prestes, o Nocturno exibe a Nova Ordem que é um Rock'n'Roll simples, que possui uma linha gostosa de se ouvir e um tanto introspectiva, porém, os cariocas adicionaram uma certa quantia de peso e distorção nos longos solos de guitarras realizados com muita competência por Emerson Facão, Benito Guid e Dado Villa Lobos - marcando a primeira participação no cd - que juntos produzem viagens alternativas muito bem sustentadas pelo baixo de Leonardo Dias e a bateria de Eduardo Pletsch em excelentes timbragens. Com dedilhados mais calmos temos a balada viajante Se Ela Não Me Ouvir, que é mais intimista e com ótimas vocalizações de Emerson Facão. Durante a condução, o Nocturno eleva o nível da viagem e coloca mais distorções, que mudam sua linha alternativa e aumentam a ligação do ouvinte com a canção.
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Aproveitando o andamento da anterior ( no caso, os efeitos mais viajantes ), o vocalista expressa muito feeling com a intimista The Leman Lake, que é mais curta, porém, muito interessante e meio que se liga na seguinte, O Retorno de Odisseu, que tem aquela linha mais alternativa e cheia de distorção eternizada por nomes como Joy Division e The Cult durante a década perdida ( anos 80 ). Esta linha é o principal motivo que nos atrai e faz curtir o som do Nocturno logo de cara. Existe também uma faixa bônus intitulada como A Consciência de Mao, que é um mergulho na introspecção com trechos de discursos de Mao Tse Tung. E tenho que dar os meus parabéns ao Nocturno pelas doses de distorção que aplicaram a esta última música, que mais uma vez conta com a participação de Dado Villa Lobos na guitarra e em tempo, se você já ouviu o álbum Raggled Glory do Neil Young ouvirá longos solos distorcidos semelhantes, mas lá a pegada é bem mais Rock e isso é uma outra história.
Em resumo: produção 'classe A', letras inspiradas na Ilíada, mas atualizadas para nossa realidade brasileira, recheado de muitas distorções, momentos psicodélicos, viagens, e o melhor.... tudo feito com muita categoria para não se por defeito. Se nomes como The Smiths, The Cult, Joy Division e arrisco acrescentar Neil Young te agradam, então caro leitor(a), ouvidos atentos ao som e olhos aos shows do Nocturno, pois Precisamos Aprender A Navegar Pelo Caos é um candidato a discão e merece ter uma grande repercussão.
Nota: 10.Site: www.nocturno.com.br.
Por Fernando R. R. Júnior
Setembro/2013