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Em setembro de 2014, o Ódio Ao Extremo, que até então era formado por João Mário nos vocais, Samuel na guitarra, Stenio no baixo ( que foi substituído por Bruno Lelis ) e Hauny na bateria se dirigiram ao Rio de Janeiro/RJ no Estúdio Kólera para os processos de gravação, mixagem e masterização do debut da banda, aos cuidados de Celo Oliveira. E o título escolhido foi Animal, cuja capa que mostra uma pessoa em total agonia em uma caverna sombria é de Marcus Lorenzet da Artspell, responsável também pelos encartes, contracapa e logotipo da banda. Nas treze canções de Animal temos letras que são fortes críticas sociais gritadas em português. Em 2016, a gravadora Eternal Hatred Records lançou o álbum em todo o Brasil com a distribuição da Voice Music.
Ao sinal das sirenes de ataque aéreo e de um forte urro, a curta faixa Kaos chega em meio a um ritmo cadenciado e beligerante, o Hardcore desenfreado e infidável do quarteto explode na irada Atentado Terrorista, e aí meu caro leitor(a), o Ódio Ao Extremo faz jus ao seu nome enviando bordoadas por todos os lados alternando velocidade e trechos cadenciados com precisão em uma crítica aos imbecis que ordenam atos assim e aos que os seguem. Na canção título do cd, a Animal, a fúria prossegue com um andamento cadenciado que expõe as vocalizações totalmente insanas de João Márcio, que segue firmemente até um trecho simplesmente aniquilador em que facilmente será despertado o desejo de entrar na roda e banguear.
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Com Inverno Nuclear, o quarteto comenta em seus versos as consequências de uma explosão nuclear, sempre com um nível de fúria altíssimo, seja na parte instrumental ou nos vocais, que estão devidamente insanos. O título da décima sessão de pancadaria já dá a tônica do que eles prepararam e criticaram, pois, a implacável Futuro do Brasil procura ensinar o povo a votar corretamente. Depois, a revolta continua com Não, que é um Hardcore violento, intenso e completamente visceral com pitadas certeiras de Punk Rock em uma letra que martela nossas cabeças.
A sempre polêmica questão dos palestinos e israelenses é o tema de Palestina em um ritmo onde o rolo compressor é solto e desce ladeira abaixo causando a impressão que suas linhas dilacerantes não vão parar nunca. E só acontece uma pausa em Palestina durante o solo de baixo executado por Stenio, que traz um trecho mais cadenciado, que é ótimo para um headbanging. Finalizando este álbum, o Ódio Ao Extremo resolveu dinamitar os ouvidos dos fãs com a breve Nóia, uma ácida crítica aos dependentes químicos de Crack, onde além de seu ritmo impaciente na parte instrumental, aproveito para destacar também o seu breve solo de guitarra tocado por Samuel.
Dentro da proposta de meter o dedo sem dó na ferida, disparar contra vários problemas sociais do nosso país, mundo e até de nosso povo e sem demonstrar nenhum tato para isso, o Ódio Ao Extremo provou que sabe muito bem conduzir estes temas através de canções que prezam a linha mais mortífera de seu Hardcore. Quem gosta deste estilo terá em Animal um disco que vai para cima de tudo isso e que não se preocupa em ser cauteloso, pois, disparam bordoada atrás de bordoada sempre executadas com a devida insatisfação.
Nota: 9,0.Por Fernando R. R. Júnior
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