Older Jack - Metal Über Alles
8 Faixas - Independente - 2015

    Considerados como a banda mais alemã do Brasil, o quarteto Older Jack teve sua origem na cidade de Pomerode/SC em 2004, quando três amigos montaram uma banda com a intenção de tocarem as músicas de Heavy Metal que gostavam ouvir, na linha de Black Sabbath, Judas Priest e Accept. Em 2010, após várias mudanças de integrantes o line up estabilizou-se com Carlos Curt Klitzke nos vocais, Hermann Wamser e Deived Wachholz nas guitarras, César Rahn no baixo e Bruno Maas na bateria.

    Uma curiosidade acerca do Older Jack está relacionada com as letras de seu primeiro registro de estúdio, cujo título é Metal Über Alles, pois todas estão em alemão, o que não é muito comum no Brasil, mas neste caso, por conta dos integrantes da banda serem descendentes e morarem em uma das cidades do país, que podemos considerar como uma das mais germânicas dentre todas, isso é de certa forma explicado.

    Metal Überalles foi gravado e mixado no Digi Studio. A capa  de Makila Crowley  mostra uma caveira à frente da Cruz de Malta no estilo das insígnias militares alemãs e assim como as músicas neste idioma ficaram interessantes em sua audição em letras sobre II Guerra Mundial, igualdade no Metal, corrupção nas igrejas, entre outros.

    Entre tiros, bombas e a sempre assustadora sirene de ataque aéreo para a construção do cenário beligerante proposto pelo Older Jack neste Metal Überalles, Öl Und Blut começa de forma pesada e cadenciada, onde o vigor dos constantes solos de guitarras, muito bem aliados com as vocalizações robustas de Carlos Curt Klitzke em meio a um considerável peso vindo do baixo e da bateria não só chamam a atenção como também nos convocam a banguear em sua audição, pois, o quarteto produziu uma música devidamente eletrificada e pulsante.

    Depois, eles disparam repiques no estilo militar e longos solos nas guitarras para que Metal Über Alles, a faixa título ecloda e sofra uma modificação mais Heavy Metal, que é cantado com firmeza por Carlos Curt Klitzke para os fãs do Accept nos tempos do Udo Dirkschneider curtirem a composição na hora dos solos de Deivid Wachholz e Hermann Wamser, pois, são desferidos linhas metálicas que apreciamos de imediato e seguem fortes até pararem, sendo que logo depois retomam o seu ritmo inicial e se tornando assim uma das melhores do cd. Com a bateria e os riffs de guitarras inflamando o ouvinte, Fosa é a terceira do cd e enaltece a encorpada pegada oitentista do quarteto através de vocais mais ríspidos e agudos em algumas partes, que me lembraram do mestre Rob Halford. Mesmo com um andamento mais lento e de estilo arrastado, saiba que será muito difícil não curtir esta paulada.

    In Namen Das Geldes também mostra influências do Accept em seu começo por conta dos toques de baixo feitos por César Rahn, que convocam os vocais roucos de Carlos Curt Klitzke e pouco depois recebemos aquela sequencia de solos de guitarras em um andamento que transparece um crescente para aumentar substancialmente a voltagem desta composição, que mesmo com vocais em alemão sentimos vontade de tentar cantá-la com o Older Jack.   

    A próxima de Metal Überalles é a instrumental Luft, cujos dedilhados produzem uma linha mais emocionante e um tanto que sombria levando uma sensação de perda no ar. Os primeiros riffs de Macumba já denunciam que estamos diante de outra sonzeira, pois, começam  mais longos e se tornam junto aos demais instrumentos e também aos vocais em uma canção Heavy de alma oitentista em um estilo deveras envolvente, através de uma das mais exuberantes criações deste cd, onde os solos de guitarras fluem livremente e do jeito que gostamos e crescemos ouvindo até se encerrarem com uma fúria mais obscura, que me lembrou do Black Sabbath.

    Mais direta, Wahnsinn marca a sétima do cd e é um "Heavão" de primeira, que vamos apreciar logo em sua primeira audição, seja pela fusão dos toques do baixo e da bateria com as guitarras ou pelo seu variado ritmo, que assim como as outras faixas é vocalizado com muito brilho por Carlos Curt Klitzke. A última de Metal Über Alles é a Das Ende, que aparece com ótimos solo de guitarras em linhas fortificadas de baixo e bateria nos clamando para 'banguear' até o momento em que os vocais chegam firmes como se espera. Também devo chamar sua atenção caro leitor(a) para as evoluções no andamento que o Older Jack aplicou, que vieram para elevar consideravelmente a sua energia e para o seu final que é simplesmente matador com seus dedilhados mais calmos.

    Excelente escolha feita pelo Older Jack ao cantar em alemão e produzir um Heavy Metal de bases oitentistas, denso e "sangue no zoio" como no passado em pleno Século 21, enfim, uma ótima mistura, que é indicada para os fãs de nomes como Accept, Judas Priest e Grave Digger e que se seguir neste formato, poderá nos render ótimos álbuns como este no futuro e sempre mantendo o mantra da banda incluso no título do cd: Metal acima de tudo.
Nota: 9,0.

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Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2018

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