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A abertura do cd acontece com a The Belief Of The Mind Slaves através de efeitos de teclados viajantes que trazem o Death/Black Metal Melódico do Quintessente alternando velocidade, partes mais lentas e muito bem harmonizadas com vocais rasgados intercalados com versos de vocais limpos e também vocais femininos com passagens Progressivas bastante profundas levando a música à um outro ponto inesperado em sua audição, pois, torna-se muito mais saborosa absorvê-la totalmente. De princípio Heavy Metal, uso considerável de teclados e vocais rasgados, fatores que somados concedem muito poder à Delirium, somos capturados por esta mescla tradicional com seu andamento encorpado e devidamente melodioso, que fornece espaço para a participação de Cristina Müller com sua voz limpa antes do retorno de Andre Carvalho e seu estilo furioso de cantar. A Sort Of Reverie é a terceira de Songs From Celestial Spheres e é mais cadenciada, além de apresentar um envolvente ritmo melodioso em que Andre Carvalho e Cristina Müller fazem um excelente duelo nos vocais em um fundo instrumental admiravelmente elaborado pelos demais que elevam sua força no ponto exato de um clima voltado para o Gothic/Doom Metal.
Para My Last Oath, o quinteto ataca com uma composição com orientações que exibem uma linhagem Progressiva e Power Metal classuda, cujos vocais encolerizados unem-se perfeitamente ao formato proposto na composição agradando não só os fãs de Gothic Metal como também os de Heavy Metal com pitadas de Prog, onde merecem uma atenção também os solos de teclados executados com habilidade por Cristina Müller. Depois chega a vez de Essente com seu começo viajante, arrastado e de riffs de guitarra Heavy em uma cativante melodia com uma atmosfera Gothic de vocalizações entristecidas, e por que não dizer dramáticas, exceção feita apenas aos urros de algumas partes da composição e detalhe... sua melodia bem como seu refrão ficam cravados na memória.
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Misturar tantos estilos em um mesmo cd pendendo um pouco para o lado extremo é uma estratégia no mínimo ousada, pois, as possibilidades de não conseguir um resultado satisfatório são muito grandes, porém, não foi o caso atingido pelo Quintessente neste Songs From Celestial Spheres, pois, o que eles nos exibiram nestas dez faixas posso sintetizar como um som desafiador, diversificado e deveras cativante em cada parte, que não deve nada para o que muitos gringos fazem, aliás, um fato que às vezes nem mesmo eles - com todos os recursos e produtores - conseguem e esta trupe do Rio de Janeiro/RJ acertou em cheio, em suma... parabéns pelo formidável álbum. Vale dizer ainda que seu sucessor, cujo nome é In Ruinam já está em produção, será conceitual e deverá ser lançado em breve.
Nota: 9,5.Por Fernando R. R. Júnior
Junho/2020
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