Remove Silence -
Fade
11 Faixas - Dynamo Records - 2009
Fade é o primeiro álbum da recém formada banda Remove Silence
( afinal eles se agruparam em 2007 ) que é
composta de Hugo Mariutti ( ex-Shaman, atualmente no
Henceforth e também na banda solo de André Matos
) comanda
os vocais e guitarra, Fábio Ribeiro ( ex-Shaman e
Angra e
também na banda de André Matos ) nos teclados, Alexandre
Souza no baixo e vocais, sendo completado por Edu Cominato
( ex-Tempestt e que também integra a banda solo de Jeff Scott
Soto ) na bateria e vocais. Como já deu para perceber, mesmo
sendo uma banda com suas atividades iniciadas há menos de
dois anos, temos músicos com muitos e importantes serviços
prestados ao heavy metal nacional, e porque não dizer
mundial. O resultado da química que será encontrada em Fade é um som muito diferente do que normalmente você
imaginaria ao ler os nomes envolvidos no projeto. A produção
ficou a cargo dos membros da banda e a masterização do
israelense Appel Baum.
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Os efeitos sombrios e
estranhos de The End Has Begun abrem o CD e, rapidamente
transformam-se em um som mais caótico e progressivo cheio de uma
percussão envolvente, momento ao qual, pela primeira vez já me rendo
ao talento de Edu Cominato. A voz de Hugo Mariutti
é ouvida em
meio à uma grande distorção de guitarra e muitos solos de teclados
sendo aplicados no decorrer de The End Has Begun. Em seguida é a vez
de Fade, música alternativa e de certa forma, mais dançante, que intitula a primeira incursão do
Remove Silence no formato de CD. Fade evidencia o baixo de
Alexandre
Souza, mas não pense que o peso é esquecido, pois num clima
apocalíptico que lembra Paradise Lost, o que se ouve é
muita percussão e muitos solos de guitarra. Com Pressure já ouve-se
uma ótima seqüência na bateria de Edu Comunitato, os gritos de
Alexandre Souza e Hugo Mariutti realizando competentes riffs em sua guitarra.
Estes fatos somados causam andamento cheio de grooves que pode ser
considerado como " uma das trilhas sonoras
do final do mundo ", pela cara diferenciada de Pressure.
Os acordes tristes do piano de
Fábio Ribeiro elevam à superfície Dirty Ashtrays,
que após um
mergulho na melancolia recebe uma dose de ânimo com os vocais,
lembrando um pouco de Alice Cooper em uma letra onde se diz que para
suportar os dias se faz necessário pírulas, cigarros e realizar
questionamentos sobre a existência. As inversões de ritmos, dão a
Dirty Ashtrays os pontos necessários para ser considerada uma das
melhores de Fade. Em Fast Turnover são exibidos efeitos que mais
parecem que acontece uma oscilação na energia para em seguida Hugo Mariutti
e Alê Souza
cantarem juntos de uma forma mais calma os versos que evoluem para
uma música muito mais pesada e caótica. A seguinte é Where
Will The Children Live e a linha seguida pelo Remove Silence
é de
uma balada bem desoladora, mas, após os primeiros versos, sons de
conversas são ouvidos e aí o batera Edu Cominato solta a voz
e aplica outra dose
emocionante ao continuar a cantar. Além disso, ele é
responsável junto com Fábio Ribeiro na concretização da triste viagem que culmina em um
momento pesado, questionando o destino das crianças e encerra Where Will The Children Live
em clima de trilha de filme sem
encontrar uma resposta plausível.
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A pesada
Ministry Of Ghostland é dotada de muitas variações de ritmos
que sobem ao apogeu mesmo quando a sessão de efeitos sonoros
são comprimidos pelo poderio da guitarra de Hugo Mariutti
que não ataca sozinho, pois o baixo e a bateria vem
fortemente intensos. A seguinte é Black Again, que apresenta
efeitos espaciais bem 'pinkfloydianos', tanto que com uma
melodia bem viajante encontramos versos emocionantes. Com Edu Cominato fazendo os vocais principais
de When The Madness Fills
The Space, o Remove Silence quis ao final deste CD
continuar com a jornada progressiva, para confirmar basta
observar atentamente o violão e a guitarra que ditam o
sensacional ritmo desta nona faixa de Fade. A maneira que os riffs são realizados tornam esta música ainda melhor e outro
destaque vai para a atuação de Fábio Ribeiro que deixa sua
marca nos solos de teclados.
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O
início melancólico, progressivo e cheio de violinhos de Out Of Time prepara o ambiente para que o baterista Edu Cominato
possa trazer o peso de uma forma que o som fique acima de rótulos
conhecidos. A combinação final de bateria, guitarras e teclados,
fazem Out Of
Time também chegar ao nível das melhores do disco. Dream Brother
foi
escrita por Jeff Buckley e vem para encerrar Fade com uma sonoridade
mais sinistra e diferente de quase tudo que já foi ouvido
anteriormente, mas com muito peso, seja na bateria ou nos solos de
guitarra.
Em suma,
Fade apresenta
sonoridades mais alternativas, peso tipicamente heavy metal,
influências de rock progressivo e até um pouco de doom, com toda
essa mistura realizada competentemente pelos integrantes, Fade não é rotulado facilmente, e como também não sou
adepto de rotulações, afirmo aqui que é um álbum que merece ser
ouvido com atenção e várias vezes, pois é necessário digerir a arte
em várias sessões de audição, e fazendo isso, caro leitor(a) você
irá com certeza captar a mensagem e apreciar ainda mais o Remove
Silence.
Site:
www.removesilence.com e
www.myspace.com/removesilence
Por Fernando R. R. Júnior
Outubro/2009
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