Renan Lourenço - Inception
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Faixas - Alternative Music Records - 2021

    O guitarrista paranaense Renan Lourenço da cidade de Ibiporã começou seus estudos na guitarra aos 14 anos com o professor Wander Lourenço e posteriormente em 2012 começou a faculdade de Licenciatura em Música na Universidade Estadual de Londrina e em 2016 estava formado. Durante este período de estudos ele tocou com  na banda The Hitz ( de Rock e  Pop dos anos 80 ) assumindo o lugar de seu professor fazendo na média de 60 shows por ano. Em 2017 a The Hitz mudou seu nome para The Cometz, que depois apenas Cometz.

    Entre dezembro de 2017 à abril de 2018, Renan Lourenço foi estudar com exímio guitarrista Edu Ardanuy ( ex-Dr.Sin e atual Sinistra ) viajando de Londrina/PR para São Paulo/SP em aulas particulares. Atualmente, Renan Lourenço é professor de guitarra e violão na Escola de Música ArtMusic e desenvolve um projeto musical para deficientes visuais e pessoas com necessidades especiais. Além disso teve uma passagem pela banda de Death Metal Hellpath, apresentou o programa Guitar Masters na rádio on line RYR ( Rock You Radio - um programa criado para os apaixonados pela guitarra ) e toca com a Badfripp de Rock Progressivo.

    Neste seu primeiro álbum solo, que recebeu o título de Inception, além de Renan Lourenço ( guitarra, violão e baixo ) tivemos neste disco os músicos Edu Ardanuy ( guitarra ), Derek Sheririan ( teclados ), Wander Lourenço ( guitarra ), Luciano Assumpção ( baixo ) Débora de Paula ( violino ), Thiago Ueda ( teclados ) Fabrício Martins ( teclados e sintetizadores ), João Salles ( acordeão ), Marcelo GigoDog ( gaita ) e Bruno Pamplona ( bateria ).

    Inception foi gravado, mixado e masterizado por Alexandre Bressan no 3Em1 Studio em Londrina/PR com exceção feita apenas para as músicas Dirty Channel e Inception, que foram gravadas e mixadas por Gustavo Iorio no Hight Voltage Studio também em Londrina/PR. A ótima capa que faz uma alusão ao corpo humano, onde os órgãos são os instrumentos musicais e cabos é uma arte de Carlos Trino e Fabiano Honório.

    O disco é aberto com Mother Nature Part I com um riff intenso feito por Renan Lourenço e em seu decorrer a canção exibe belas melodias em uma atmosfera Prog Metal com a presença do ilustre convidado Derek Sheririan ( Black Country Communion e ex-Dream Theater ) nos teclados, sendo que juntos eles consolidam ótimos solos de guitarras e de teclados brilhando com primor a cada evolução em que recomendo você se atentar caro leitor(a) do Rock On Stage para as mudanças de andamento feitas pelo guitarrista e a inversão à outra dimensão sonora, que é causada ante aos solos de Derek Sheririan em seus teclados em que ambos esbanjam muita técnica.

    Em Dirty Channel, Renan Lourenço nos colocou diante de uma pegada Blues em que ele aproveitou para solar sua guitarra com destreza e nos entregar assim melodias deveras envolventes se aproximando também de uma linhagem Fusion. Porém, tenho que enaltecer também os solos de gaita feitos por Marcelo Gigodog duelando com Renan Lourenço na guitarra. E a condução leve feita por ele até culminar em um final mais Heavy Metal de muitas variações sonoras, que é bastante inspirada e surpreendente. A terceira é a Faca Sem Ponta Não Fere Ninguém e nesta vemos Renan Lourenço nos impressionar no violão com toques serenos e belos, que produzem uma canção de aura pacífica e deliciosa de se ouvir de olhos fechados, onde além dos flertes com a Música Brasileira, ele expressa novamente muita competência.

    Depois ele mantém o ambiente manso nos solos calmos de guitarra de La Inspiracion e recebe Wander Lourenço para adicionar um crescimento consideravelmente elegante à composição com solos dos dois músicos, que exala trechos mais pesados inerentes ao Prog Metal, fato que deixa suas canções imprevisíveis, pois, sua linha é modificada constantemente. A acelerada Pandemia conta com outro renomado convidado... Edu Ardanuy dividindo os solos com Renan Lourenço e basicamente temos um encontro de gerações em que o Heavy Metal ficou em latente evidência. Entretanto, a virada feita por eles é de uma singular beleza e garantem mais adrenalina quando seu ritmo inicial é retomado para fãs de Yngwie J. Malmsteen e Eddie Van Halen porem defeitos.

    A sexta de Inception é a animada Influence, onde percebemos uma aproximação ao Deep Purple, e em especial a Steve Morse, com muitos solos em que o Rock'n'Roll se faz presente através de um andamento repleto de modificações com os teclados a la Hammond de Thiago Ueda se pronunciando bastante, sendo que todas são cativantes e tanto nesta quanto na anterior, o baterista Bruno Pamplona tem uma atuação impecável. Todavia, Renan Lourenço optou por canções mais longas e a diversificação notada em cada uma delas é simplesmente incrível.

    Em Real Life Dream, ele deixa a guitarra um pouco fora de cena e começa no violão, mas, quando traz a guitarra de volta apresenta caminhos únicos à música, que conta com João Salles no acordeão transferindo uma sonoridade inesperada à canção, assim como quando Renan Lourenço promove viagens sensacionais em seu decorrer e a termina nos dedilhados calmos.

    Na faixa título, a Inception, somos expostos a riffs mais sujos que trazem uma composição encorpada em que o guitarrista produz solos eletrizantes que dialogam com as viradas feitas pelo baterista Bruno Pamplona, onde novamente sente-se muito de Heavy Metal, de Prog Metal e também de partes orientadas ao Fusion salientando uma apurada capacidade do músico e relaxando o ouvinte através de suas viajantes harmonias até obviamente se encerrarem de forma mais robusta e grandiosa. Finalizando o cd, Renan Lourenço pegou seu violão e tocou a introspectiva Tão Perto, Tão Longe, música em que a cada dedilhado passou muita emoção e tem uma ligação com os tempos que estamos ainda vivendo ficando por muitas vezes longe de quem gostamos.

    Exaltar a qualidade dos guitarristas brasileiros é praticamente 'chover no molhado', pois, temos muitos nomes de altíssimo nível por aqui, mas, aí você se depara com um álbum impactante como este Inception, que mostra um talento fenomenal de um guitarrista como é o caso de Renan Lourenço, que deixou claro nestas nove canções sempre fascinantes por estamos diante - e posso cravar seguramente - de um dos melhores discos nacionais de 2021. Parabéns Renan Lourenço e que venham os próximos álbuns em breve.
Nota: 10,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2021
 

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