Republica - Point Of No Return
10 Faixas - Wikimetal Music - 2013

    Coroando os mais de 20 anos de história, o Republica lançou em 2013 pela Wikimetal Music o seu terceiro cd, que é intitulado como Point Of No Return cujas gravações foram realizadas no Electra Studio em São Paulo/SP ( de propriedade da banda ) e com produção de Luiz Paulo Serafim, que venceu três Grammys. Thiago Bianchchi do Noturnall assinou a mixagem enquanto que a masterização é de Stephen Marcussem ( que trabalhou com Rolling Stones, Black Sabbath, KISS, Alice In Chains, Foo Fighters entre outros ).

    Tudo isto mostra que Leo Belling nos vocais, Luiz Fernando Vieira e Jorge Marinhas na guitarras, Marco Vieira no baixo e Gabriel Triani na bateria só chegaram aonde estão pelos anos de batalha que tiveram no cenário Heavy Metal Brasileiro, que renderam shows em festivais como o Planeta Atlântida ( em Porto Alegre/RS ), no Festival de Verão de Salvador/BA, no Planeta Terra e no Ceará Music em 2008 ( estes dois na tour de divulgação do cd There´s No Fucking Electronic Modern Loop ).

    Ainda colhendo os frutos positivos de seu trabalho, o Republica abriu o show do Deep Purple no extinto Via Funchal em São Paulo/SP no ano de 2011 e tocaram no ano seguinte no Maquinaria Festival do Chile juntos a KISS, Slayer, Stone Sour e outros. Em 2013, estiveram na edição brasileira do Lollapalooza juntos a Pearl Jam, The Hives, The Killers e por fim participaram do Rock In Rio 2013 no dia do Metal no Palco Sunset, onde se apresentaram dividindo o palco com Roy Z e o Dr. Sin. Além da incendiária capa, Point Of No Return está embalado em um luxuoso 'digipack' triplo e conta com um caprichoso encarte e que serve para valorizar o formato físico, ou seja, item de colecionador.

    Com um robusto solo de guitarras e repiques na bateria, o Heavy Metal do Republica inicia em uma linha forte e vocalizada com garra por Leo Belling em Time To Pay, que marca a abertura do cd. E o quinteto conduz a música com peso, distorção e muita potência, mas na hora dos solos Luiz Fernando Vieira e Jorge Marinhas somos expostos a toda energia que o estilo nos fornece. Depois, com o baixo de Marco Vieira aparecendo mais entre os riffs de guitarras temos Why?, faixa que mostra uma pegada de vocais na linha do Motörhead em um Heavy Metal de melodias envolventes. Na música seguinte ouvimos os dedilhados que tornam-se ótimos riffs de guitarras com uma bela candidata à hit de Point Of No Return, com a Life Goes On, que inclusive foi escolhida para ser o  primeiro videoclipe da banda ( confira aqui ) e continua a proposta metálica de Point Of No Return de forma que é um convite para querer se cantar com o vocalista. Aliás, sinta as variações instrumentais aliadas a vocais em coro que são realizadas pela banda com primor e perceba como elas te conectam ao som.

    Para Change My Way, o Republica preparou uma bela composição, veja porque: primeiro exibe riffs descompromissados, baixo sendo tocado com muita animação, um ritmo de bateria mais leve e vocais com muito feeling em um Heavy Rock, que depois cresce de acordo com o seu caminho mais pesado, que conquista rapidamente, pois contém vários elementos de Rock´n´Roll em sua condução.

    Com a participação de Roy Z nos solos de guitarras, Goodbye Asshole começa mais lenta e com uma aura mais obscura devido aos bons dedilhados do baixista Marco Vieira, além de muitos repiques de bateria feitos com precisão por Gabriel Triani para que tenhamos em seguida os versos roucos de Leo Belling em um ritmo mais arrastado um tanto que 'bluesado', mas a guinada Heavy Metal que o Republica realiza com habilidade é o seu maior destaque desta verdadeira sonzeira verdadeiramente elétrica, que vale você se ligar em sua letra.

     Em um estilo mais épico The Land Of The King fornece com seus riffs de guitarras um som mais agressivo e muito cativante por seu andamento instrumental que lembra do Iced Earth, que fica ainda melhor pela forma de cantar do vocalista da banda. Entretanto, quando a entrosada dupla de guitarristas começa a solar temos uma lembrança de como o Heavy Metal - chamados por muitos de tradicional - é importante, possui tantos fãs e faz a diferença quando é bem tocado. Cantando com muita emoção em seu andamento repleto de dedilhados de guitarras e com ótima presença do baixista Marco Vieira, No Mercy começa lenta e vai ganhando melodias metálicas, que possuem um estilo de Black Label Society ( em suas música mais lentas ) e no momento que as guitarras de Luiz Fernando Vieira e Jorge Marinhas evidenciam é que percebemos as garras da banda sendo exibidas em um ritmo de um Blues Rock, que propicia uma bela viagem, até retomar sua linha inicial cheia de atividade. Temos aqui mais uma daquelas que deve-se acompanhar sua letra.

    Com uma entrada de bateria cheia de força e um andamento mais rápido 'motorhediano', Dark Road exibe vocais roucos, refrão contagiante e muitos solos de guitarras, que exibem muita dinamismo a cada nota e conquistam rapidamente o fã.

    Mantendo a adrenalina em alta, Fuck Liars demonstra toda sua inquietude logo de cara nos riffs de guitarras e uma base viciante para que tenhamos suas ríspidas, mas excelentes vocalizações. Completando este discão do Republica temos El Diablo e os guitarristas Luiz Fernando Vieira e Jorge Marinhas disparam seus solos em meio a uma base fortíssima  de baixo e bateria, que ganham o fã assim que seus versos são cantados em um ambiente de andamento caótico em uma letra que fala sobre os personagens Lilith e Asmodeus, em uma reflexão à luxúria e satisfação desregrada que temos nos dias atuais. Inclusive tornou-se o segundo videoclipe do cd ( veja aqui ).

    Como é bom ouvir um disco como Point Of No Return, onde as músicas são guiadas pelo vigor da força das guitarras. Bem, ao final da audição desta aula de Heavy Metal resta uma certeza: temos nomes no país que manterão a chama acesa do estilo por muitos e muitos anos ainda. E um destes atende por Republica.
Nota: 10,0.

Sites: http://republicarock.com.br/, https://www.facebook.com/RepublicaRock
e
https://soundcloud.com/republica-rock.

Por Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2014

Voltar para Resenhas