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Ao som de uma tempestade ao fundo Hate Metal é aberto com a marcha fúnebre presente na sombria Intro, que se liga a Sentenced To Die e liberta o Death/Black Metal do Scourge com suas brutais linhas iniciais, que apresentam um ritmo mais cadenciado nas guitarras e uma verdadeira 'batelada' de vocais agressivos. E aí meu amigo(a)... tome porrada sonora até cansar e isso... com ótimas evoluções instrumentais, como pode-se perceber através da bateria de William Santos ou do baixo do vocalista Juarez Tavóra. Em The Bread That God Crushed temos alguns trechos falados em meio a um início totalmente macabro para que depois os vocais maldosos de Juarez Távora e do convidado Wagner "Antichristo" Lamounier blasfemarem seus odiosos e ateus versos ante a um ritmo matador de baixo, guitarras e bateria, que sofre contundentes modificações, deixando claro o poder da artilharia dos mineiros. Depois com Angels Of Warth encontramos alguns solos de guitarras feitos com precisão por Pretho Souto e Maurício Gonçalves, que nos levam a uma avalanche sonora que exprime versos urrados com uma tremenda fúria. É interessante reparar em como a banda soube como acrescentar ferozes alternações de andamento, seja nos solos de guitarras ou no caos imposto pelo baixo e bateria.
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Com dedilhados calmos entre vocais raivosos entre alguns solos de guitarras mais melodiosos, My Hate My Dreams, My Revenge demonstra sua cólera assassina - seja nos vocais ou no andamento brutal elevado à mais violenta potência conhecida - o que temos em seguida. Ou seja, o Scourge projetou um som extremamente impetuoso de vocais cada vez mais furiosos, que ao mesmo tempo recebem uma verdadeira artilharia sonora de guitarras, bateria e baixo, que envolvem e te fazem querer sair acompanhando o vocalista nos urros, ou ainda, sair abrindo uma roda, além é claro, de muito 'headbanging'. Coube á faixa título, a Hate Metal, a honra de encerrar o cd e aos dedilhados mais calmos e toques nos pratos da bateria de William Santos, somos conduzidos a um infernal ritmo devastador, que é vociferado em urros animalescos, cuja letra explica como uma banda extrema deve soar. Destaque para o solo de baixo e de guitarras devidamente combinados, que trazem a aura de um Death/Heavy Metal mais tradicional e depois retomam o verdadeiro apocalipse musical promovido pelo Scourge. E seu refrão, não tem jeito, ele te inspira a berrar junto ao vocalista banda como se fosse um hino.
Em pouco menos de quarenta minutos o quarteto mineiro mostrou um Death Metal avassalador, blasfemo, esmagador que mantém as antigas tradições do chamado "Triângulo Satânico Mineiro" inabaláveis. Para quem aprecia os lados mais extremos e técnicos do Metal, quem deseja um som para bater a cabeça em suas primeiras audições, Hate Metal do Scourge é a pedida a ser ouvida sempre em alto volume.
Nota: 8,5.Sites: www.myspace.com/scourgedeath e https://www.facebook.com/scourgehate.
Por Fernando R. R. Júnior
Abril/2015