Seventh Seal - Mechanical Souls
10 Faixas - Shinigami Records - 2013

    Com quase 20 anos de estrada, o Seventh Seal está atualmente melhor do que nunca e em 2013 lançou o seu terceiro cd de estúdio pela Shinigami Records. A capa é de Giovanny e Daniel Gava com um androide teve sua criação para enfatizar o tema do cd, com inspirações no filme Blade Runner e no livro Do Androids Dream of Electric Sheep? de Philip K Dick, cuja temática enfatiza o controlo populacional feito pelas grandes empresas em um mundo minado por violência e destruição, coisa que não acontece no mundo atual, não é mesmo?

    As gravações de Mechanical Souls tiveram a produção do guitarrista Thiago Olvieira, porém, a mixagem e masterização são de Brendan Duffey realizadas no Norcal Studio. Além dele, integram a banda de Santo André, os músicos Tiago Claro na guitarra, Victor Prospero no baixo, Roberto "Bob" Moratti na bateria e o ex-Eterna Leandro Caçoilo nos vocais.

    Com ares de trilha cinematográfica, Beyond The Sun abre o cd, vai recebendo mais peso no seu decorrer e como o Seventh Seal o fez com primor em intricadas linhas Prog Metal, seja no baixo, guitarras ou bateria. A presença de Leandro Caçoilo com sua poderosa voz forneceu um notável "upgrade" à banda e ele divide alguns versos com Kayser Carvalho, que canta agressivamente. Em Back To The Game, as guitarras se pronunciam mais em um andamento que alterna trechos cadenciados e evoluções de crescentes significativos e vocais que cravaram perfeitamente a proposta metálica do quinteto. Com um começo ainda mais pesado e vocalizado com uma dose de agressividade maior, Souless Reality é a terceira de Mechanical Souls e o versátil Leandro Caçoilo conduz seus vocais com muita habilidade. Outro destaque são os solos de guitarras de Tiago Claro e Thiago Oliveira, cujas alternações que realizam só posso dizer uma coisa: são vibrantes e admiráveis, ainda mais para os fãs de Prog Metal, que gostam de um pedal duplo. E esta excelente música contou com Thomaz Oliveira no Lapsteel.

    Para 334 ( By A Thread ), Leandro Caçoilo mais uma vez emociona com sua voz e o baixista Victor Prospero se destaca entre as melodias - cada vez melhores - de guitarras. Nesta quarta música, o Seventh Seal soube como produzir viagens, que passam muita técnica instrumental com inspirações no Dream Theater ( e tão boas quanto ). Em Sleepless, o quinteto nos mostra uma faixa mais acústica com solos de guitarras ao fundo para que o vocalista nos emocione mais uma vez. Sintetizando esta linda música posso dizer o seguinte: brilhante momento do cd, que possui um solo de teclados com a presença do convidado Raphael Dantas, que enriqueceu ainda mais a composição e nos forneceu 'a maior viagem' com um excelente repique feito pelo baterista Adriano Dagga ( as gravações do cd ficaram à cargo dele nas baquetas ), que juntos te fazem mergulhar no conceito do cd e querer acompanhar suas letras. Com uma alusão à uma sequencia binária, que abre o espaço para as progressivas linhas instrumentais e os sempre vibrantes vocais de Leandro Caçoilo, Imprint Memories te conquista rapidinho. Para deixar ainda melhor esta música, os convidados Affonso Júnior esbanja técnica em seu cativante solo de guitarra e Raphael Dantas nos faz viajar com seus solos de teclados.

    Para a faixa título, Mechanical Souls, o Seventh Seal preparou uma sequencia instrumental no mesmo nível de complexidade de um Dream Theater com linhas de vocais que estão ora mais fortes, ora mais calmas, porém, sempre emocionantes. Nos vocais, Leandro Caçoilo recebe o convidado e ex-vocalista da banda Ricardo Peres para deixar os vocais ainda melhores. Como não poderia deixar de ser, o lado Metal está muito bem representado com muitos e competentes solos de guitarras da entrosada dupla Tiago Claro e Thiago Oliveira.

    Dreams Of Green exibe mais melodias que evoluem à maneira que seus versos são cantados por Leandro Caçoilo e cabe aqui um destaque que vale por todo o cd: a atuação sempre precisa na bateria, cortesia de Adriano Dagga. A viajante Virtual Ego mostra alguns dedilhados iniciais que ao seu término, o Seventh Seal a conduz de forma perfeita, seja no refrão, que é para se cantar junto ou quando os solos de guitarras tomam conta com suas melodias muito belas e cativantes.

    Para fechar este que pode ser apontado como o melhor álbum do Seventh Seal temos Dark Chant entra com um ritmo Prog/Metal envolvente, porém, com adições de peso mais significativas, e isso tudo, conduzido com a grande categoria do vocalista da banda. Aliás, tenho que comentar também a surpreendente inclusão de vocais agressivos e sintetizados representando as emoções de um androide no meio da faixa.

    Desde sua estreia em 1995, o Seventh Seal nos deixou claro sua categoria e técnica, mas neste Mechanical Souls, a banda realmente se superou marcando um dos melhores discos do ano e que será comentado muito, pois a qualidade e a ligação que suas composições contém não devem nada e estão tão boas quanto trabalhos de nomes como Dream Theater, Symphony X e quaisquer nome internacional que você queria apontar.
Nota: 10,0.

Sites: https://www.facebook.com/seventhsealofficial e www.shinigamirecords.com.br.

Por Fernando R. R. Júnior
Abril/2014

Voltar para Resenhas