Silver Mammoth - Pride Price
11 Faixas - Independente - 2014

    Com pouco tempo de formação ( que aconteceu em outubro 2010 ), o Silver Mammoth - banda paulistana com influências claras de Rock´n´Roll, Hard Rock e até Rock Progressivo - está disponibilizando em 2014 o seu segundo cd com o título de Pride Price em apenas um ano e quatro meses, levando-se em conta a data do primeiro lançamento, o que é um grande feito em se tratando do Brasil e suas inúmeras dificuldades para bandas novas. O novo trabalho foi produzido por Marcelo Izzo e Neno Fernando e os processos de gravação, mixagem e masterização foram realizados por Neno Fernando no NF Studio.

    O line up - que é responsável por este lançamento - é composto pelos seguintes integrantes: Marcelo Izzo Jr. na guitarra e backing vocals, Leonardo Henrique na guitarra, Chakal no baixo, Gerson Reyes na bateria e percussão, Marcelo Izzo nos vocais e o convidado Rafael Agostinho nos teclados. A excelente capa e encartes foram desenhados por Carlos Fides da Art Digital Studio ( que foi o capista de cd´s do Noturnall, Shaman e Semblant ) e mostram bem a temática adotada pela banda, que está centrada no mundo capitalista, que não perdoa ninguém e mostra uma atitude contrária a isso.

    Com os teclados de Rafael Agostinho criando uma ambientação 'purpleana' e setentista, Sinning In Mass abre o Heavy Rock do Silver Mammoth de uma forma mais cadenciada, que é vocalizada com muito feeling por Marcelo Izzo e contamos também com solos de guitarras bem fortes em uma roupagem que exibe linhas meio que indígenas e religiosas. A faixa título, Pride Price é a segunda e mostra riffs fortes de guitarras em um andamento de muitos repiques na bateria feitos por Gerson Reyes somados a uma atuação firme do baixista Chakal, que deixam Marcelo Izzo vocalizar à vontade de uma forma mais largada a la Black Label Society. Destaque para os solos distorcidos de Marcelo Izzo Jr. e Leonardo Henrique em suas guitarras e também para a forma que a banda conduz a música, que envolvem rapidamente o ouvinte.

    Em Bitter Moon Or Honeymoon, o quinteto de paulistano ataca com uma música de vocais mais calmos ao fundo, além do uso de slides na guitarra de Marcelo Izzo Jr, que ficaram muito bons e transmitem uma linha de Blues com Rock Alternativo, que a banda inteligentemente deixa as guitarras viajarem livremente com alguns improvisos instrumentais. Apresentando um solo deveras distorcido, Break It Up Bring´em Down vem rompendo em um andamento cheio de eletricidade e pela forma que o Silver Mammoth o toca, não tem jeito... te contagia na hora, seja pelos vocais mais 'nervosos', pelo estilo adotado ou pelos ótimos solos de guitarras. Para Soldier Of Prey, eles investiram em um som mais calmo com uma introdução de bateria muito interessante e uma presença de teclados bastante marcante em meio à vocais distantes, que por estarem muito bem fundidos com o conceito Heavy Metal do disco soaram perfeitos e totalmente adequados, até terminar em arranjos eruditos.

    Com Chakal trazendo notas opacas em seu baixo e vozes de um megafone, a sombria When The Walls Get Cracked marca a sexta composição de Pride Price. E em seguida, temos um verdadeiro estouro musical com Robert And I Face To Face Thirty Years Later, que apresenta um ritmo instrumental devagar, mas agressivo, que é vocalizado com firmeza por Marcelo Izzo. Aliás, repare na potência que os demais músicos aplicaram no baixo, nas guitarras e na bateria e então, sinta a energia que esta faixa cheia de distorções te passa, pois consegue remeter tanto à nomes do passado quanto à alguns recentes.

    Para Sweet Little Sister, o Silver Mammoth nos propõe uma balada de claras influências de Country e Blues, que são vocalizadas com muita emoção e o timbre do vocalista lembra quando Lemmy Kilmister decide cantar devagar no Motörhead ( só que sem a rouquidão que o inglês possui ). E esta oitava faixa conta com uma parte instrumental de altíssima qualidade para sustentá-la, como por exemplo, pode-se notar durante os matadores solos de guitarras.

    Com o batera Gerson Reyes novamente tocando com competência, Tunning Paranoia segue Pride Price com sua linha próxima ao Talking Heads em uma letra atual que critica as tecnologias digitais. E como já posso considerar uma marca do Silver Mammoth, temos outro excelente solo de guitarra. Em uma atuação cheia de emoção no piano de Rafael Agostinho e do vocalista Marcelo Izzo, a melancólica Mozart Gale marca a penúltima faixa do cd, que cria no ouvinte uma vontade imensa de cantar junto com ele. No encerramento de Pride Price, o Silver Mammoth arquitetou uma música instrumental cujo título é Seelenfrieden, que retoma um andamento mais calmo e sombrio ao som de uma tempestade.

    Esta trupe registrou um álbum que se eu não soubesse que se trata de uma banda brasileira, certamente iria pensar que é americana e que neste Pride Price decidiu reviver vários estilos dos que mais aprecio desde muito tempo. Fica a dica para quem gosta de um álbum que mescle a energia do Heavy Metal, com pitadas do Hard Rock setentista, um pouco de Punk e New Wave, enfim, o Silver Mammoth soube realizar a fusão de vários estilos com muita coerência e todos esses motivos me levam a pensar: imagine se tivéssemos mais condições no país para apoiar bandas como estas? Onde eles poderiam chegar?
Nota: 10,0.

Sites: http://www.silvermammothbanc.com/, http://www.facebook.com/SilverMammoth
e http://www.youtube.com/channel/SilverMammoth.

Por Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2014

Voltar para Resenhas