Sioux 66 - Caos
12 Faixas - Sony Music - 2016

    Com  a ótima repercussão obtida com o álbum de estreia do Sioux 66, o Diante do Inferno ( leia resenha ), o quinteto paulistano de Hard Rock retornou para o estúdio e gravou em 2016 o seu segundo cd, que recebeu o nome de Caos e foi eleito como o quinto melhor disco de Metal do ano pelos leitores da conceituada revista Roadie Crew. Prova deste sucesso alcançado pela banda foi a escolha do Sioux 66 como atração de abertura para o Aerosmith em São Paulo/SP no Allianz Parque diante de 45 mil pessoas no dia 15 de outubro de 2016 ( relembre como foi ) e para o Papa Roach.

    Caos foi gravado por Igor Godoi ( nos vocais, violões e backing vocals ), Mika Jaxx ( guitarra e violões ), Bento Mello ( guitarra e violões ), Fábio Bonnies ( baixo e backing vocals ) e Gabriel Haddad ( bateria e backing vocals ) nos Estúdios Greenhouse e Toque Final Estúdios entre abril e julho de 2016 em São Paulo/SP. Assim como Diante do Inferno, a produção é de Henrique Baboom e do Sioux 66, exceção do single O Calibre, que foi produzido pelo Sioux 66 em parceria com Gustavo Scremin e gravada em novembro de 2015 no Green House Studios.

    A mixagem e a masterização novamente são assinadas por Brendan Duffey no seu Brendan Duffey Audio em Davis/Califórnia nos Estados Unidos, é em time que está ganhando não se mexe mesmo. Embalado em digipack de luxo, Caos teve sua formosa capa com a pintura de Edgar S. Paxson e mostra a Custer's Last Stand ( retratando a batalha de Little Big Horn em 25 de junho de 1876, próximo ao rio de mesmo nome no estado de Montana na maior derrota do exército americano nas chamadas Guerras Indígenas dos Estados Unidos com a vitória dos Lakotas e dos Cheynnes do Norte, que aniquilaram um destacamento da cavalaria comandando pelo famoso Gerenal Custer e que exposta no Buffalo Bill Center Of The West em Wy nos Estados Unidos ) e claro, um protesto contra a matança dos nativos que aconteceu neste período. Já o encarte teve os cuidados do artista brasileiro Gustavo Sazes e o logo do Sioux 66 foi desenhado por Marcelo Campos. Dito isso, vamos conhecer mais das canções de Caos.

    Logo na abertura após toques percussivos temos o Hard Rock envolvente da canção título Caos, que exibe uma pegada a la Baranga nos vocais de Igor Godoi, que canta uma letra retratando a violência das grandes cidades em que recomendo olhos e claro, ouvidos atentos aos solos de guitarras e aos toques certeiros do baixista Fábio Bonnies. Mais elétrica, Tudo Que Restou é pulsante e mira também em sua letra uma crítica social, porém, realizada através de um Hard Rock fervoroso e contagiante, onde saliento as atuações dos guitarristas dos talentosos Mika Jaxx e Bento Mello, que nos trazem solos de primeira. A terceira é Meu Lugar e antes deles colocarem 'fogo na casa' temos solos longos e com um estilo de Blues, pois, quando seus vocais surgem... eles te envolvem facilmente com o ritmo Hard Rock vibrante incluso na composição e vale lembrar... sua letra muito bem vocalizada por Igor Godoi é deveras animada e pode servir de ideal para os amantes do Rock'n'Roll propriamente dito, em suma um mantra para o nosso dia-a-dia.

    Com solos que detonam uma imensa voltagem e com a bateria repleta de repiques, seu Seu Destino é um Hard Rock marcante que seja pela forma que é cantado, pelo seu peso ou pelo seu ritmo intenso em que constatamos uma certeza: vamos gostar desta música logo de cara. O Que Te Impede de Viver começa com um formidável ataque frontal vindo do baixo e das guitarras para depois seguir cheia de adrenalina tanto nos seus vocais quanto em suas linhas instrumentais, que exibem influências do Aerosmith em mais outra sonzeira deste álbum Caos, cujo final é simplesmente flamejante, ouça, confira e me fale.

       A robusta O Homem Que Nunca Mudou flerta com o Blues e conta com Paulo Coruja dando um show na gaita em um andamento impactante e também é dotada de vocalizações que te acertam em cheio pelo estilo aplicado por Igor Godoi em sua voz, em suma, é mais uma baita música desta álbum e ponto.

    Aos dedilhados no violão chegamos a Libertad, que é mais calma e um tanto que viajante, porém, deveras esbelta e saborosa de curtir a sua condução feita pelo quinteto, que vai incluindo o peso à maneira que sua letra é cantada por Igor Godoi. Para Minerva, a oitava de Caos, o Sioux 66 dispara um Hard'n'Heavy admirável em que novamente sente-se ares do Baranga em sua sonoridade, sendo que a faixa te conquista de vez através dos solos de Mika Jaxx e Bento Mello nas guitarras, sendo este último, filho do Branco Mello dos Titãs e se destaca não por isso, mas, por realmente saber o que fazer com com sua guitarra.

    Depois, o baterista Gabriel Haddad promove os primeiros toques da inflamável Desarmado, que a partir do momento em que Igor Godoi canta seus versos se torna um Hard Rock com pitadas de Punk Rock altamente elétrico onde o desejo que temos é cantar com o vocalista e sair pulando mesmo que em casa, imagino a sensação que é despertada em suas versões ao vivo e em alto volume. O Rei ( O Que Te Faz Estar Aqui ) é uma pesada, melodiosa e dotada de um estilo direcionado quase que para uma balada, que se aprecia  instantaneamente por conta de seus vocais e sua linhagem Hard Rock, que surpreende por suas criativas variações.

    A bela, acústica e romântica balada Pra Sempre é a última do tracklist normal de Caos e chega com Igor Godoi ao som dos violões tocados por Mika Jaxx e Bento Mello cantando com muita emoção seus melosos versos, que ao fundo temos os teclados do convidado Richard John Lintullahti projetando outra grande canção do cd. A última é a versão do hit do Paralamas do Sucesso com a versão para O Calibre, porém, no padrão Hard Rock do quinteto, que ficou bastante pesada e saiu com single antes do cd Caos ser lançado resultando em uma excelente escolha.

    Posso seguramente concluir que o Sioux 66 superou com este álbum Caos o já muito bom Diante do Inferno, mereceu o que conquistou na carreira até então e se consolidou como um dos importantes nomes do Hard Rock no Brasil. Será um crime consigo mesmo se não conhecer logo este álbum.
Nota: 10,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Setembro/2020

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