Somberland - Just Flesh For The Worms
9 Faixas - Heavy Metal Rock - 2020

    A horda catarinense da cidade de Cricuíma, que é praticante do Black Metal influenciado pela chamada segunda onda do estilo ( de nomes como Mayhem, Darkthrone, Burzum, Gorgoroth, Immortal e Emperor ) e que teve sua origem no ano de 2015 com o trio formado por E. Nargoth no baixo e vocais, W.A.G. na bateria e Orland na guitarra, que seguiram a temática repleta de blasfêmia e que é costumeira das bandas com esta orientação musical. Em 2016, o trio disponibilizou o EP Dark Silence Of Death, que obteve uma boa repercussão no cenário Underground local e pouco depois, a banda modificou seu line up com a saída de Orland e a inclusão de Diavolus e Dmortest nas guitarras. Em 2017 começaram os trabalhos para seu primeiro álbum, que foi lançado pela Heavy Metal Rock e recebeu o nome de Pest'ology, que rendeu à banda shows pelo Brasil, Uruguai e Argentina.

    No ano seguinte Diavolus deixa o Somberland e em seu lugar entrou Odium, que junto aos demais prepararam este Just Flesh For The Worms, o segundo da banda, o assunto desta resenha e que novamente disponibilizado pela Heavy Metal Rock em 2020, cuja produção é de Orland Júnior e do Somberland com gravações realizadas no Orland Studio em Criciúma/SC, local onde também aconteceram os processos de mixagem e masterização. Já a capa ficou a cargo do renomado artista brasileiro Marcelo Vasco ( Slayer, Krisiun, Kreator e muitos outros ) e é totalmente sombria e macabra.

    Após alguns sons de vento, o voraz e mortal Black Metal composto pelo Somberland eclode com To Die To Reborn através de seus vocais urrados e devidamente agressivos, sua bateria cheia de 'blast beats' e suas guitarras exibindo solos cadenciados, que seguem por um ritmo destruidor em cada instante até se encerrar aos dedilhados mais calmos e soturnos. Já apresentando solos lentos e um andamento arrastado temos Ocean Of Fire and Lust, cujos vocais são rasgados conferindo uma aura negra à canção, que sofre uma virada e uma adição considerável de peso através de linhas mais Heavy Metal. A terceira é a explosiva e lotada de riffs velozes Funeral Mist In Somberland, que é a mais odiosa e anticristã do cd sendo executada com extrema cólera pela banda, que habilmente alterna seu ritmo para trechos mais lentos e melódicos entre os seus incontáveis urros pronunciados por E. Nargoth.

   Aliás, estes vocais devidamente furiosos e urrados continuam em Dead Light Prevails, que é assustadoramente densa e arrastada, além de ser possuidora de uma linhagem instrumental muito bem conduzida pela banda elevando assim a categoria de seu Black Metal incrustado neste cd destinado a fazer você bangear em sua execução. Logo nas primeiras notas de Black Will Force sente-se que a canção será devastadora e ao passar de seus minutos, o Somberland não demonstra compaixão nenhuma e segue feroz até uma surpreendente virada no andamento cheio de vocais insanamente raivosos e após alguns solos melodiosos, o rolo compressor é trazido de volta para finalizar a composição.

    Para Under Thy Darkned Shade, o quarteto catarinense nos mostra um estilo cadenciado bastante envolvente e sempre furioso em seus vocais profanos, entretanto, a avalanche retorna com a esmagadora Graves Of Ashes And Dust, que é acelerada, urrada e dotada de solos devastadores, onde a exceção acontece quando tornam a música cadenciada até ir buscando novamente o que ouvimos no seu princípio produzindo aquela vontade de abrir uma roda.

     O ambiente aniquilador e impuro contido no Black Metal do Somberland, que não dá trégua e persiste com garra em His Suffering, My Pleasure, ou seja, mais urros infernais e muita pancadaria, porém, o que chama atenção nesta oitava bordoada são os solos feitos por Dmortest e Odium em suas guitarras nesta marcante faixa de Just Flesh For The Worms. A última é a instrumental The Meeting aos dedilhados calmos e profundamente obscuros ao som de ondas do marulho.

    O que é mais interessante neste Just Flesh For The Worms do Somberland é que a banda não se prendeu apenas à toda violência, agressividade e profanação inerente ao Black Metal e também ao seu caótico e esperado peso, pois soube incluir muitos solos criativos consideravelmente orientados pelo Heavy Metal, que fizeram o disco ser muito melhor do que se podia esperar ao começar ouvi-lo. Ponto para o quarteto e pode ouvi-lo sem piedade dos ouvidos alheios, que você está diante de uma das maiores pedradas nacionais deste fatídico ano de 2020.
Nota: 9,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Agosto/2020

Facebook: https://www.facebook.com/somberlandofficial/.  
Soundcloud: Reverbnation: https://soundcloud.com/somberland-bm
Youtube Disco: https://www.youtube.com/watch?v=rajUABSzvvI.
Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCHSlEU553_kyBxEvqvKs7Gg/featured.

 

 

Voltar para Resenhas