Soturnus - Of Everything That Hurts
 9 Faixas - Eternal Hatred Records - 2013

    Com origem em 2000 como um trio e com a primeira demo lançada em 2001 ( Poems Of Love... Poems Of Pain ), o Soturnus, uma banda de Doom/Death Metal de João Pessoa/PB, começou a ser conhecido no país e chegou a participar de festivais como o ForCaos de 2002 e 2003, ambos em Fortaleza/CE. Como acontece na fase inicial, algumas mudanças no line-up aconteceram e eles se dedicaram à outros projetos retomando com o Soturnus somente em 2006, quando a demo Solitude foi disponibilizada. Ainda neste ano, começam a preparar o primeiro full legnth, o álbum When Flesh Becomes Spirit, lançado no final do ano seguinte. Passam o ano de 2008 divulgando o cd e se apresentam ao lado do Viper, Khallice, Malefactor, Torture Squad em algumas capitais nordestinas.

    O segundo cd foi concebido após um enorme tempo de elaboração em 2013 com a atual formação, com os músicos Rodrigo Barbosa nos vocais, Andrei Targino e Eduardo Borsero nas guitarras, Guilherme Augusto no baixo e Eduardo Vieira na bateria, que gravaram este Of Everything That Hurts nos seguintes estúdios: ATH2 Studio ( vocais e violões ), AT1404 Studio ( guitarras e baixo ) e Peixe Boi Studio ( bateria ). Produção de Andrei Targino e Victor Hugo Targino, que também assina a mixagem e masterização. A capa é do excelente artista brasileiro Gustavo Sazes ( Almah, Arch Enemy, Krisiun, Angra, Firewind e tantos outros ).

    A primeira do cd é a Wish I Knew, que mostra os vocais agressivos de Rodrigo Barbosa entre alguns riffs de guitarras, porém, no decorrer temos muita melodias e versos mais suaves, temos aqui um contraste muito usado no Gothic Metal, que o Soturnus soube fazer conduzir muito bem. Depois com um andamento mais cadenciado, pedais duplos e vocais urrados, The Shame Within continua o sombrio álbum do Soturnus. Entretanto, os trechos falados mais calmos e até viajantes fazem uma boa quebra na música e se prolongam significativamente. The Doors Of Perception entra com um clima denso, vocais graves e urrados, base forte de guitarras e bateria mais lenta que produzem um ritmo arrastado bem Doom mesmo, que dura até que a banda aplique solos de guitarras mais rápidos para então voltar com suas obscuras linhas iniciais.

    A faixa título, Of Everything That Hurts vem em seguida com uma bela e sinistra melodia no violão, que é vocalizada com muita emoção por Rodrigo Barbosa e este passa toda aquela atmosfera melancólica, que encontramos em sons assim, porém sem esquecer de ótimos solos de guitarras, que tiveram a presença do convidado Rodrigo Guimarães do Wooden Bridge, que trouxe mais brilho aos solos. Depois, a canção recebe seus versos urrados e volta a se tornar mais calma em um excelente Gothic/Death/Doom Metal, que vai te conquistando à maneira que se ouve. Para House Of Hatred, o quinteto de João Pessoa preparou uma faixa que contém uma ótima base Heavy Metal, que monta o caminho para o vocalista alternar entre momentos mais urrados e outros mais agressivos, que caminham próximo à um Black Metal. Destaque também para os os versos em que o vocalista Rodrigo Barbosa canta de forma mais limpa e também para os melodiosos solos de guitarras realizados com muita dedicação de Andrei Targino e Eduardo Borsero, que quebram as linhas extremas.

    A seguinte é Cacophony Of Wonderful Sounds e nesta, o Soturnus nos envia uma cadenciada e agressiva composição, que está cheia de repiques e pedais duplos executados com habilidade pelo baterista Eduardo Vieira. O lado voltado para as linhas góticas da música estão expostos nas partes mais melódicas, suaves e faladas.

    Com dedilhados mais sombrios, Empty Man, marca a sétima de Of Everything That Hurts e recebe o produtor Victor Hugo Targino que após o urro inicial deixa sua marca na guitarra e ajuda a banda a expelir um andamento mais Heavy no encorpado fundo de baixo e bateria, além de vocais sempre agressivos na maioria dos versos e limpos, quando querem exibir o lado Doom.

    Em Leaving, o Soturnus dispara uma canção com os característicos vocais guturais e também uma ótima base de baixo, guitarras e bateria, que a alicerçam com muita habilidade. Interessante é a inclusão de um trecho mais lento, quase falado que serve para quebrar o ritmo raivoso da faixa, além dos longos solos de guitarras, que mais uma vez exalam muita melodia puramente de Heavy Metal. Para finalizar Of Everything That Hurts, o quinteto atacou com a cadenciada Another Day Lovely, que possui muitas vocalizações agressivas e momentos mais calmos, não diferindo das demais faixas do cd, ou seja, muitos bons solos de guitarras, ótimas harmonias, bateria com bumbos duplos de muita técnica, enfim, é um tanto repetitivo, mas, tudo muito bem conduzido e talvez por isso, faça a música ter suas boas qualidades.

    Quem aprecia nomes como Paradise Lost, November´s Doom e My Dying Bride terá neste disco do Soturnus uma prova que na Região Nordeste do Brasil é possuidora de uma competente banda que busca atingir o nível delas, e com este Of Everything That Hurts, posso dizer que eles estão no caminho correto.
Nota: 8,0.

Sites: http://www.soturnus.com/ e https://www.facebook.com/soturnus.br?fref=ts.

Por Fernando R. R. Júnior
 Agosto/2014

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