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Além disso, nos encartes temos outros belíssimos desenhos, não deixe de conferir Madhouse em sua versão física. Sobre as letras, Allan Oliveira comenta: "Queremos ser lúdicos. Gostamos muito das letras das músicas com mensagens. Fiquei muito feliz que o Bob Dylan tenha ganho o Nobel de Literatura, espero que o Roger Waters ganhe. Gostamos de histórias, poesias e reflexões, introspecção. Exprimir ideias e emoções com símbolos que podem ser muito trabalhados ou mais simples. A letra é mediadora com o público e ajuda a reforçar as sensações que a música causa. Prezamos muito por essa conexão."
A releitura de Immigrant Song do Led Zeppelin, que se tornou o primeiro single do The Gard abre o cd com dedilhados calmos, que chegam às conhecidas melodias de uma forma surpreendente e inesperada ( se a compararmos com o que os ingleses criaram ) por contar com o uso do violão na técnica 'finger style', o baixo com o whammy e distorção, além da percussão tribal, que a tornaram totalmente diferente, enfim, ficou excelente. Com ares mais Blues e um longo solo de guitarra, Play Of Gods caminha pelo Heavy Rock através de um ritmo cadenciado que evidencia os vocais de Beck Norder e também os toques feitos pelo baterista Lucas Mandelo, além dos importantes improvisos devidamente cativantes inclusos na música, que tiveram a participação de Dennis Arthur no início e em alguns solos de guitarras, que estão belíssimos do jeito que um Rock Clássico necessita. Estes elementos somados tornam Play Of Gods uma baita sonzeira.
Em seguida, o Power Trio acelera um pouco com Madhouse, a faixa que intitula o cd, onde a voltagem Rock'n'Roll pesada e com distorções está transbordando com um estilo para envolver logo em sua primeira audição, seja por conta dos solos ou nos aquecidos vocais ou ainda nos intensos duelos instrumentais, que juntos nos empolgam consideravelmente. Com dedilhados calmos com o uso de um bandolim, The Gard Song é cantada em coro em um ambiente Folk em sua introdução, que dá lugar a um ritmo eletrificado em que sentimos sua elevação positiva acontecer à maneira que seus versos são cantados com competência por Beck Norder, que junto a Allan Oliveira nos colocam diante de solos ardorosos e marcantes em suas guitarras flertando com a Música Clássica, dotando-os assim de uma singular beleza. E o Power Trio segue sua viagem deixando a música fluir livremente de forma que possamos imaginar suas épicas versões ao vivo até repetir o refrão e encerrar tranquilamente aos dedilhados e também com emocionantes vocalizações.
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Para Kaiser Of The Sea, os campinenses executam uma composição robusta, cadenciada e de ares sinistros, que foi inspirada na mitologia nórdica, cuja linhagem favorece aos solos de guitarras e também para que o vocalista convoque os fãs para cantar e aplaudir no ritmo da música ou ainda em determinados pontos ficarem gritando "hey... hey...". Finalizando Madhouse, o The Gard apresenta a Panet Et Circensis, que não é uma versão do sucesso dos Mutantes e sim um Blues Rock infectante em seus riffs de guitarras e em vocais causando uma satisfação enorme em ouví-los, pois o Power Trio capturou a essência do estilo, onde destaco também os toques realizados pelo baterista Lucas Mandelo, não deixe de conferir também.
Em um primeiro momento olhando a história do The Gard poderíamos pensar que seu álbum Madhouse seria voltado ao Led Zeppelin, porém, o Power Trio foi além e nos brindou com um disco que é pura sonzeira do começo ao fim dentro da linhagem clássica explorada nomes como os citados anteriormente, e eles nos trouxeram composições Hard Rock, Heavy Rock, Blues, Folk e também com longas viagens que fatalmente conquistarão muitos fãs me levando a considerar esta banda como a revelação nacional de 2018.
Nota: 9,5.Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2019
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