The Giant Void - Abyssal
12 Faixas - Som do Darma - 2023

        Em 2023, a banda sorocabana The Giant Void lançou o segundo registro de estúdio sucedendo o ótimo Thought Insertion ( leia resenha ), que recebeu o nome de Abyssal e nos colocou diante de 12 novas composições feitas pelo guitarrista, baixista, backing vocals e produtor musical Felipe Colenci e o vocalista Hugo Rafael ( um dos finalistas do The Voice Brasil 2021 ), que tiveram no comando das baquetas simplesmente Michael Ehré ( Gamma Ray e ex-Primal Fear ).

    Abyssal foi lançado no dia 25 de outubro de 2023 através de um show do The Giant Void em Sorocaba/SP, quando o baterista Vinny Appice ( Dio, Black Sabbath e Appice ) esteve por lá em sua turnê brasileira. A capa de Abyssal, que mostra uma imagem obscura e submersa é assinada por João Vicentim, João Schendel e John Rendering e o encarte de 20 páginas foi criado por João Duarte.

    O conceito de Abyssal foi explicado por Felipe Colenci da seguinte forma: "Abyssal foi o título encontrado por mim e nosso manager, Eliton Tomasi, para resumir o que queremos contar nas letras. Quando analisamos os textos, entendemos que todas as músicas falam de emoções profundas humanas, emoções basais, e o título em questão foi uma forma de resumir esse conteúdo. Não se trata de um álbum conceitual, mas podemos dizer que todas as letras tem conexão entre si".

    O álbum foi gravado entre 2022 e 2023 no Fuzzr Audio e seus processos de produção, gravação e mixagem ficaram aos cuidados de Felipe Colenci enquanto que a masterização é de Fernando Delgado assistido por Breno Amorim e foi realizada na Espanha.

    O Heavy Metal do The Giant Void é aberto com a robusta e empolgante Dirty Sinner, onde você é conectado ao som tanto pelas vocalizações de Hugo Rafael quanto pelos solos de Felipe Colenci e também pelo seu refrão, que fica na memória. Depois temos Ashen Empires Pt 2 - NWO, que inicia aos dedilhados e expressa muita emoção nos vocais até que seu lado pesado apareça e evidencie a sonzeira que esta canção é, que acredito que ao vivo deverá funcionar muito bem e trazer a galera para curtir com a banda ( confirme prestando atenção em seu refrão ), aliás, vale também reparar na beleza dos solos feitos por Felipe Colenci em sua guitarra e o trecho épico antes do refrão encerrar a música.

    A terceira de Abyssal é The Key, que entra em cena com um princípio encorpado na guitarra, que é bastante cativante e que é ampliado à maneira que Hugo Rafael canta seus versos, cujas variações instrumentais - sejam toques na bateria, solos de guitarra ou mesmo na sua letra - merecem serem absorvidos e entendidas, então... ouça e absorva cada trecho. Em Monster Within, o The Giant Void apresenta uma fortificada e mais rápida criação em que Hugo Rafael deposita muito feeling ao cantar os seus versos, onde recomendo também sentir as alterações que eles imprimem no seu decorrer e também a riqueza de seus solos de guitarra. 

    Disparando um poderosa música atrás da outra chegamos em The Black Pit, que é contagiante através de suas melodias, vocalizada com garra, dotada de solos vibrantes e constantes na guitarra, além de uma modificação que a acalma e favorece um mergulho maior em sua harmonia, cuja letra foi inspirada na Batalha do Atlântico Norte. O Heavy direto presente em Mars marca a sexta de Abyssal e percebe-se como o The Giant Void adiciona peso e velocidade com a competência necessária conquistando de vez o ouvinte, sendo que isso está explícito nos solos de guitarra e nos vocais em uma letra sobre o planeta vermelho.

    Para a faixa Inner Truth verificamos uma pegada mais Hard Rock e Rock'n'Roll bem envolvente, que gostaremos imediatamente e um refrão de fácil memorização, tanto que esta canção é possuidora de solos de guitarra de muita habilidade. Escolhida para ser o primeiro videoclipe de Abyssal em uma excelente animação de Peu Ribeiro, War Heroes é simplesmente uma das melhores do disco, seu ritmo é intenso e é vocalizada com destreza por Hugo Rafael.

    Vale aqui uma curiosidade extra: a letra de War Heroes narra a história real de Danilo Marques Moura, segundo tenente da reserva e piloto do 1º Grupo de Aviação de Caça Força Aérea Brasileira a bordo de um P-47 Thunderbold, que lutou na Itália na II Grande Guerra Mundial. Enfim, nesta o The Giant Void se superou e nos surpreendeu para valer com seus riffs, seus vocais, seu andamento, seus solos de guitarra, seus toques de baixo e de bateria, enfim, baita criação com direito a um trecho da Canção do Expedicionário do Exército Brasileiro na guitarra. Ouça e sabia melhor porque estou elogiando tanto esta que se tornou minha favorita em Abyssal.

    Acelerada, fortificada e direta, assim é Chosen One, a nona do cd, que contém um refrão melodioso entre todo o seu andamento destruidor e também conta com solos de guitarra primorosos. Na reta final deste discão, que foi um dos melhores álbuns nacionais lançados em 2023 temos a marcante Dimensions Collide, que outra vez o The Giant Void exibiu solos fervorosos na guitarra, vocais repletos de carisma, ótimo refrão e uma carga de baixo e de bateria na contagem certa, ou seja, outro grande acerto do álbum, que contém modificações de andamento muito admiráveis.

    A penúltima é a Ashen Empire Pt 1 - Rising Empire e logo após seu vigoroso início, que é cadenciado e técnico, o The Giant Void colocou uma letra que também deve-se olhar o que está dito ( ou seja, pegue o encarte nas mãos ), bem como novamente apreciar e absorver suas melodias e a virada veloz que foi aplicada em seu final. Para encerrar esta obra de arte, hora de Human Downfall, que alterna momentos consideravelmente velozes e pesados quase Thrash com linhas mais calmas resultando em uma composição explosiva em que reparamos que é mantenedora de um estilo épico em que eles demonstraram a melhor performance de Hugo Rafael nos vocais.

    Impressionante!!! Esta palavra define o que senti após a audição deste excelente disco Abyssal em que o The Giant Void brilhou ainda mais e será um crime consigo mesmo se você não dedicar 66 minutos de sua vida para ouvir estas 12 formidáveis composições, mas vale um aviso, após a primeira audição, certamente, você desejará ouvir de novo e de novo...
Nota: 10,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Março/2025

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