Tony Babalu - Live Sessions At Mosh
6 Faixas - Amelis Records/Trattore - 2014

    Tony Babalu é um dos maiores guitarristas do Rock Brasileiro com 40 anos de carreira e que por muitos anos tocou no Made In Brazil gravando seus principais discos. Além disso, ele é um experiente compositor, arranjador, produtor e diretor, sendo requisitado em muitos discos de cantoras como Penha Ribeiro, Maga Lieiri, Marise Marra e projetos da TV Globo, isso sem contar os seus projetos como o Bem Nascidos e Mal Criados, Quarto Crescente, Artigo de Luxo, Betagrooveband, só para citar alguns. E claro, também se enveredou com vários trabalhos solos e em sua maioria instrumentais, o que infelizmente não é muito divulgado no país.

    E continuando sua carreira solo, em 2014 ele lançou este excelente álbum instrumental com o título de Live Sessions At Mosh, que foi gravado analogicamente nos dias 28 e 29 de dezembro de 2012 ao vivo no Estúdio Mosh em São Paulo/SP ao lado dos experientes músicos Franklin Paolillo na bateria ( que já tocou nas bandas Made In Brazil, Rita Lee & Tutti Frutti, Joelho de Porco, O Terço ), Adriano Augusto nos teclados e Leandro Gusman no baixo, sob os cuidados de Angelo Angeloni que cuidou também da mixagem, enquanto que a materização é assinada por Walter Lima. Na capa apenas a histórica guitarra de Tony Babalu e um ambiente urbano noturno, que reflete relativamente o que teremos no cd e quando deveremos ouví-lo.

    A primeira é Valsa à Paulistana com um começo calmo em linhas instrumentais devidamente bem feitas, que deixam Tony Babalu à vontade para solar sua Fender Stratocaster com uma grande leveza e com isso, nos passe a ideia da dança do título da música. E ouvindo este som de olhos fechados, se deixar sua mente solta, consegue-se imaginar seus belos solos, que estão repletos de técnica e vão crescendo cada vez mais no decorrer dos nove minutos da música em uma excelente harmonia. Em seguida, com alguns arpejos Pompéias Groove é tocada e assim como notei na audição da primeira faixa, o trio Franklin Paolillo, Leandro Gusman e Adriano Augusto fornece uma excelente base para que Tony Babalu brilhe com sua guitarra neste verdadeiro Jazz Rock de levadas mais Funk. Entretanto, a música ganha em força e nos empolga ainda mais.

    Muito interessante neste álbum de se mencionar é como eles deixam as músicas fluírem livremente, como os improvisos realizados caem bem, e em Suzi ( homenagem a coordenadora de produção e esposa de Tony Babalu ) temos uma faixa calma, gostosa de se ouvir pelas suaves marcações na bateria de Franklin Paolillo e na base de piano feita nos teclados Roland A-33 de Adriano Augusto. Assim, Tony Balalu conduz a música com melodias tranquilas e lindíssimas em sua guitarra, que atingem nossa alma e passam uma aura de paz em suas emocionantes e enfeitiçantes viagens, que parecem que não vão acabar e quando terminam com o fim da música, dá vontade de voltar e ouvi-la novamente.

    Para a longa Brazilian Blues ( a maior do cd ), Tony Babalu nos expõe a um Blues lento, bastante suave, ritmado pelos toques do baterista Franklin Paulillo e pelo baixo de Leandro Gusman. E o guitarrista sola com tranquilidade, porém, com soberba habilidade.

    E esta quarta canção ganha em emoção quando o tecladista Adriano Augusto entra em cena realizando um solo como se estivesse com um Hammond, que aumenta o seu crescente positivo, pois, percebe-se a interação entre os instrumentos e a vibração que é passada. Depois do solo de teclados, Tony Babalu sola sua Fender Stratocaster, com riffs longos, pesados, melodiosos, enfim, passa uma aula de como tocar guitarra. No final, voltamos ao ritmo inicial mais lento e afirmo: temos aqui uma excelente canção para ouvir após um árduo dia de trabalho enquanto se relaxa.    

       Com o título relembrando do cometa que passou próximo à Terra nos anos 80, Halley 86 mantém a tranquilidade deste Live Sessions At Mosh, mas com uma bela harmonia, que está muito bem conduzida pelos demais integrantes. E asseguro, nesta quinta faixa percebemos que as calmas evoluções de baixo e guitarra, vez ou outra se elevam mais com primor e quando acontece, você aprecia ainda mais a música. Para quem gosta de Jazz e Fusion temos um belo momento, que o quarteto sabiamente o leva cada vez mais longe em um andamento sensacional de atuações marcantes de cada um dos músicos, lógico que enfatizando mais a guitarra, mas também com trechos que exaltam os ritmos brasileiros como o baião.

 

    Nem parece que os mais de 45 minutos do cd se passaram e que o Rock´n´Roll com forte presença dos teclados de Adriano Augusto ( novamente lembrando um Hammond ), que estão na Vecchione Brothers chegaram com toda sua vibração positiva e longos riffs de guitarra feitos com perfeição para homenagear os criadores da instituição Made In Brazil por Tony Babalu para encerrar o cd.

    Nesta última música tome solos de guitarras que são para dar inveja à muitos guitarristas pela maestria que são tocados, pois passam do simples Rock´n´Roll e vão até a linhas mais Hard Rock em trechos onde duelam com os teclados na melhor estilo realizado por Richie Blackmore e Jon Lord no Deep Purple.   

     Live Sessions At Mosh conta ainda com um clipe para Valsa à Paulistana, que mostra os músicos em uma das sessões de gravações do cd ao vivo no estúdio junto ao produtor, e aí, para você que ficou curioso em saber como Tony Babalu consegue as formidáveis linhas da música, poderá assistir e sentir ainda mais a energia que é passada.

    Definindo este Tony Babalu Live Sessions At Mosh em poucas palavras: um magnífico álbum instrumental. Se você caro leitor(a) estiver familiarizado com trabalhos instrumentais, saber deixar a música adentrar sua alma, curtir guitarristas do porte de Eric Clapton, Joe Satriani, Carlos Santana e Jeff Beck... tenha esta verdadeira joia sonora deste ás da lendária Stratocaster o quanto antes, pois Tony Babalu disponibilizou simplesmente um dos melhores álbuns do ano, que não tem como não gostar após a primeira audição.
Nota: 10,0.

Sites: www.tonybabalu.com.

Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2014

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