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Aberto com Insanity Nightmares, onde ouvimos sua sombria introdução dotada de narrativas, vozes desconexas e gritos de uma multidão apavorada para que então o Heavy Metal Tradicional do Tropa de Shock floresça em I Broke My Mirrors, cuja combinação de riffs rápidos com momentos melodiosos cativem com facilidade junto às vocalizações encorpadas de Don, que sabiamente despeja fortes e empolgantes agudos. Após alguns passos e com sirenes de ataque aéreo sendo tocadas, a cadenciada Revelations Of A Soldier continua Inside The Madness com a potência necessária e vai te pegar justamente no seu refrão, que certamente os fãs do Judas Priest apreciarão mais este som na sua levada de guitarras e no formato de seus vocais, que trazem uma letra muito interessante, confira em seu encarte.
Em Call My Name recebemos um Heavy Metal versado nas correntes melodiosas setentistas, onde as guitarras de Augusto Abade e Lucas Pelarin guiam os caminhos que a música vai percorrer em seus solos com muita habilidade e linhas inspiradas no Iron Maiden liberando Don para vocalizar com muito carisma cada trecho. Para a quinta canção, a Waiting For Another Way, os solos de guitarras já ficam em evidência logo de cara e trazem as contundentes vocalizações de Don, que novamente demonstra um estilo de cantar que lembra o mestre Rob Halford, e este competente som, está sempre amparado pelo toques animados do baixista Lucas Hammer e do baterista Márcio Minetto, que seguram o ritmo o tempo todo. Ahh... olho na sua letra e na efervescência que os solos de guitarras passam momentos antes do fascinante refrão ser repetido pela última vez.
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Sem parar, Afraid To Hell mantém o Heavy Metal em alta e nossos ouvidos atentos ao som 'Priestiano' do quinteto, onde os vocais e os solos de guitarras estão cheio de eletricidade a cada nota te convidando a 'banguear' em sua audição. Em Silent´s Dark, que é a seguinte, o Tropa de Shock não se acanha e desfere outra arrebatadora canção, seja na sua velocidade dos solos gêmeos de guitarras, nos seus vocais em coro, sua presença marcante no baixo, sua bateria acelerada. Ufa!!! todos estes fatores combinados como estão traçam um quase flerte com o Power Metal no estilo do Helloween ( ouça Eagle Fly Free e me fale ). Enfim, é ouvir e sentir-se realizado.
Apresentando um poderio de fogo enorme, Beyond The Sea marca a décima composição de Inside The Madness e suas vocalizações atravessam linhas em coro e denotam a versatilidade de Don ao cantar seus versos em um ritmo que culmina em mais uma sessão de solos da entrosada dupla do Tropa de Shock, além de muito peso nas envolventes viradas na bateria de Márcio Minetto. Slaved Anywhere mostra um andamento fortificado cravado na força da bateria somada com as guitarras, que sofrem algumas variações até que no momento em que os vocais apareçam e sua veia Heavy Metal fique mais clara. Só para não perder o costume deste cd... estamos diante de mais uma excelente composição onde o quinteto deixa os seus solos de guitarra fluírem livremente e também os vocais de Don buscar as notas mais aguadas e agressivas. Se gosta de linhas 'a la' Judas Priest com pitadas de Power Metal... pode saborear esta crítica à sociedade que vive conectada.
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Acredito seguramente que Inside The Madness seja um dos melhores álbuns já lançados na longa carreira do Tropa de Shock. Se aprecia a qualidade e o nível do Heavy Metal Brasileiro atual, deve se ligar neste cd, ainda mais se curtir nomes como Judas Priest e Iron Maiden. No começo de 2016, o vocalista Don sofreu um ataque do coração e a banda abriu um hiato até que ele se reestabeleça. Além de dedicar esta resenha ao vocalista, espero que ele retorne às suas atividades e possa - junto aos demais membros do Tropa de Shock - nos mostrar nos palcos todo o caloroso potencial deste álbum ao vivo.
Nota: 10,0.Sites: http://www.tropadeshock.com/, https://www.facebook.com/pages/Tropa-De-Shock/138251266211770?fref=ts e http://www.youtube.com/user/tropadeshockoficial.
Por Fernando R. R. Júnior
Julho/2016