|
|
Na capa desenhada por Paulo "Coruja" Oliveira podemos ver a deusa Gaia em dose dupla, sendo que uma dorme e a outra está acordada, além de um bardo na parte interna e este desenhado por Eduardo Vidiabos, aliás, chama atenção também o desenho feito por Edgard Franco, que mostra a mãe Gaia sendo atacada por um ser de cartola tal qual um Tio Sam norte americano, que só pensa em dinheiro e destruir a natureza. Seria semelhança com um certo presidente que é um dos mais importantes governantes do planeta? Mas é claro que sim. E além do trio principal este The Tribes Of Witching Souls traz vários convidados que citarei ao longo desta resenha, sendo que apenas o produtor Fabrício Altino ficou responsável pela bateria em todas as faixas, menos a Your Wall Shall Fall.
A mágica, positiva, festiva e uma das melhores músicas que escutei neste ano, a The Tribes Of Witching Souls abre o trabalho e sente-se que será um hit da banda em que Bruno Maia canta alegremente sues versos alternando com os demais perfeitamente sua melodia e seu peso, além de receber Dana Russi Maia nos backing vocals. Enriquecendo mais esta primeira canção podemos e devemos notar seu refrão, que é daqueles que ficará gravado em sua memória, enfim, a magia dos mineiros está de volta e lançada no ar. Depois, o mergulho neste universo aumenta com Turn, inicialmente com a voz marcante de Bruno Maia entre um ritmo pesado e cadenciado em que o convidado Alex Navar deixa a composição ainda mais bela com a sua gaita de fole, cuja letra merece uma atenção especial, pois, enfatiza que devemos fazer pontes e não muros, ou seja, união e harmonia não guerras e separações... mais atual impossível. Para Warrior Queen recebemos um convite para adentrar outra dimensão através dos bodhran ( instrumento de percussão ) tocados por David Briggs e Rafael Salobrena, além da presença da esbelta voz de Daísa Munhoz ( Vandroya e Soulspell ), que canta com personalidade seus versos nesta animada música, que exala também o brilho contido nos solos de violino executados por Nathan Vianna.
|
|
A nova versão de Tan Pinga Ra Tan - originalmente composta no Tingaralatingadun de 2001 - contou com Nita Rodrigues ( Bud Pump ) e Fernanda Lira ( Nervosa ) dividindo os vocais e as suas garbosas/formosas vozes concederam uma iluminação magnífica a esta canção, que possui linhas instrumentais cativantes e desta vez mais lenta que conhecíamos anteriormente produzindo muita emoção e um prazer maior ao ouví-la. Como bônus, The Tribes Of Witching Souls traz duas canções, sendo a primeira, a versão demo de Rhymes Against Humanity de 2014, que se mostra deveras encorpada em seus solos de guitarra e em seus vocais, que fundem-se com seu lado Folk como somente o Tuatha de Danann sabe fazer perfeitamente. A última e outro bônus é uma versão demo e instrumental da canção título, a The Tribes Of Witching Souls, que por não conter as letras é imperativo de se ouvir de olhos fechados e absolver na alma suas belíssimas viagens e melodias, além de perceber como que a versão definitiva se tornou muito melhor.
Demorou para que pudéssemos ter em mãos um novo registro de estúdio do Tuatha de Danann, mas a espera foi recompensada com um magnífico EP, que alia seu Heavy Metal a toda a mágica incrível de seu Folk Celta com ótimas letras, que naturalmente levarão novos fãs para a tribo das almas encantadas, além de garantir a satisfação dos antigos, que se sentiam órfãos de novas músicas da banda mineira. Aliás, que eles não parem por aí e que este disco seja o prenúncio de um novo álbum completo.
Nota: 10,0.Por Fernando R. R. Júnior
Julho/2019