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A capa em tons de cinza 'arvorificada' exibindo muita agonia e desespero em sua imagem é da artista Brenda Cassimiro e as fotos presentes no livreto de muitas páginas ( todas em cinza ) são um design da Zilbra ( X1a ) se conectando à dedicação feita no cd a que todos sofrem com a intolerância, falta de respeito e comportamento fascista existente na sociedade. Vale dizer também que além das letras das músicas, antes de cada uma delas temos algumas frases questionando e criticando o que vemos acontecer em nossos dias.
Não é sempre que uma banda de Death Metal se posiciona contra a opressão, preconceitos e enfatiza as críticas sociais, os temas em geral são mais sobre inferno e blasfêmias, porém, no caso do Warshipper isso merece ser mencionado como um ponto positivo, pois, é definido por Renan Roveran da seguinte forma: "O disco retrata, através de leituras distintas, a perspectiva estéril dos sujeitos diante de predefinições de padrão de normalidade que são impostas pelas sociedades em suas mais diversas facetas, seja por questões de gênero, raça, orientação sexual, dependência química ou mesmo condição emocional/mental. Ao nos propormos à desconstrução de tais padrões, em diversos níveis, nos depararmos com essa dolorosa realidade: uma visão inóspita quanto à felicidade e sensação de valor. A vida é cruel, traumática, e quanto mais compreensão disso temos, mais negativa é a perspectiva. Estéril, de fato".
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Para Rabbit Hole, o Warshipper dispara uma canção mais cadenciada em seus solos de guitarras até atingir por um andamento voltado ao Thrash Metal devidamente matador repleto de vocais urrados na linha Death Old School tornando suas evoluções completamente avassaladoras, mesmo nos seus trechos melodiosos, pois, sabemos que a destruição voltará totalmente esmagadora me levando a pensar: precisava de tanto? Respondendo a questão anterior, com temas importantes como estes que são abordados por eles... sim!!! e na quinta após um princípio lento e sombrio temos incursões robustas e criativas nesta ótima instrumental chamada Embryo, que passam a ideia de sofrimento e libertação, cujos solos feitos por Renan Roveran e Rafael Oliveira em suas guitarras elevam ainda mais a categoria desta faixa em que eles nos brindaram com diversas camadas, ora mais pesadas, ora mais melódicas, ora mais Thrash e Death.
Em Numb - Pleasures Of Possession, o quarteto envia um ritmo 'encorpadaço' e frenético que é devidamente contagiante, visceral e excelente para abrir rodas, socar o ar e 'banguear' sem parar, em suma um Thrash/Death Metal de primeira. Novamente investem em dedilhados calmos e obscuros com uma ótima percussão executada por Rodolfo Nekator até que o andamento arrastado de Beneath The Burder nos coloque diante de agressivos vocais lamuriantes culminando em uma parte acelerada nos solos de guitarras, que são devidamente acompanhados pelo baixo e pela bateria, uma verdadeira avalanche, que somados aos vocais me levam a dizer uma coisa: nenhum pescoço será deixado no lugar. E para completar ainda temos um baita solo de guitarra e vocais muito amargurados nesta faixa que flerta descaradamente com o Doom Metal.
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A última do tracklist normal é a longa Knowing Just As I ( Detachment ) e também caminha nesta fusão de Thrash/Death com Gothic Metal ficando mais robusta ao seu decorrer, que tem vocais em tons graves, outros limpos, alguns breves urros e seu andamento transformado em trechos bastante cativantes destacando-se os toques do baixista Rodolfo Nekathor e os solos de guitarras, que ganham mais energia envolvendo de vez o ouvinte.
Sabe a expressão melhor que a encomenda? Então, se aplica a este Barren... porque após oito canções voltadas ao Death Metal implacáveis de cair o queixo da cara com algumas incursões no Thrash Metal, o álbum transita por três canções experimentais e instigantes com mergulhos certeiros em Doom e Gothic Metal demonstrando a evolução e a versatilidade do Warshipper neste lançamento da Heavy Metal Rock, que vale conhecer imediatamente.
Nota: 9,5.Por Fernando R. R. Júnior
Abril/2020
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