A gravação deste retorno a disco do Witchhammer ficou
a cargo de André Cabelo no trabalho realizado no Engenho
Multimidia Studios em Belo Horizonte/MG durante a segunda
metade de 2005. A arte da capa é assinada por Igor Farah e a temática das letras está
centrada nas discussões políticas, sociais
e ideológicas. O álbum abre com Oija Board, música que possui um trecho
sintetizado, vocais bem agressivos e urrados, guitarras em linhas mais
cadenciadas e o baixo e bateria fazendo ótimas evoluções. Esta primeira
música conta com as participações de Korg do Chakal,
Tchesko do Pathologic Noise, Profanus Incredulus do
Erebus, Aender e Hales do Requiem, Ricardo
Sarcinelli do Poison God e Pinguim do Buchter todos
emprestando sua vozes para deixarem o trabalho ainda mais belo. A segunda é Me
Damnlawless Killer, faixa que mostra vocais novamente com vários urros e muita
raiva. Os solos de guitarras estão bem distorcidos e Teddy espanca
sua bateria com uma força incansável. A inversão acelerada oitentista que
vai rapidamente ganhando cadência é o destaque da música.
A terceira é
Metaphysics, que exibe uma
linda sessão thrash metal nas guitarras de Paulo Caetano e
Rogério Sena, já os vocais estão fortemente agressivos. A rifflerama
que ambos tiram de suas guitarras é perfeita para bangear sem parar (
mesmo que seja sozinho no quarto ).
Exibindo uma
linha mescla thrash com death bem rápida e calcada nos solos de guitarras temos Wrath
Of Witchhammer, música que o baterista Teddy apresenta uma
ótima pegada com ritmo forte. Os vocais estão ótimos, mas quero que preste atenção
nos riffs que são tocados ao final da música. A quinta música é uma
regravação do Wicthhammer dos anos 80: Dartherium, que nos
traz um início bem agressivo e posso dizer até um pouco sinistro. As guitarras
estão cadenciadas e os solos em conjunto com a bateria aceleram-se de forma
maravilhosa. Claro que os vocais acompanham tudo isso e estão altamente
pesados. Te convido a notar também o solo de Casito no baixo e
perceber como ele segue direitinho junto com a guitarra.
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A próxima de
Ode To Death é The Machine Of War, uma rápida canção
que mostra influências de punk com vocais fortes, muitos solos numa
pegada ágil e agressiva. A sétima faixa é Kill Us e tem um
começo infernal - confirme isso ouvindo o solo de guitarra que abre a música
- os vocais estão bem extremos e as inversões no andamento que vão de trechos cadenciados
para excelentes solos, fazem um ótimo absurdo de porradaria. Dartherium III
já começa mostrando vocais fortes e quero que perceba a forma que a
guitarra é tocada, com certeza, ela vai te deixar algo martelando na cabeça por um bom
tempo.
A nona é
Witchery, talvez a mais rápida e acelerada até aqui e funcionará como
uma luva para abrir a empolgação total durante um show do Witchhammer.
Esta música possui muita agressividade nos vocais e força nas guitarras,
porém, o destaque fica mesmo para os solos de guitarras melodiosos durante
os vocais guturais ( como é maravilhoso ouvir um som e ver a guitarra
fazendo a diferença ). Depois temos Headbangers Unite, com um
ritmo cadenciado e vocais urrados. Durante os solos de guitarras temos
o destaque da música com as inversões para
trechos cavalgantes que lembram o Slayer. É leitor(a) o
Witchhammer está muito preciso nesta volta à ativa, para confirmar isso
veja o que Teddy faz na sua bateria.
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A segunda das
regravações citadas acima é Weekeng In Auschwitz, que demora mais
de um minuto para ouvirmos seus vocais agressivos. O tema polêmico - já que fala de um dos maiores campos de concentração da
Segunda Guerra Mundial - é tocado com fortes palhetadas no baixo
de Casito.
A penúltima faixa é
Wordegeneration que promove um verdadeiro massacre sonoro com
guitarras distorcidas, baixo acelerado e vocais alucinantes. E entre os
longos solos de guitarras, temos o final cantado em português com muita
revolta. Fechando este disco que consolida de vez o retorno do
Witchhammer, temos Perseguição, o já citado cover do Sagrado Inferno com um riff
fabuloso que traz uma sensação de uma homenagem a cena metálica nacional.
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Uma curiosidade que marca
cada mudança de faixa no álbum são as vinhetas faladas em português questionando a existência de uma real
democracia e claramente elas nos dão a entender que a única democracia
possível é a morte. É muito positivo ver que grandes bandas dos anos 80 estão
retornando à cena e trazendo de volta a magia desta década atualizada para
os dias de hoje, coisa que o Witchhammer deixou claro com este novo trabalho
Ode To Death. Confira.
Gravadora: www.cogumelo.com
Fotos: Deborah Walter de Moura Castro
Por Fernando R. R. Júnior
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