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A capa que mostra três cavaleiros indo em direção de um castelo sombrio no alto de um morro é de Kelson Frost ( que fez capas para o Sarcófago e para o Witchhammer ). Neste lançamento pela primeira vez em cd, a Classic Metal Records colocou o EP Nômades com suas faixas originais, as canções do Demo de 1987 como bônus e mais três registradas no JG Studio em 1989, além de um encarte com muitas páginas com a história da banda contada pelo vocalista e guitarrista Eugênio Sá, várias fotos raras da época e muitas curiosidades. E se tudo isso já não fosse suficiente, Nômades contém também um pôster com a capa do cd no tamanho de um vinil e foi embalado em slipcase, ou seja, mais uma edição voltada ao colecionador de Heavy Metal. Vamos aos seus detalhes.
Com arranjos de teclados e orquestrações, que trazem um clima épico e uma ótima entrada de bateria e guitarra - ambas tocados com velocidade - é que a instrumental Prelúdio Para a Zona Morta abre o cd evidenciando o ótimo Heavy/Death Metal do Zona Morta. Isso continua na rápida e crua Catedrais, onde ouvimos os vocais raivosos de Eugênio Sá diante de uma enorme quantidade de solos oriundos de sua guitarra e também uma base competente feita pelo baixista Fabrício e pelo baterista Lu. A terceira é a Unidos pelo Aço, cujos repiques feitos na bateria de Lu exibem uma composição intensa, veloz e com muitos solos de guitarra do mais puro e contagiante Heavy Metal oitentista em vocalizações repletas de cólera a cada verso deixando claro assim o lado Death do Zona Morta.
Para a canção título, a Nômades, o Zona Morta disparou um Heavy Metal direto e com muita ira em seus vocais em um andamento instrumental que apresenta evoluções que tendem a capturar o fã com facilidade ( especialmente nos muitos solos de guitarra ). O EP Nômades fecha com Fáraos 2000 D. C., que logo de cara já mostra um belo riff e caminha por ótimos solos ora mais cadenciados, ora mais acelerados, porém, sempre deixando o espaço livre para que os vocais roucos de Eugênio Sá possam exalar toda a brabeza contida em sua letra.
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A oitava é a versão demo de Unidos Pelo Aço, bem mais ríspida que a pertencente ao EP, entretanto, demonstra o seu potencial, principalmente se considerarmos a sua parte instrumental, que está deveras afiada ( vide seus solos ). Estes mineiros gostavam e criaram ótimas riffleramas e no principio de Mercenários Cães de Guerra isso fica evidente, sendo que depois eles vem para cima com uma música fortificada com a sua letra glorificando o Heavy Metal por repetidas vezes. A última desta demo de 1987 é a versão de Catedrais, que tinha ares obscuros em seus teclados antes que o Power Trio deixasse o Death Metal de vocais agressivos tomar conta da música.
Na trinca final dos bônus e deste cd, o Zona Morta escolheu as mencionadas canções gravadas em 1989 no JG Studio e a primeira é uma versão um pouco melhorada do Death Rituais de Sacrifício seguida pela encorpada Rituais de Invocação e aqui os mineiros deixaram as evoluções e os solos de guitarra incendiarem a composição até que Eugênio Sá libere os seus guturais e o ritmo se tornar um tanto cadenciado.
Encerrando este álbum Nômades encontramos uma outra versão de Catedrais com sua introdução soturna nos teclados até que o Power Trio dispare suas linhas Death Metal velozes e sempre lotadas de ódio em seus vocais urrados. Quem gosta de peneirar, de procurar raridades e quer saber mais da história do Heavy Metal no Brasil tem neste lançamento da Classic Metal Records uma oportunidade de conhecer ( ou mesmo até relembrar ) com Nômades um pouco mais do que foi e da importância do Zona Morta.
Nota: 8,0.Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2024
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